13 - Aposta - parte 2

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Catra caminhava pelos corredores com raiva.

Raiva não, fúria.

E tristeza.

Passou por um grupo aleatório de estudantes e esbarrou com agressividade em um deles que estava atrapalhando seu caminho. Não se importava com o que os colegas iriam pensar dela, eles que se fodam. Ninguém presta no Bright Moon.

"Você sabe que ela não é confiável", "Eu sei"...

"É aquele seu plano de mantê-la perto pra ganhar a aposta, não é?"...

"Você tá tentando se aproximar pra ela baixar a guarda e se distrair da competição"...

É claro que Adora não se importava com ela, é claro que ela, assim como antes, estava apenas usando-a para conseguir o que queria e assim que conseguisse iria deixá-la novamente. Ela era a mesma de dois anos atrás, a mesma que não ligava pra sua amizade com ela, não mais do que ligava pra realizar seus objetivos. Escolas caras, casas novas, amigos populares, bolsas em universidades... Tudo era mais importante que Catra para Adora.

Adora não se importava de dar falsas expectativas e ferir seus sentimentos. A morena estava certa em não ter demonstrado o que sentia com muita clareza, mas se sentia mal por ter baixado a guarda e não ter simplesmente cortado quando começou.

Catra se sentia extremamente estúpida por ter deixado que ela de fato conseguisse distraí-la do que importava.

E agora estava em maus lençóis com Mara e a avaliadora, enquanto Adora e seu grupinho de princesinhas estava melhor que nunca aos seus olhos. Idiota, idiota, idiota!

Mas isso não ia ficar assim, ela daria a volta por cima e Adora se arrependeria de ter tentado enganá-la.

Mas isso teria que esperar um pouco, primeiro ela precisava de um tempo para se recompor...

É lógico que ela nunca sentiria nada por mim.

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Catra cabulou as outras aulas que restavam indo para a enfermaria e fingindo uma dor de cabeça, uma destas aulas ela faria com Adora e definitivamente não queria vê-la naquele momento. Durante o tempo lá, ficou pensando o que faria para resolver a situação em que havia se metido.

Recebeu algumas mensagens de suas amigas perguntando onde ela havia se enfiado, mas optou por ignorá-las. Infelizmente, isso não duraria muito tempo, pois nesta tarde teria a primeira reunião do clube de língua de sinais e treino de vôlei. Neste último ela decidiu que não compareceria.

Não queria ver Adora.

Quando deu o horário do clube, Catra já estava mais controlada. Não muito, mas o suficiente para não sair no soco com alguém. Respondeu a mensagem de Entrapta avisando que a encontraria na sala e se encaminhou para lá.

Entrou na sala e se dirigiu à cadeira mais afastada, na última fileira. Cruzou os braços e ficou aguardando os outros chegarem para que iniciassem. Apenas quem estava na sala era a professora Octavia e o único estudante surdo do colégio, Rogelio. Eles conversavam na língua de sinais sobre algo que Catra não entendia, mas não se importava naquele momento.

Entrapta chegou e se sentou ao lado da amiga.

- Não sei se estou enganada, mas você parece chateada, está tudo bem? - Ela perguntou, tentando decifrar a feição fechada da morena.

- Sim, tudo bem.

- Certo.

Mas o autocontrole de Catra acabou no momento em que ela viu a figura feminina que estava evitando trombar entrar na sala, acompanhada de Netossa e Spinerella. A morena respirou fundo, chingando mentalmente o universo por ter feito isso com ela.

It's MY dream! • CatradoraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora