23 de Abril de 2012

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"É, foi nesse dia aí. Esse glorioso dia em que conheci a pessoa que virou minha vida de cabeça pra baixo. Ou melhor dizendo, meu coração.

Nesse dia, 23 de abril, eu estava quieto no jato usado pra me levar até o helicarrier da SHIELD. Coulson não tinha me falado muito a respeito dela, somente o nome:

Natasha Romanoff.

Você sabe que a primeira impressão é no nome. Não existe essa de ser no contato visual, se você tem a oportunidade de saber mais da pessoa sem conhecê-la, vai teorizar só pela identidade.

Então sim, eu fiquei levemente apreensivo. Só o primeiro nome você já fica sabendo que é forte. Não é como Alice ou Sofia, que você logo pensa que são nomes de pessoas fofas e meigas. Natasha é aquele tipo de nome que te alerta 'perigo'. Ou então seja porque eu estou te dando essa definição depois de conhecê-la, também é válido.

Mas o Romanoff... Não é um sobrenome comum nos Estados Unidos, até porque ele não é daqui. Russo. Era o que faltava pra eu tremer nas bases. O primeiro poderia não ter nada demais, mas o segundo dizia claramente "eu sou realmente perigosa." Qual é, eu conheço a história russa.

Erro do Coulson não me dizer mais nada, mas quem dançou fui eu.

Chegando lá, ele disse que me apresentaria a algumas pessoas e ela foi a primeira que ele viu e que tinha real importância.

Não, minto, ela apareceu do nada. Ela sempre teve um radar excelente pra quando tinha novas pessoas na área. No espaço dela. Eu estava ferrado e nem tinha me apaixonado ainda.

Fui educado, claro. Cortês. Acontece que, ficar perto dela me deixou nervoso. Tá bom, ok, ficar perto de qualquer mulher sempre me deixou nervoso. Mas Natasha não era uma mulher qualquer e eu soube disso assim que fitei seus olhos verdes que com certeza, já tinham definido tudo sobre mim só de me olhar.

Se o nome já não bastasse pra evidenciar que ela era estrangeira, o visual dava conta do recado.

Você sabe qual é a porcentagem de ruivos nos Estados Unidos? Eu também não faço ideia, mas sei que é pequena, uma vez que ruivos são oriundos da Rússia.

A porcentagem fica ainda menor se você colocar olhos verdes, que é uma das características mais raras do mundo. Então vamos lá, conta comigo. Ruiva, dos olhos verdes e estadunidense. Percebe que o último não bate? Parece errado, sim? É porque é, se a família não tiver vindo da Rússia. Olhe a diferença: ruiva, dos olhos verdes e russa. Ah, agora sim. Tudo no seu devido lugar.

Pra minha surpresa — meu coração dava saltos, consegue ouvir? — ela puxou assunto.

Figurinhas do Capitão América. Rá. A mídia não mudou nada até os dias de hoje.

Pra minha surpresa também, ela sorria. Não o tipo de sorriso genuíno, claro, ela tinha acabado de me conhecer. Mas foi o sorriso que meu cérebro fez questão de avisar: vai dar ruim.

As coisas foram acontecendo rápido demais, Loki, Thor, o cetro, Asgard. Logo o mundo percebeu que não estava mais sozinho e um grupo foi criado pra proteger a Terra: Os Vingadores.

Vingança nunca foi algo que eu aprovei, você sabe. Tentei argumentar com o nome, mas Fury — o senhor tapa-olho — nem me deixou entrar na sala e eu acabei ignorando. Era só um nome, afinal.

Tony estava na torre, melhorando-a para ser a base do novo grupo, Thor voltou com Loki pra Asgard, seja lá onde é isso, Clint foi pra um lugar que ninguém sabia onde era, Bruce... De verdade, eu não lembro, mas o que eu posso te afirmar é que Natasha estava comigo. Tipo, o tempo todo.

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