8 | noite de fogueira

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DYLAN

TRABALHAR NA VINYL estava mais para um passatempo do que para um trabalho realmente. Eu adorava passar as tardes na loja ouvindo desde as músicas mais antigas até os últimos lançamentos das bandas e cantores famosos do momento, como os novos álbuns do Oasis, Green Day e The Offspring.

A loja ficava na avenida principal do centro da cidade. Lá vendíamos CDs, vinis, fitas cassetes, pôsteres e camisas de bandas, e ainda tinha uma máquina de doces e refrigerantes que eu assaltava a todo momento quando não tinha ninguém olhando.

Eu trabalharia lá até de graça se precisasse, mas apesar de ser um dos melhores lugares da cidade, a loja era pouco movimentada. Eu costumava dizer que as pessoas de Clarksville não tinham o menor senso de cultura e não davam valor aos ensinamentos e mensagens que a música passava.

Embora o pouco movimento – ou talvez justamente por causa dele –, eu gostava muito de lá. Era onde passava as tardes ouvindo músicas, com os pés descansando sobre o balcão enquanto lia as HQs que comprava na banca da esquina.

O dono da loja era o Sr. Gallagher, um cara bem legal de uns cinquenta e poucos anos que adorava música tanto quanto eu. Mais especificamente rock clássico. Mark, como gostava de ser chamado, era bem gente boa e não se importava se eu ficasse lendo e ouvindo música alta no horário de expediente. Ele sabia que os dias na loja não tinham lá muitas emoções, apenas vez ou outra alguém entrava, comprava um ou dois CDs e ia embora sem dar muita atenção para os vinis e para as fitas que nós dois considerávamos relíquias.

Naquela sexta-feira o meu expediente já estava quase no fim. Mark foi embora mais cedo e como de costume eu fiquei de fechar a loja quando desse o horário. Após trancar tudo e colocar minha mochila nas costas, atravessei a rua em direção ao estacionamento localizado há alguns metros de lá e, enquanto caminhava, um carro vindo da direção contrária buzinou para mim e parou um pouco à frente. O motorista era Chace Ecklund.

— Ei, bom te encontrar, Carter! — Ele colocou a cabeça para fora da janela e abriu um sorriso.

— E aí, Chace! — Acenei, parando de andar.

— Escuta, eu e os caras do time vamos fazer uma fogueira no Lago Oldfield mais tarde, você sabe... "para comemorar" — fez aspas com as mãos. — a volta às aulas. Aparece por lá, vai ser legal, eu estou indo buscar alguns barris de cerveja agora.

— Hum, não sei não, eu acabei de sair do trabalho, tô meio cansado.

Porcaria nenhuma, eu poderia passar a noite inteira acordado, não estava nem um pouco cansado. Eu só não sabia se era uma boa ideia ir. Realmente preferia evitar muito contato com aqueles caras.

— Ah, qual é! — Jogou o braço para fora do carro, gesticulando. — Vai ser legal, juro. Eu te apresento o pessoal e você vai parar com essa ideia de que eles são todos um bando de escrotos.

Eu ainda achava uma má ideia, mas vendo que ele não desistiria fácil, acabei cedendo.

— Certo, eu apareço por lá mais tarde então.

Chace sorriu animado mais uma vez.

— Boa, Carter! Você vai curtir, juro — afirmou antes de acelerar para a distribuidora de bebidas.

— Boa, Carter! Você vai curtir, juro — afirmou antes de acelerar para a distribuidora de bebidas

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