CAPÍTULO 22 : DESPEDIDAS E DECEPÇÕES.

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NO CASTELO REGENTE.

Luísa encarou o filho incrédula. Não podia acreditar que seu próprio menino se comportava de maneira tão gananciosa em prol de um pedaço de metal.

Os soldados se aproximaram da rainha e pegaram em seus braços sem se preocuparem com gentileza.

Luísa fulminou os soldados com o olhar, estava espantada. Tudo parecia estranho, não conseguia acreditar que aquilo era real. Cuidou de Anderson com todo o amor que pode e agora era assim que ele a retribuia?

- Mas vocês nem ousem me tocar!! Eu sou a grande Rainha Luísa Blake e exijo ser tratada como tal. Como sempre aconteceu!

Os guardas imediatamente soltaram a rainha e se colocaram bem longe dela.

Anderson observou com irritação. Seus homens tinham medo de uma mulher com cara feia, que patético! Ela era completamente inofensiva (Em relação à força, por que suas palavras machucavam até mesmo o mais forte dos homens).

- Eu mandei vocês prenderem essa mulher. EU sou o seu rei. Me devem obediência, lealdade. Eu os salvei livrando-os de Timóteo com mão poderosa. Devem suas vidas e de suas casas à mim, não a ela. Ou perderam suas cabeças! O que preferem?

Os soldados se entreolham e concordam com as palavras do rei. Em coro proclamaram "Que o rei viva para sempre!". Eles saudaram o rei até que o mesmo estivesse satisfeito.

Luísa tinha os olhos marejados e olhou para seu mais novo com pena. Não o reconhecia nem de longe.

- Quando você foi dominado pela ganância? – Uma lágrima se derramou – Eu não te conheço mais, Anderson. Eu não sinto em você o que sentia antes. Como pode se perder e caminhar para longe? Tão longe?

Só então os soldados agarraram novamente os braços daquela que agora poderia ser considerada Ex-rainha.

- Eu sou a sua mãe, Anderson. - Gritou a mulher sendo levada. - EU SOU A SUA MÃE, ANDERSON! ME SOLTEEEM!

NO CASTELO PEACE.

Amanda caminhava em direção ao salão de visitas, apreensiva. Ela sabia que a conversa que teria iria demorar.

Os passos eram lentos, mas com determinação. Respirou fundo quando se deu conta que havia chegado ao seu destino. Acenou para os guardas que abriram as portas para que entrasse.

- Alteza, eu fico muito grato que tenha recebido a mim e aos meus pais em seu grandioso palácio. Não tenho nem palavras para lhe agradecer.

A rainha Peace dirigiu seu olhar até o dono da voz gentil e respeitosa.

- Por favor, Henrique. Não precisamos das formalidades de classes. Me chame de senhora Peace. – Apesar de preferir o primeiro nome, ele era o namorado da filha. Deveriam haver alguns limites. – Também Não há porque agradecer, era o mínimo que poderia fazer por vocês depois de minhas atitudes. Justamente por isso nós precisamos conversar.

- Marian sabe que estou aqui no castelo, senhora Peace?

- Sabe que nos encontraremos hoje, mas a chamarei assim que a nossa conversa estiver próximo término.

Henrique acenou com a cabeça e sentou-se na confortável e elegante poltrona. A rainha sentou-se em outra que imitava um trono. De frente para o menino.

Amanda tinha uma expressão de mistério, que misturada ao clima da sala criava um ar de suspense.

- A maioria dos meus súditos pensam que sou a pessoa mais sábia que já existiu. — Deu um sorriso de canto — Mas eu não me tornei sábia assim que recebi o título de "Rainha Peace". Eu cometi muitos erros dos quais me arrependo até hoje e de vez enquanto ainda os cometo. — Amanda fez uma expressão dolorida mas balançou a cabeça para espantar esses pensamentos — Antes de eu ser rainha, eu sou humana, sou falha e como qualquer um estou dispostas a isso, a diferença é que o erro de uma rainha para vocês é inaceitável, mesmo eu sendo humana como vocês. Rezo a Deus todos os dias para aprender com os meus erros e não cometer outros.

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