Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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Quando o meu celular dá o terceiro toque Derek se remexe ao meu lado dando um leve resmungo e eu me levanto ainda grogue.
— Alô? — eu pergunto baixinho.
— Oi, meu amor. — a voz da minha mãe soa pelo outro lado da linha.
— Oi mãe. — eu olho para a minha camisa caída no chão e faço uma careta, não passa mais do que um trapo rasgado, vasculho rapidamente o quarto e pego a camisa de pijama de Derek que fica como uma camisola em meu corpo. — Tudo bem?
— Tudo ótimo — ela responde feliz — Por que está cochichando?
— Ãhn...Derek ainda está dormindo. — eu olho para suas costas nuas e sua respiração calma. — Só um minuto.
Nas pontas dos pés eu sigo em direção ao banheiro e fecho a porta num clique, me assusto com o meu reflexo no espelho.
Meus cabelos estão bagunçados e meus olhos ainda estão pesados, minha boca está mais avermelhada do que o normal. Estou horrível! Meu nariz se enruga em desgosto.
Molho meu rosto com a água fria e volto a falar no celular, equilibrando o celular entre o ombro e minha cabeça e começo a pentear os cabelos.
— Tá tudo bem? Me ligou cedo.
— Cedo? São quase meio dia. — ela responde, sarcástica.
— Estou de férias, isso é cedo, mãe. — pontuo com um tom de voz brincalhão.
— Tanto faz — eu imagino ela abanando a mão no ar me dispensando igual todas as vezes que a mesma não concorda comigo com algo — Seu aniversário é amanhã, e como eu não estou aí eu deixei um embrulho na sua mala.
— Como eu não vi esse embrulho? — questiono indignada.
— Coloquei misturado com as calcinhas — uma risada rouca escapa dos meus lábios — Eu não ia te deixar sem presente, boba. E já virou tradição você abrir na véspera do seu aniversário. — É verdade, quando eu era criança eu saia procurando pela casa meu presente de aniversário e apesar das meras tentativas da minha mãe de tentar esconder em lugares novos todos os anos eu sempre achava. Acabou que ela desistiu e eu comecei a abrir meus presentes um dia antes do meu aniversário — Também tem o embrulho do natal, mas só é pra abrir no dia. Aliás, belo presente que você escolheu pro Derek.
— Você fuçou o presente do Derek?! — minha boca cai. — E se fosse...sei lá! Uma calcinha fio dental embrulhada?
— Fucei. — ela admite — E Beth, você vai fazer dezoito anos, eu confio em você. E seria estranho pra caramba, uma calcinha? Mas se ele gosta o que eu posso fazer?
— Ele não gosta. — digo rindo baixinho, quer dizer, eu acho que não.
— Contanto que você não me dê netos por agora eu já estou feliz. E sério Beth, por que eu não recebi um presente daqueles? Fiquei com inveja.
