06 de Junho de 2016

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COMO ASSIM VOCÊ PULOU TRÊS DIAS NUM MOMENTO COMO AQUELE??

Pulei, caro leitor, simples assim. As coisas estavam tão tensas que a menor ideia de ter que não só lembrar mas falar todos os ocorridos, narrando-os, me deixa enjoado e desanimado.

Então sim, três dias depois.

A vista do quinjet podia ser tão animadora quanto depressiva quando descemos: tudo era mato. Era bom porque era distante e quanto menos poloneses soubessem de novos moradores, menor o risco. Ruim porque... No meio do nada??

— A casa é grande e é azul, fica há trezentos metros daqui e é a única que tem por essas áreas. Não tem vizinhança perto e os armários e a geladeira estão abastecidos. Não por muito tempo e nós não podemos ficar pra comprar os mantimentos que vocês vão precisar.

 Sem problemas, T'Challa. Você já fez muito por nós. O resto a gente dá um jeito.  como eu não sabia, mas que a gente daria, isso aconteceria.

 A chave.  entregou pra mim — Se precisarem de algo mais difícil de encontrar, nos ligue. Manterei contato sobre as novidades do acordo e dos seus amigos.  contive a vontade de falar e perguntar se ele olharia Tony por mim e me diria como ele estava. Era algo que eu queria muito saber, mas...

 Obrigada por tudo. Sua ajuda está sendo muito importante.  mas enquanto eu ficava nessa de sim e não, Natasha se adiantou e agradeceu novamente. Talvez tenha sido melhor assim.

Nos despedimos e começamos a caminhada. Eu fui calado a maior parte do tempo, assim como levava as malas mais pesadas e acabava ficando poucos metros atrás.

A casa de fato era enorme. Mais espaço do que precisávamos, mas quanto menos usássemos, melhor. Mais fácil de acostumar com o que poderia vir.

No primeiro dia, só cuidamos de ajeitar tudo. A casa tinha quatro quartos, o que garantiu um pra cada. Eu não estava no humor de dividi-lo com Natasha, tanto porque não queria companhia como não era uma pessoa conversável na hora.

Dormimos separados mesmo, como eu queria no momento. Estávamos todos cansados  principalmente emocionalmente , então o tempo que passamos juntos foi só pra comer  ainda que tenhamos feito isso em silêncio por causa do nosso esgotamento interior.

No segundo dia, Wanda e Sam conversavam, ainda que pouco. Eu e Natasha permanecíamos calados, sofrendo sozinhos e cada um no seu canto. Não é que o o nosso amor tivesse se apagado ou que o nosso namoro tivesse ficado na Rússia, mas a gente entendia que estávamos quebrados demais, absorvendo todo impacto desse último ano pra focar em algo que era bom e envolvia nós dois.

Estávamos sofrendo, ainda que separados.

No terceiro dia, a comida já não foi suficiente pra nós quatro e por isso, Natasha decidiu ir na rua, por ser mais rápida, discreta, conhecer melhor o lugar e que sabe se virar melhor. A grande questão é que ela não voltou só com mantimentos.

 Precisamos de um disfarce.

Foi tudo o que ela disse pra explicar quando Wanda perguntou. Ela foi pra cozinha, deixando as compras na bancada e eu a segui, procurando entender o que ela pretendia exatamente.

 Somos foragidos, Steve.  começou sem me olhar  Está tudo muito recente, a briga na Alemanha, a sua com Tony, a minha traição. Nós estamos no topo da lista da Interpol, mais eu e você do que Wanda e Sam. Estamos em um país que a maioria nunca veio e sem usar nossas armas e objetos que costumávamos usar como Vingadores, mas ainda podemos ser reconhecidos. Sam é um homem negro numa maioria branca, você é um homem bonito demais pra passar despercebido e Wanda é muito reconhecida por causa dos poderes. Não sei por quanto tempo nós vamos ficar assim, mas eu não quero facilitar pro Ross ou qualquer uma das cadelinhas dele nos acharem.

Diário De Uma PaixãoWhere stories live. Discover now