Diário De Uma Paixão

05 de Julho de 2016

“— Hey, chegamos na África. — Wanda cutucou meu ombro de leve e falando baixo — Sam disse que era pra te avisar, mas eu queria ter te deixado dormindo.

— Tudo bem. — bocejei espreguiçando o que consegui, já que Natasha continuava no meu colo — Eu vou lá fora ver.

— Certo. — ela assentiu antes do rosto formar uma careta — Vocês não podem ficar sozinhos que aprontam, credo.

— Eu estou machucada Wanda, não dá pra fazer alguma coisa desse jeito, ainda que eu queira. — Natasha respondeu, de olhos fechados, provando que nesse curto tempo ela estava bem acordada. Talvez estivesse desde antes da ruiva chegar.

— Ok então, dona Viúva Negra. — debochou — Vou esperar vocês com o Sam.

Fiz um carinho de leve na cintura de Natasha e ela aceitou, pelo menos um pouco.

— Está melhor?

— Só um pouco e nem é por causa dos remédios. E o braço?

Olhei pra baixo vendo que enquanto eu dormia, o soro de super soldado desempenhava uma de suas melhores funções: cura rápida.

— Está melhor. Daqui a pouco cria casquinha. — o importante era que não estava ardendo e incomodava menos do que antes — Vou te colocar no banco pra ir lá fora com o Sam, tudo bem?

— Não quer que eu vá com você?

— Não, não. Você vai ficar descansando. — ajeitei-a pra que ficasse confortável enquanto me esperava — Já volto.

Andei por toda a extensão do jato, vendo Wanda devorar uma tigela de cereal e passar pela área do piloto e Sam não estar ali.

— Achou alguma coisa? — perguntei quando o avistei, descendo a rampa e tampando a luz do sol esperando me acostumar com a claridade. A paisagem era de dunas de areia de um lado e mais dunas de areia do outro. — Aonde a gente tá?

— Deserto da Namíbia. — ele olhou ao redor e sorriu — É um bom lugar. — voltou a dar atenção as paredes do quinjet — A maioria era tiro, mas tirei um dois que não pareciam ser bala. — ele falou olhando ao redor e depois sorriu pra mim — A noite foi boa hein garanhão. — assobiou porque eu estava sem camisa.

— Não fizemos nada, Sam. Natasha está machucada.

— Então teriam feito se ela não estivesse?

— Aonde tá o que você já tirou? — perguntei mudando de assunto, se ele começasse, não pararia. Sam riu e apontou pra diagonal.

— Tá ali na sacola se quiser ver.

Andei alguns centímetros pra olhar o que Sam tinha tirado. De fato, a maioria era bala de diversos tipos de armas, mas dois ali realmente eram esquisitos. Eram menores, mais difíceis de ver e escuros, com uma luz vermelha piscando sem parar.

— Desgraçado. — eram mesmo dois rastreadores, tão miúdos que não tenho ideia como Sam enxergou.

— É isso mesmo?

— É. Pode olhar que deve ter mais, ele não seria idiota de disparar só dois. — levantei com a sacola na mão, ajudando-o a procurar.

— Aonde vai deixar isso? Podia ser no mar. — ele deu a ideia enquanto puxava outra bala, com a maior facilidade, algo que eu estava custando a fazer.