CAPÍTULO 25 : ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE.

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- Isso é um alívio. – Suspirou Marian esvaziando a bacia cheia d'água. – Graças a Deus foi apenas um susto, nunca me ensinaram em como reagir à um parto. Eu não iria querer carregar a culpa sobre qualquer coisa errada que pudesse acontecer.

- Eu suspeitava que era um engano, contrações acontecem às vezes nessa intensidade ou menos. Mas saberá como é um coração de mãe, estamos sempre com medo, porém, um medo saudável relacionado a chegada daquele que será o nosso bem precioso. – Camila sentou-se próxima a mesa e colocou a mão na barriga. – Acontece que mesmo sendo sinal falso, a minha fome é bem real.

As duas começaram a rir distraídas mesmo em toda situação.

- Ótimo. – A princesa se encaminhou em direção à alguns alimentos e colocou uma bacia frutífera na mesa. – Frutas? Espere, eu não preciso perguntar. Você está grávida, precisa se alimentar de modo saudável e isso é um prato cheio.

Camila só ouviu Marian quando a princesa começou a acenar. Estava distraída. Seus olhos demonstravam sentimentos mesclados.

- Eu sei que está sendo bem difícil para conseguir assimilar toda essa informação. Em que momento nós imaginaríamos que o assassino de Caio era o próprio irmão? Eu imagino todo ódio que você carrega nesse momento, uma coroa que tirou o seu marido, a chance de sua criança crescer ao lado do pai. – Ela colocou a mão sobre a barriga de Camila. – Nós vivemos em mundo com pessoas sem escrúpulos. E Anderson é uma dessas pessoas. Eu entendo se não o perdoar.

- Mas eu irei. – Ela tinha os olhos marejados, e apertou a mão de Marian enquanto segurava o soluço. – É praticamente impossível, eu sei. Ele tirou o tudo que eu tinha, o amor da minha vida e por que? Eu e Caio estávamos quase livre de Montgomery e ele nos achou. Porque não nos deixou partir? – Naquele momento ela gritou profundamente. E Marian lhe abraçou com os olhos cheios. – POR FAVOR, ME DESCULPE.

- Não ouse se desculpar por sentir o seu coração. Por demonstrar a sua dor e por se permitir me mostrar para poder cuidar de você. Se conhecemos à pouco tempo, mas lhe considero. Sei que não me enganará assim como a cobra da Carmona, que Tomás não me ouça. – Ela riu quando notou um pequena sorriso no canto da boca da menina. – Mas por que você pretende o perdoar?

- Porque eu sei que era isso que Caio gostaria que eu fizesse. Ele morreu, mas eu o sinto sempre comigo dentro do meu coração ou nos meus sonhos mais felizes e completos.

Ela levou as mãos ao peito e apertou com força.

- Ele gostaria que pudesse perdoar o irmão dele, a verdade é que ele conhecia bem ao Anderson e mesmo assim o amava profundamente. Esse será o momento onde ele precisará mais de pessoas por perto dele para o ajudar a se recuperar. Ele necessita de tratamento e amor ao lado dele, porque o ódio, o ódio nunca leva à lugar algum na vida.

- O seu coração é grande como sua bondade. Esse bebê na sua barriga tem muita sorte, se alguém aqui entre nós consegue interpretar dois papéis, é você. Eu também acredito nessa melhora do meu primo. Que ele possa abrir os olhos e perceber todos os seus erros e se redimir por eles. Essa família não aguenta perder mais ninguém. Já sofremos muito. Dias de luz estão para vir e esse bebê será um novo início de nossa história. Agora vamos comer?

Marian se levantou procurando algo para beber enquanto Camila mordeu a maçã.

CASTELO REGENTE.
NO QUARTO DE LUÍSA BLAKE.

A Rainha estava enfraquecida. Mais do que o normal. Seu estômago sentia uma dor indescritível, era como uma ferida dentro de si, seu cabelo estava bagunçando, seu poder não era notável como antes. Seu rosto mantinha uma expressão debilitada, suas mãos nem se levantavam como antes. Ela só queria saber de sair dali.

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