MONTGOMERY

CAPÍTULO 15: GUERRA EM MONTGOMERY

Temima andava em sua casa com aflição, rodeava de um lado para o outro e suas unhas eram praticamente inexistente de tanto a roer. Se sentava, levantava, bebia água, andava sem cessar, em seu rosto era notável o suor da preocupação. Suspirou aliviada quando a porta de sua casa se abriu e Davizinho entrou correndo, abraçou intensamente a sua mãe que chorava emocionada.

- Eu disse que não precisava se preocupar. – Afirmou Eva entrando na casa acompanhada de dois homens que fecharam a porta. – Eu disse que cuidaria bem do menino e que o teria novamente após cumprir o combinado.  Onde está a Princesa Marian?

- Eu a entreguei a Tomás, o líder da Ordem Negra. Sabe Eva, desde que me procurou após a morte de meu marido, me contou toda a verdade e me aconselhou a procurar Anderson Blake, eu sabia que havia algo de errado em você.

- Não há nada de errado comigo. Vocês criam uma imagem antagonista da Ordem quando na verdade apenas queremos salvar o povo de Montgomery. Duas casas totalmente desestruturadas disputam pelo trono, mas não conseguem administrar nem seus próprios conflitos. A Ordem é a salvação dessa cidade.

- Eu não quero saber de Ordem, nem de você. Pessoas assim me dão medo, sequestrou meu bem mais precioso apenas para que Marian não descobrisse sobre o seu envolvimento?

- Pobre Temima, isso é muito maior do que pode imaginar e não tenho tempo para lhe explicar os detalhes, em poucas horas a Ordem estará no trono da cidade e perceberam que temos boas intenções. Mas claro, mil perdões por sequestrar Davi, mas era necessário. – Carmona se abaixou e acariciou o menino. – Perdoa a titia, tá bom?!

Temima então pegou o menino no colo e o abraçou como proteção. Ele deitou sua cabeça sobre o ombro da mãe, não entendia o que estava acontecendo, apenas queria seu pai para os defender, mas não o tinha mais.

- Fiz o que queria. Agora saia da minha casa, você e esses homens.

- Bem, eu realmente vou sair porque estou com um plano em ação. Até porque como general da Ordem Negra, o tempo não irá parar para mim durante o dia. Porém, esses dois continuam porque você sabe de mais, Temima, não posso correr o risco de que vá contar a todos para que se preparem. – Carmona retirou um pequeno frasco de suas vestes, lançou seu pó sobre a mão e o assoprou em direção a Temima e Davi. – Boa noite, querida.

Temima e seu filho começaram a tossir, suas visões se confundiram e quando menos esperavam estavam caídos a dormir no chão. A General verificou se realmente estavam inconscientes e em seguida se dirigiu a porta.

- Fiquem de olho neles. Mesmo que acordem, não os deixe sair. O dia está apenas começando e a noite será como uma criança. – A mulher riu tenebrosamente dando a Ordem aos homens que se sentarão sobre a mesa. Encapuzada se retirou, seu próximo passo, Castelo Peace.

NO CASTELO REGENTE.

Haviam diversos nobres presentes na sala do trono do Castelo. Estava tudo impecável. A coroa de Montgomery repousava sobre um almofada de linho puro. O trono que não era utilizado desde Felipe e Sabrina reluzia a luz do sol. Era de ouro com pequenos diamantes enfeitando suas laterais. As cortinas eram da cor azul Celeste com pequenos bordados de prata em suas bordas. Haviam duas varandas ao lado direito e esquerdo do trono, pode onde entravam e saiam os pássaros. O lustre era de cristal e reluzia toda a sala repleta de comida carinhosamente elaborada por Amália.

O arauto assumiu as quatro escadas que levavam ao trono, se posicionou e ordenou o toque das duas trombetas que se encontravam nas varandas, grande era o som lindo que ecoavam, e com aquele som toda a cidade batia palma pois era o sinal do início da coroação.