“COMO ASSIM VOCÊ PULOU TRÊS DIAS NUM MOMENTO COMO AQUELE??
Pulei, caro leitor, simples assim. As coisas estavam tão tensas que a menor ideia de ter que não só lembrar mas falar todos os ocorridos, narrando-os, me deixa enjoado e desanimado.
Então sim, três dias depois.
A vista do quinjet podia ser tão animadora quanto depressiva quando descemos: tudo era mato. Era bom porque era distante e quanto menos poloneses soubessem de novos moradores, menor o risco. Ruim porque... No meio do nada??
— A casa é grande e é azul, fica há trezentos metros daqui e é a única que tem por essas áreas. Não tem vizinhança perto e os armários e a geladeira estão abastecidos. Não por muito tempo e nós não podemos ficar pra comprar os mantimentos que vocês vão precisar.
— Sem problemas, T'Challa. Você já fez muito por nós. O resto a gente dá um jeito. — como eu não sabia, mas que a gente daria, isso aconteceria.
— A chave. — entregou pra mim — Se precisarem de algo mais difícil de encontrar, nos ligue. Manterei contato sobre as novidades do acordo e dos seus amigos. — contive a vontade de falar e perguntar se ele olharia Tony por mim e me diria como ele estava. Era algo que eu queria muito saber, mas...
— Obrigada por tudo. Sua ajuda está sendo muito importante. — mas enquanto eu ficava nessa de sim e não, Natasha se adiantou e agradeceu novamente. Talvez tenha sido melhor assim.
Nos despedimos e começamos a caminhada. Eu fui calado a maior parte do tempo, assim como levava as malas mais pesadas e acabava ficando poucos metros atrás.
A casa de fato era enorme. Mais espaço do que precisávamos, mas quanto menos usássemos, melhor. Mais fácil de acostumar com o que poderia vir.
No primeiro dia, só cuidamos de ajeitar tudo. A casa tinha quatro quartos, o que garantiu um pra cada. Eu não estava no humor de dividi-lo com Natasha, tanto porque não queria companhia como não era uma pessoa conversável na hora.
Dormimos separados mesmo, como eu queria no momento. Estávamos todos cansados — principalmente emocionalmente —, então o tempo que passamos juntos foi só pra comer — ainda que tenhamos feito isso em silêncio por causa do nosso esgotamento interior.
No segundo dia, Wanda e Sam conversavam, ainda que pouco. Eu e Natasha permanecíamos calados, sofrendo sozinhos e cada um no seu canto. Não é que o o nosso amor tivesse se apagado ou que o nosso namoro tivesse ficado na Rússia, mas a gente entendia que estávamos quebrados demais, absorvendo todo impacto desse último ano pra focar em algo que era bom e envolvia nós dois.
Estávamos sofrendo, ainda que separados.
No terceiro dia, a comida já não foi suficiente pra nós quatro e por isso, Natasha decidiu ir na rua, por ser mais rápida, discreta, conhecer melhor o lugar e que sabe se virar melhor. A grande questão é que ela não voltou só com mantimentos.
— Precisamos de um disfarce.
Foi tudo o que ela disse pra explicar quando Wanda perguntou. Ela foi pra cozinha, deixando as compras na bancada e eu a segui, procurando entender o que ela pretendia exatamente.
— Somos foragidos, Steve. — começou sem me olhar — Está tudo muito recente, a briga na Alemanha, a sua com Tony, a minha traição. Nós estamos no topo da lista da Interpol, mais eu e você do que Wanda e Sam. Estamos em um país que a maioria nunca veio e sem usar nossas armas e objetos que costumávamos usar como Vingadores, mas ainda podemos ser reconhecidos. Sam é um homem negro numa maioria branca, você é um homem bonito demais pra passar despercebido e Wanda é muito reconhecida por causa dos poderes. Não sei por quanto tempo nós vamos ficar assim, mas eu não quero facilitar pro Ross ou qualquer uma das cadelinhas dele nos acharem.
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Diário De Uma Paixão
FanfictionIsso não é um diário! Okay é um diário, mas eu tenho uma reputação a zelar e se souberem que Steve Rogers tem um diário, vou estar ferrado. Esse... Caderno... Surgiu para que eu possa desabafar sobre meu amor não correspondido. Afinal, não posso diz...