13 de Junho de 2016

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“Quando eu e Wanda — mais ela do que eu — havíamos finalmente escolhido o país e a cidade, deixei que ela falasse com Natasha e Sam. Quis dar esse lugar pra ela:

— Você quem indicou o país. O mérito é seu. — ela me olhou por alguns segundos antes de contradizer:

— Não. O mérito é nosso.

Sam aprovou a ideia e disse que Wanda realmente tinha sido o cérebro da equipe e pra não perder o costume, ela ruborizou.

Natasha olhou pra ela séria, antes de piscar com um olho, sorrir e dizer:

— Boa escolha.

Faltavam duas horas de viagem quando comecei a analisar aonde exatamente nos hospedaríamos quando Natasha apareceu do meu lado. Assustei porque ela deveria estar pilotando, ainda que existisse a função de pilotagem automática, mas logo vi Sam no lugar dela e Wanda na cadeira de co-piloto.

— Eles precisavam começar a ter confiança neles mesmos. — respondeu minha pergunta não verbalizada — Não nos terão pra sempre.

— Tudo bem. — concordei sem render o assunto, mas Natasha foi ali com uma única função: conversar.

— A Wanda amadureceu tanto em tão pouco tempo... Ela me faz lembrar uma versão mais nova de mim mesma.

— Sabe que vocês só tem quatro anos de diferença, não é?

— Não importa, eu me sinto como se eu fosse a irmã mais velha dela. Talvez até... sei lá, mãe. — a olhei de lado e ela deu de ombros — Não é como se você também não só sentisse, como age como se fosse o pai dela.

— Não nego, mas é uma surpresa você admitir isso também. É bonito esse carinho que você tem por ela. Por eles.

— Você acha todo tipo de carinho bonito. — revirou os olhos.

— Acho, mas é ainda mais especial quando vem de você. — cutuquei sua cintura e ela se esquivou do meu toque. Ela era sensível ali. — Pode ter certeza que os meninos recebem esse carinho. — Natasha relaxou os ombros e sorriu.

— Tá bom, chega de melação. Vamos trabalhar.

Nos curvamos na mesa pra analisar o mapa em 3D de Dhaka, não só pra ver aonde escolheríamos dormir, mas pra conhecer um pouco da cidade — apesar de Natasha ter dito que já tinha estado lá duas vezes.

— Foram passagens muito rápidas, fui embora no mesmo dia. Não tenho muita coisa na memória.

— Eu me pergunto se existe algum lugar que você não foi.

— Se quer saber, eu não ia muito em praias. Nunca surgia missão que envolvesse uma.

— Quando isso tudo acabar, prometo te levar em uma.

Natasha sorriu triste e olhou pra baixo antes de responder:

— Parece que é isso que nós temos que nos agarrar agora: promessas. Fico me perguntando quais delas vão acontecer e quais são só palavras jogadas ao vento.

Eu não me senti ofendido com a frase dela, porque pensava a mesma coisa. O clima ficou um pouco melancólico, mas logo tratei de contornar.

Voltamos a focar na hospedam e decidimos por um hotel que não fica no centro — por ser de um preço mais alto e também mais arriscado. —, mas também não muito longe dele, mas ainda era um lugar afastado.

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