Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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Eu sentia dor por todos os lugares. E era um silêncio ensurdecedor, a calmaria disso me apavorava.
Abro os olhos piscando lentamente, a luz branca demais do lugar me cegava e eu não conseguia sequer focar minha visão em algo. Um gemido agonizante escapa por meus lábios quando eu tento me mover, a dor me consome novamente me levando para o escuro, me cegando, me deixando em silêncio.
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Vozes ecoam pelo local e minha cabeça dói só de ouvi-las, não conseguindo distinguir quem estava falando ou sobre o que estavam falando. Minha garganta estava seca, parecia que eu tinha engolido um punhado de areia. Meu coração começa a disparar e um bip, bip. bip acelerado parece estar dentro da minha cabeça.
— Desligue isso. — sussurro, me arrependendo logo de cara quando sinto a dor em minha garganta. As vozes pararam.
— Ela acordou! — alguém diz. — Ela acordou, ela acordou...
Por fim abro os olhos sendo cegada mais uma vez pela luz, mas dessa vez eu olho para um ponto fixo tentando enxergar normalmente. A visão embaçada ficando cada vez mais nítida, maneio a cabeça para a direita vendo uma parede branca e três pessoas na sala.
Onde eu estava...
O choque. O tremor. As lembranças batem em mim com força fazendo meu coração se acelerar mais ainda, meu pai, arma, sangue, muito sangue...
— Elizabeth — uma mulher desconhecida entra em meu campo de visão — Você está no hospital — diz, gentilmente. — Por favor, eu sei que deve estar assustada, mas tente se acalmar. Acabamos de fazer uma cirurgia em você, os seus batimentos são fundamentais para sua melhora.
No canto da sala, vejo minha mãe abraçada a Race chorando baixinho e ao seu lado está... está a minha avó.
— Mamãe... — soluço, as lágrimas escorrendo. Minha mãe larga Race e corre em minha direção.
— Minha flor — ela diz chorando — O que aconteceu? E-eu só recebi uma ligação da sua avó dizendo para ir ao hospital... e quando eu chego você está aqui. Sangrando e toda machucada — ela entrelaça seus dedos nos meus e eu vejo o medo em seus olhos, me sinto culpada — Eu achei que ia te perder... te levaram para a sala de cirurgia duas vezes. Não faça mais isso — o desespero em sua voz era cortante. Só uma mãe poderia sentir tanta dor assim e medo. — V-você é minha vida. Sem você eu...
