RAIDEN
EU ESTAVA DANÇANDO ao som de Poison, do Alice Cooper, quando um cara se aproximou e começou a se mover junto comigo. Ele era bonito, tinha cabelos escuros encaracolados, olhos pretos e sua barba rala o deixava atraente. Mas eu não estava afim, então me afastei alguns metros na esperança de que ele entendesse o recado e saísse de perto, porém não foi o que aconteceu. Ele não se tocou e se aproximou outra vez, me abraçando por trás e colando seu corpo ao meu.
Empurrei seus braços para longe e me virei furiosa, pronta para xingá-lo, mas o filho de uma puta foi mais rápido e me agarrou outra vez, me prendendo contra si.
— Sai fora, porra! — vociferei por sobre a música alta ao me afastar e empurrá-lo mais uma vez.
— Qual foi, gatinha? Dança comigo — sua voz veio acompanhada de uma risada escrota.
— Não tô afim — respondi ríspida, me esquivando dele.
— Acontece que eu tô afim — rebateu, tentando me puxar novamente.
— Por que você não vai chupar um pau?
— Por que você não chupa o meu? — Seus lábios projetaram um sorriso nojento e ele veio para cima de mim outra vez.
Antes que ele me agarrasse, um braço surgiu entre nós dois, o impedindo de se aproximar, e eu bati as costas contra o peito de alguém. Me virei depressa, dando de cara com Nathan encarando o outro furioso.
— Você vai dar o fora daqui ou vai querer se ver comigo? — Meu irmão perguntou nervoso.
— Cacete, Nathan. — O cara arregalou os olhos. — Eu não sabia que ela era sua mina, foi mal cara.
— Ela não é minha mina, seu bosta. — Nate foi para cima dele. — É minha irmã. E se eu te ver perto dela mais uma vez eu te arrebento, entendeu?
O cara assentiu, ainda de olhos arregalados, e se afastou depressa. Virei outra vez para o meu irmão e o olhei irritada. Odiava quando ele se metia nas minhas brigas como se eu precisasse de sua ajuda.
— Eu sei me virar sozinha! — xinguei nervosa.
— Eu sei disso, porra, mas não ia ficar só olhando — respondeu seco, se virando para voltar para o fundo da boate.
Bufei aborrecida enquanto o via se afastando e fui até pegar outra bebida. Ia precisar encher a cara para esquecer aquela merda. Eu detestava passar por situações como aquela. Odiava saber que minhas vontades só eram respeitadas quando alguma figura masculina surgia para reforçá-las. Se Nathan não tivesse aparecido eu provavelmente ainda estaria discutindo com aquele filho da puta, porque homens só respeitam outros homens e encaram o não feminino como um sim disfarçado.
Após virar uma dose de tequila no bar, fui até onde os garotos estavam e peguei uma garrafa de cerveja sobre a mesa, bebendo todo o líquido em poucas goladas. Chad e TJ estavam em outro sofá agora, conversando com duas garotas, e James me olhava sério, estirado ao lado de Nate. Revirei os olhos para os dois e saí de perto deles, atravessando um corredor estreito perto do bar para ir até o beco que havia na lateral da boate. Lá fora estava vazio e eu poderia ficar em paz um pouco.
Acendi um cigarro e me encostei na parede, baforando a fumaça.
A noite estava fria e o céu escuro e nublado indicava que choveria a qualquer momento. Novamente só o que se ouvia do lado de fora eram os carros passando na rodovia e a música abafada vinda de lá de dentro. Deixei meus pensamentos vagarem enquanto fumava, mas eles foram interrompidos quando a porta se abriu num estrondo e o corpo de James surgiu do lado de fora. Ele mirou seus olhos em mim e se aproximou.
YOU ARE READING
LIKE A STORM | DEGUSTAÇÃO
Teen FictionRaiden Calloway era como uma tempestade, daquelas que chegam e arrebatam tudo, só deixando caos e confusão no lugar. Há uma década, a perda do seu pai trouxe dor para a sua vida, e sua mãe se tornou seu principal pesadelo ao cair em um abismo de víc...