CAPÍTULO 23 : ENCONTROS.

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Anderson estava sentado em seu trono. Desde que assumiu o poder em Montgomery passará a maior parte de seu tempo naquele sala. Ele dizia se tratar do seu lugar de encontro.  As portas se abriram e um soldado entrou com rapidez na presença do soberano Blake o fazendo levantar. Estava ofegante.

- E então? - indagou o seu rei. - Tem alguma notícia sobre o paradeiro de Beatriz? Tem dias que ela desapareceu e ainda não me trouxeram nada. Tal incompetência me incomoda.

- Peço perdão, soberano. Estamos dando o nosso melhor nas buscas pela sua esposa, mas a mesma sumiu sem deixar pistas. Ninguém no reino a viu ou ouviu sobre, os homens que enviamos a seu reino disseram que a princesa não está por lá. Não temos nada ainda.

- Eu deveria me surpreender? Não estão entendendo a gravidade da situação, não é mesmo?! Beatriz é uma traidora do reino que tem informações valiosas, caindo nas mãos erradas, Montgomery estará em perigo constante. Seremos usados em prol de informações secretas. Precisamos encontrar a minha esposa urgentemente.

- Prometo que estamos dando nosso máximo, senhor. Agora adentrando em outro ponto, o conselheiro real procurar marcar uma audiência com o soberano. Tem dias que a Ordem Negra perdeu o poder, mas o povo ainda sofre as consequências. Escassez de alimentos, algumas casas precisam ser reconstruídas, o chamado de um novo padre...

-Cale-se. A prioridade agora é acharem Beatriz, apenas isso. As outras questões se resolveram com o decorrer do tempo. Não precisamos ter pressa. Agora apenas vá e cumpra as minhas ordens, aumente as buscas, me tragam ela!

O soldado pensou em retrucar, mas presava pela sua vida. Apenas prestou reverência ao rei e saiu para continuar com as buscas. Anderson estava sozinho na sala, andou até a varanda onde mantinha uma vasta visão de todo reino ainda sofrendo as consequências dos ataques anteriores.

- Então é verdade? - Indagou Caio atrás do irmão. - Conseguiu o que queria. Agora tem todo o reino ao seus pés. És soberano. Bravo!

O mais novo se virou.

- Consegui, em algum momento duvidou disso? - Caminhou novamente para dentro. - Eu nasci predestinado à grandes coisas e as conquistei. Fui brilhante em cada passo, e confesso que agora estou farto dessas suas visitas fantasma, meu irmão. Não tem nada de interessante do outro lado?

- É impressionante como você é tão inteligente, mas ainda não entendeu isto. Eu não o que você pensa que sou. Não sou um fantasma, Anderson. Eu sou você, sou a voz da sua consciência pesada no corpo daquele que você mais se arrepende de ter ido contra. Eu sou os seus pensamentos, o seu lado bom, pequeno, preso entre um rio de poder que lhe controla e circula como sangue.

- Isso é loucura. Eu não me arrependo de nenhuma das minhas atitudes, todas se fizeram necessárias e importantes para eu chegar onde estou. Inclusive a sua morte, ou a morte de Caio, seja lá o que você possa ser.

- Você sempre age como uma pessoa mui orgulhosa, não vê nada de ruim relacionado a você. Dentro do seu corpo uma parte bem pequena está gritando por socorro, pediu por muitos anos que você se rendesse ao bem. Em determinado espaço você se considera culpado, sua mente pesa, está acabada, mas, sua maior parte é sanguinária e tudo isso por causa de um trono.

- Você se refere ao trono como se ele não representasse nada, mas ele é tudo! É nele que o povo de Montgomery se guia, é em mim que eles encontram uma luz, não percebe isso? Fui o escolhido para guiar esse povo em meio ao medo e incertezas. Esse lado que você está descrevendo não existe, eu tenho tudo que preciso e não me arrependo. Eu não me sinto culpado, eu me sinto realizado

MONTGOMERY Место, где живут истории. Откройте их для себя