Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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Temos duas certezas neste exato momento:
Um, Derek esperava alguma reação.
Dois, eu não tive nenhuma reação.
Era pra eu ter? Na verdade, eu não faço a mínima ideia do que aconteceu minutos atrás. Minha cabeça está com as engrenagens girando e girando, tentando formular o show de drama que houve.
Meus olhos estão perdidos nas lombadas de seus livros como se ali em algum lugar tivesse o que eu precisasse para entender o que falta para ligar os pontos.
Um livro com lombada preta e letras metálicas me chama atenção, e por alguma razão vou até ele e o tiro da estante.
Não é um livro, no entanto, é um caderno cheio de fotos e post-its espalhadas assim como sua caligrafia elegante e no momento em que eu vou abrir uma das páginas Derek sai do banheiro e em um pulo eu jogo o caderno em cima da minha jaqueta. Estamos em seu quarto, depois do que aconteceu Derek simplesmente me olhou e correu escada acima se trancando no banheiro.
Eu entendia, ele precisava de um tempo para raciocinar e ver o que iria fazer. Então eu lhe dei espaço.
Porque eu quero saber. Quero saber toda a história.
Seu corpo trava no instante que seus olhos pousam nos meus, os cabelos úmidos caem em sua testa. Dentro do seus olhos eu vejo uma batalha eterna do que ele deveria fazer, seus lábios estão em uma linha fina e seus braços se cruzam de frente ao peito roçando na camiseta preta de algodão fino.
Engulo em seco pensando se era para eu ter ido embora no momento em que ele subiu as escadas, eu sabia que era o certo. Mas não queria deixá-lo sem ter certeza de que ele estava bem e ver se eu tinha uma chance de ouvir suas explicações.
Na verdade, ele me deve isso.
Quebro nossa troca de olhares e me sento no pé da sua cama cruzando as pernas e entrelaçando minhas mãos. Eu passo o dedo onde o meu anel dourada ficava, sentindo um leve pesar de tê-lo deixado, sempre que eu ficava nervosa eu girava aquele anel. Pigarreio falando:
— Derek Lewis Turner, huh? — falo baixo frisando o seu nome. Seus olhos ficam solenes por um minuto, mas depois voltam a ficar frios. Derek se senta do outro lado do quarto, em uma cadeira. Ficamos em silêncio por algum tempo até minha paciência se esgotar — Então? Não quer me contar algo? Qualquer coisa?
Seu olhar se desvia para o chão e ele passa a mão nos seus cabelos.
— Não sei por onde começar — confessa.
— Vamos começar por: por que seu pai sente rancor de você? Ou talvez sobre Bianca Lewis Blame. — digo calmamente.
O silêncio recai novamente e meus olhos se enchem d'água. Ele não confia em mim? Por que ele não me contou desde o início? O que o atormenta?...
