4 | socar a sua cara

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RAIDEN

NA TERÇA-FEIRA, Brooke, Miranda e eu estávamos almoçando no refeitório quando Chace surgiu com sua animação de sempre, trazendo a tira colo um garoto loiro de quase dois metros de altura e magro como o meu dedo mindinho. Eu não fazia a menor ideia de quem ele era, mas os dois pareciam se conhecer a vida toda.

Hello, ladies — ele sorriu animado. — Permitam-me apresentar o meu mais novo amigo e parceiro de química: Dylan Carter — completou de forma teatral, floreando as mãos em torno do garoto.

Revirei os olhos para a cena repleta de bom humor e voltei a comer meu almoço, mesmo tentada a dar mais uma olhada no rosto novo.

— Chace, o seu bom humor deveria ser estudado — Miranda falou. — Muito prazer, Dylan. Sou Miranda — sorriu para ele, estendendo a mão para cumprimentá-lo.

— E eu sou a Brooke — a ruiva se apresentou em seguida, também sorrindo.

Quando notaram que eu permaneceria em silêncio, ignorando a existência deles, Chace pigarreou.

— E a senhora tempestade ali é a Raiden — disse, apontando para mim. — Não leve a falta de simpatia dela para o pessoal, ela é sempre assim.

Ergui a cabeça, pronta para fuzilá-lo com o olhar, mas minhas írises acabaram focando no loiro, que tinha seus olhos presos em mim também e sorria docemente. Droga, ele era muito bonito.

— Que tal ir se foder, Chace? — Finalmente desprendi meus olhos de Dylan e mirei o meu amigo, ele sorriu satisfeito e puxou uma cadeira para se sentar.

— Então, Dylan, a química te condenou a passar o ano inteiro aguentando esse mané? — Miranda perguntou a ele. — Senta aí, almoça com a gente.

— Pois é, a Truman pediu para que eu o ajudasse com a matéria, caso contrário ele acabaria sendo expulso do time — Dylan respondeu casualmente, arrancando uma risada dos três à mesa.

Ele se sentou ao lado de Chace e eu acabei o observando mais uma vez.

Dylan me lembrava o Leonardo DiCaprio, e isso é um puta elogio. Assim como o do ator, o cabelo dele era loiro e possuía o mesmo corte, com fios caindo sobre o rosto o tempo todo; e quando ele distraidamente os jogava para trás, céus, preciso admitir que era uma imagem tentadora.

Mas fora a beleza, aquele garoto era, nitidamente, o total oposto de mim. Enquanto eu estava sempre de preto, ele parecia gostar bastante de cores claras, como o seu all star branco e as três camadas de roupa que usava por baixo da jaqueta jeans; além de aparentar ser certinho até demais, afinal de contas, estava ajudando o Chace em química.

Que merda, eu tinha reparado até nos tênis dele.

Parei de divagar sobre ele ao constatar que estava o observando há tempo demais e achei melhor focar minha atenção em qualquer coisa ao meu redor, menos no novo integrante da nossa mesa e no assunto entre eles.

LIKE A STORM | DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora