Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
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O céu estava uma mistura de cores. É como se fosse uma paleta com borrões de rosa, azul e laranja se tivessem misturado acidentalmente formando uma linda obra de arte. O sol já estava se pondo e ao meu redor pessoas caminhavam e riem umas com as outras. Subo o último degrau e bato uma vez na porta, me encosto na parede e cruzo os braços esperando que atendem.
Depois do jogo de vôlei Beth simplesmente saiu sem mais e nem menos, um vinco estava em sua testa e seus lábios suprimidos quando eu a olhei de longe. Parecia brava e irritada com algo. Por isso estou aqui parado em sua porta esperando que a mesma me atenda para me explicar o motivo de desaparecimento o de uma hora para outra. Incrível em como as coisas podem mudar em míseros segundos, um instante eu estava admirando seu sorriso estonteante e seus olhos verdes com um brilho de felicidade e em outro instante ela já estava longe dando passadas longas com uma careta irritadiça em suas feições. Ouço a porta ranger abro a boca para questioná-la o que diabos houve, mas eu fecho imediatamente.
Em vez de me deparar com cabelos cobreados na altura dos ombros cabelos cacheados escuros entram na minha visão. Os olhos amendoados de Bianca de cima abaixo e meu lábio se forma uma linha fina. Ela está usando uma saia longa vermelha juntamente com um top da mesma cor, e em seus cabelos longos uma flor amarelada pende atrás da sua orelha. Surpresa surge em seu olhar quando ela fecha a porta atrás de si e me encara sua boca com batom vermelho se abre levemente em choque, mas ela trata de mudar totalmente seu choque por desinteresse com uma pitada de rancor.
— O que quer? — questiona desinteressada.
— Beth está?
Ela assente, mas ao invés de me deixar entrar a mesma fecha a fresta da porta da cabana e olha para os lados. A encaro do mesmo modo de sempre.
— Vai fingir que não me conhece? — questiona baixo cruzando os braços, dou uma risada seca.
— Mas eu não conheço.
— É sério, Derek? Você acha que o seu segredo vai durar pra sempre?
— Eu não te conheço. — afirmo — E não é nenhum segredo, foi você que quis assim. Não sou mais um garoto de quinze anos, idiota. E foi você que me pediu pra ser assim. — retruco sem paciência.
— Você deveria parar de evitar o inevitável, por que não aceita de uma vez por todas que nós som..
— Não existe "nós" — a corto — E nem "somos". Nunca existiu, Bianca. Você já deixou isso bem claro da última vez que conversarmos — seus olhos se arregalam — Se eu me lembro eu que fui te procurar, na escola ainda, e você que falou todas essas coisas, não falou? Agora você vai me dar passagem ou vai querer continuar discutindo isso? — seus olhos ficam pesarosos e seu olhar desce para o chão.
Bianca Blame a garota perfeita e invejada por toda a escola neste exato momento está com vergonha. Seu queixo sempre para cima, sua postura sempre ereta e o ar de superior desaparece. São poucas as vezes que ela abaixa sua máscara de indiferença, entretanto, não é nenhuma novidade para mim.
