CAPÍTULO 6: DESCONFIANÇAS E ARMAÇÕES

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O dia da execução havia acabado e um novo dia acabará de raiar. As ruas estavam meio lamacentas devido a chuva constante durante o dia passado, algumas carroças estavam até mesmo com suas rodas presas. Tudo havia voltado ao normal, depois de um dia tenso o povo necessitava acalmar seus pensamentos. No castelo Peace, Tomás estava em sua sala, boa parte dos livros nessa época eram enclausurado sob proteção dos mosteiros, mas o conselheiro real mantinha alguns em sua sala, livros da sabedoria. Havia uma mesinha próximo a varanda, com pergaminhos e tinta fresca. A cor da sala era azul ciano, próximo a mesinha também existia duas poltronas. Eva adentrou a sala com seu mesmo vestido de quando conversará com a rainha no Jardim Nelorck. Perguntou se podia se sentar e Tomás assentiu com sua cabeça que sim.

- Incômodo, Tomás?! – Indagou Eva.

- De maneira nenhuma, princesa. – Tomás então interrompeu sua escrita para dar atenção a mulher.

- É um lugar bem confortável aqui não é? – Perguntou Eva enquanto sorria. – Parece ser uma pessoa bem organizada, Tomás.

- Sim, realmente Eva. Não quis algo muito extravagante, apenas confortável. Mas enfim, conte para mim no que está pensando, princesa. No que posso ajudar, Eva? – Indagou Tomás. Eva então se aconchegou ao móvel que estava sentada.

- Bem, és conselheiro dos Peace e eu preciso de um conselho de suma importância. Preciso saber o que devo fazer em relação ao meu pai. Com certeza está a minha procura, e claro, confesso que toda essa questão de fuga acabou sendo repentina. Mas passou, aconteceu, e agora preciso pensar em meu próximo passo.

- Sinceramente, Eva. Deveria tentar entrar em contato com seu pai. Eu sei que o que ocorreu aos seus olhos é incerto, mas, ele é seu pai, também não deve ter sido nada simples para ele precisar tomar essa decisão. Sei que parece egoísta, não o defendo, mas saber suas motivações poderia ser um grande passo em todo o processo.

- Tenho medo, Tomás. Medo que ele não me perdoe, o deixei lá sozinho e obviamente a culpa sobre isso caiu em cima dele, olhando percebo quão imprudente posso ter sido.

- Não tenho medo de tentar pedir perdão, Eva. Mesmo que ele não aceita, a sua parte terá sido realizada lhe tirando esse peso de seus ombros. Caso realmente se amem, irão achar um modo de fazer as pazes e chegar a uma solução para o problema.

- Eu ainda não sei se estou pronta para regressar a Tiberés.

- Uma hora ou outra terá que o enfrentar. Não adianta fugir do medo, ele só vai embora quando você o olha profundo e encara, só assim você se verá livre.

- Agora entendo porque és o conselheiro dos soberanos. – Disse Eva dando uma risada que logo cessou. – E tem outra coisa que eu preciso dizer, algo que achei bem estranho durante ontem. Trata-se de alguma pessoas, suas roupas eram espécies de panos marrons, um pouco rasgadas, seu olhar dava medo com uma pequena linha preta desenhada abaixo dos olhos. Todos estavam devidamente encapuzados. – Tomás começou a suar. – Eu posso estar apenas imaginando, mas apenas eu vi umas cinco pessoas assim, é algo normal no reino?

- Não. – Afirmou Tomás, estava tão assustado, suas mãos tremiam e nem conseguia respirar normalmente. Estava assustado. – Seguindo a descrição que me destes, a única probabilidade são os membros da ordem em Montgomery. A maldita ordem.

- Do que você está falando, Tomás? Por acaso eu devo ter medo deles? – Indagou Eva assustada com a reação do conselheiro. – Que ordem é essa?

- Todos devem temer a ordem negra. – Nesse momento, Diogo que passava pelo lado de fora teve sua curiosidade atacada ao ouvir sobre a ordem negra, precisava saber o que era conversado e passou a ouvir atrás da porta. – A ordem existe à cerca de quarenta anos, criada por Morgana, após não receber sua parte do trato com Sabrina, jurou vingança eterna a Montgomery. A bruxa morreu, mas alguém assumiu o lugar dela, alguém muito pior do que ela. São responsáveis por dias terríveis a Montgomery. – Eva consegui notar o olho lacrimejado de Tomás enquanto contava tudo aquilo.

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