4 de Abril de 2014

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Eu juro que queria fazer algo diário, como o próprio nome dese caderno de corações — nunca vi tantas variações de cor rosa —, mas eu não lembro de tudo. Nem tenho tempo também.

Acho que não deixei claro na página anterior, mas meu objetivo agora é contar como me apaixonei pela Natasha, então só contarei os fatos mais importantes. Depois você pode me dar uns conselhos, o que acha?

Certo, vou ficar parecendo um bocó esperando você me responder, então vamos a história.

Acho que abril é nosso mês, você concorda? Acho que se um dia nos cassássemos, eu com certeza escolheria abril.

Eu disse que meu coração era estúpido. Agora ele tá pagando de iludido.

Dois anos se passaram desde que conheci a ruiva marrenta que chamam de Natasha. É, dois anos, convivendo todos os dias.

Antes de tudo, acho justo dizer o por quê me apaixonei por ela. Minto, a pergunta seria: Como não se apaixonar?

Sim, ela é irritante. Muito. Extremamente, num nível extremo de absurdo.

Mas Natasha é única. Em 2012 eu a conheci por fora, era uma amizade superficial que talvez nem podia ser rotulada a isso. Éramos só colegas de trabalho.

Porém, 2014 veio pra quebrar essa barreira e meu órgão do lado esquerdo do peito teve vários ataques de ansiedade e felicidade. Meu estômago quase morreu de tanto que revirou.

Eu já a admirava, admito. Não, não era apaixonado ainda, digamos que eu sentia uma leve atração. Qual é, ela é extremamente bonita, eu seria uma pedra se não a achasse atraente.

Ironia e sarcasmo complementavam a figura da ex-russa — ela quem disse — e algumas vezes isso me tirava do sério. Depois eu passei a não ligar mais, era o jeito dela dizer que se importava comigo.

Aqueles dias em abril desse ano foram... Uau. Muita coisa aconteceu, você deve saber.

Antes da explosão no meu antigo quartel, eu via Natasha somente como uma talvez futura amiga. Depois, na casa do Sam, eu a vi como ser humano.

Pra mim, Romanoff não tinha medo. Ela era a própria expressão de coragem e auto suficiência que eu já tinha visto, então pra mim, medo e apreensão eram sentimentos que não a rondavam.

Mas ali, sentado de frente pra ela, escutando-a dizer que me devia uma... Foi ver uma faceta que demorei dois anos pra enxergar:

Natasha é humana.

Foi ali, não antes e não depois que o que nós tínhamos rompido uma barreira e avançaria um pouco mais: nos tornamos amigos.

Ela também percebeu isso e nós dois realmente mudamos depois dessa. Passávamos mais tempos juntos - fora do trabalho e missões -, saíamos pra bares - não me julgue, ela me arrastava, eu ia pra manter a dignidade dos homens de lá — ,ela invadia meu apartamento pra conversar — e claro, pra encher minha paciência. Agora fazíamos coisas de amigos. Jogávamos, ríamos, assistíamos filmes, saíamos.

Claramente, as piadas e provocações continuavam e inclusive ganharam um peso maior. Só que, eu também não era burro e comecei também.

"O que foi? Seu cabelo tá perdendo a cor?"

Provoquei quando a vi na farmácia, na sessão de produtos de cabelo. Ela revirou os olhos e disse que era natural, ao contrário do meu loiro desbotado pelo tempo. Rá. Tá, ela levou nessa.

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