Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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Observo os alunos entrarem na escola ao meu lado, Henry, traga seu cigarro despreocupadamente, não sei como ele corre com esse pulmão, de tanto fumar, deveria se cansar por correr todo o campo de futebol.
Ainda tenho um leve medo dele cair morto algum dia de tanto correr com esses pulmões.
Encostado na minha moto ele observa igual eu quando Emily e Elizabeth entram na escola juntas, Elizabeth não estava diferente dos outros dias. Sua pele clara se destacava com seu cabelo cobreados, quase ruivos, hoje ela não usava seus óculos de armação dourada, uma pena.
No entanto, continua linda.
Eu adorava quando eu enchia sua paciência quando a chamava de linda, acho que era porquê ver suas bochechas ficarem com rubores, ver ela morde o lábio carnudo avermelhada e ver ela revirar os olhos com o comentário me deixava bastante satisfeito. Eu adoro ouvir sua voz doce e suave sempre no mesmo tom, parecia uma canção sempre que ela falava.
Me deixa fascinado pra caralho.
Observo quando ela sorri de alguma coisa que Emily diz a ela, seus olhos ficam pequenininhos quando sorri e que sorriso. Os olhos verdes de oliva num tom que eu nunca tinha visto antes estavam, como sempre, atentos a tudo e a todos ao seu redor. Pelo o pouco que eu a conheço, Elizabeth, se mostrou uma pessoa muito observadora e minuciosa. Seu corpo esguio e magro abraçava perfeitamente o uniforme e suas botas com um pouco de salto a deixava um pouco mais alta, sua cintura fina se destacava com o blazer da escola e os cabelos caiam sobre seus ombros levemente ondulados. Henry se desencosta da moto e fala:
— Qual é a sua com a novata? — diz jogando a bituca de cigarro no chão e pisando com seus coturnos.
— Nada. — Respondo simplesmente retirando os óculos escuros.
Uma mentira descarada.
Desde quando eu a vi sentada ao meu lado na aula de química a garota me chamou atenção, primeiramente, pelo fato dela não saber quem eu sou ou meu sobrenome, no entanto, ela já deve saber. Mas diferentemente das outras pessoas, tirando Henry e Luca, ela nunca falou ou mostrou interesse em meu sobrenome. Segundamente, o momento que eu a vi tocando piano tão simples... como se aquilo fizesse parte dela, como se a música fosse ela... me deixou aos seus pés. Eu poderia ouvir ela tocando vária vezes e eu não iria ficar entediado ou cansado.
O jeito tão fluido e natural que ela toca me deixou arrepiado, ali eu já queria conhece-la, já queria que ela me falasse sobre ela e sua vida o dia inteiro e eu escutaria tudo com muita atenção. Mas, tem uma coisa que ela esconde ou que tem medo, digo, eu não a conheço, mas a forma em seu olhar, o jeito que eles brilham quando ela se lembra de alguma coisa do passado ou alguma lembrança é de certa forma um olhar doloroso e eu estou muito empenhado para descobrir o que tem por trás desse olhar.
Mas isso não quer dizer que a gente tenha um rolo ou alguma coisa, afinal, só nos conhecemos há mais ou menos duas semanas. No entanto sempre fui uma pessoa curiosa e Elizabeth no momento é um dos maiores mistérios, a conheço bem pouco mas posso afirmar que isso não vai continuar assim. Não sei o motivo dela me chamar tanta atenção, nunca fiquei interessado tanto numa garota como ela, ademais, os casos que eu tive foram somente sexo e nada mais.
