22 de Junho de 2016

146 23 34
                                    

Fiquei estático por dois segundos tentando saber onde exatamente ficava Coveñas. Advinha? Não cheguei em nenhuma conclusão.

— Isso parece ser nome espanhol. É alguma cidade que faz fronteira? Tipo uma divisa?

Sam e Wanda continuaram a se olhar e conter o riso. Ao menos eles tentaram, mas aquilo estava começando a me deixar levemente aflito. Só não era totalmente porque eu confiava neles.

— Não me façam perguntar de novo. Aonde a gente tá?

Ignorei o som da voz de Natasha e dos outros dois. Meus ouvidos escutavam um barulho a mais, que antes não estava ali.

Era água, muita água. Água e vento. Gritos animados de crianças bem ao longe.

— Natasha, vem! — puxei ela pela mão, correndo, antes que se estressasse de verdade e a levei pela rampa do jato.

— Que infernos você está... — a voz dela perdeu todo o som quando contemplou a imensidão azulada bem na frente dela. Uma imagem de tirar o fôlego.  — Uau...

Aquela reação era meramente representativa pro que víamos. Era lindo. Deus, como era lindo. A areia branca e limpa cedendo espaço pro verde água que se transformava num azul tão profundo quanto suas águas.

As vozes das crianças que eu tinha escutado estavam muito ao longe, só se via pequenos seres correndo uns atrás dos outros.

Ali era como... Um paraíso particular.

— Gostaram?

Eu não tenho ideia de quanto tempo Wanda e Sam ficaram sem resposta, mas sei que foi um bom tempo. Eu congelaria tudo a minha volta, só pra ficar ali. Obviamente, com Natasha.

— É incrível. — minha voz saiu esganiçada, como seu eu não falasse há dias. A vista tinha tirado toda a minha capacidade de fala. — Muito incrível.

— Como vocês... Como?

— Não eram só vocês que tinham algumas economias guardadas. — Sam explicou a pergunta não feita de Natasha — Eu e Wanda juntamos as nossas. Esses últimos meses têm sido intensos demais, principalmente essa semana, então nós deliberadamente decidimos que merecemos um descanso. Todos nós.

— Isso é inacreditável... Isso é no Brasil?

— Hmm não. Eu e Sam já estávamos pensando em tirar um tempo de folga e já tínhamos começado a olhar alguns lugares. O Brasil era uma boa, mas é um país muito grande e entrar pela Amazônia seria quase um suicídio. A terra lá é muito bem vigiada.

— Muito bem vigiada. — Sam reforçou.

— Então procuramos um lugar de descanso e que não fosse tão óbvio. Que não fosse muito grande, nem muito conhecido e de preferência na América do Sul e vimos Coveñas. Estamos na Colômbia, numa cidade com menos de vinte mil habitantes, ainda que turística.

— Fizeram isso pela gente? — me virei para encara-los, incrédulo.

— Sim. — Wanda sorriu — Fazemos coisas loucuras incríveis quando amamos.

— Obrigado. De verdade. Por mim e por ela. — olhei pra Natasha, que ainda estava estática — Não precisava, mas...

— Steve, precisava sim. — Sam interrompeu — E é por todos nós.

Sam e Wanda voltaram pro quinjet pra pegarem as malas — já que eu saí desenfreado com Natasha — e nós dois ficamos.

— Eu queria dizer surpresa, mas até eu fui surpreendido. — ri pelo nariz, mas ela não desviou os olhos um segundo sequer. Não até eu convidá-la. — Quer ver mais de perto?

Diário De Uma PaixãoWhere stories live. Discover now