28 ━━━ Uma paz merecida

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— Pai, eu vou para Woodbury. — Carl falou fazendo questão de sair dos braços do pai. Rick massageou a testa cansado da mesma conversa.

Aurora se sentou na mesa observando a interação, aos poucos o rubor desaparecendo de seu rosto. Sua expressão ficou mais iluminada apenas quando sua mãe entrou com Hershel ao seu lado.

— Cumpri minha função lá, como todos vocês. — O menino pontuou enquanto seu pai se levantava do chão. E Solaris se aproximava de sua filha, sem o colete do traje — Matei um soldado do Governador. — Carl continuou e a mulher se sentou ao lado de Aurora, a menina fazendo questão de inclinar em seu toque.

— Um soldado? Um moleque fugindo? Ele nos achou por acaso. — Hershel tentou argumentar. Aurora assentiu com as palavras do mais velho. Ela sentiu sua mãe lhe apertar em seus braços.

— Não, ele sacou. — Carl retrucou alterando a voz. Rick olhou pro filho com sentimentos avassaladores.

— Ele estava abaixando a arma. — Aurora falou e os quatros a olharam, mas ela manteve seu olhar em Carl, que tinha uma expressão numa mistura traída e irritada.

Rick deu passos para trás com a revelação.

— Era meu dever protegê-los e foi isso que eu fiz. — Carl se virou para o pai — Eu vou para Woodbury com você. — ele não esperou a aprovação de seu pai e saiu para se arrumar.

— Querida, vamos lá. — Solaris segurou a menina a incitando a se levantar.

— Você não vai pra Woodbury, mãe? — Aurora perguntou enquanto subia as escadas ao lado da mulher.

— Não. Um grupo maior vai ficar aqui caso o Governador queira voltar. — Solaris explicou em uma sinalização — Então. Você quer contar o que aconteceu lá na mata? — ela perguntou quando entraram na privacidade de sua cela.

— O que há para dizer? — Aurora deu de ombros e sua mãe pressionou os lábios com a atitude da menina — Eu desmenti Carl. Ele não nos protegeu, mas matou aquele menino. O menino estava abaixando a arma, mãe, e ele atirou mesmo assim. — ela soltou freneticamente em suas sinalizações.

— Ele me disse para parar de agir como uma criança. Que você, ele, Glenn podem não está lá pra me proteger quando eu precisar. Quando eu estiver perdida na mata de novo. — Aurora continuou mesmo quando Solaris quis interromper — Eu fiquei com muita raiva, ele desconta tudo em mim e hoje foi a gota da água. Nossa amizade acabou. Ele não é mais meu amigo.

— Mamãe, não me faça voltar pra mata, por favor. — Aurora correu para a mulher envolvendo a cintura dela e escondendo seu rosto na barriga de sua mãe enquanto chorava com todo seu coração.

Solaris soltou um suspiro surpreso se inclinando para trás com o peso e rapidamente passava os braços em volta de sua menina. Aurora soltou tantas informações ao mesmo tempo que se não fosse acostumada com esse jeito da menina, não teria pegado as coisas que ela contou.

É claro que ela sabia de todo o trauma que sua menina sofria desde sua perda na mata, mas ela não imaginava que era tão grosseiro e intrínseco ao ponto de Aurora tremer em seus braços com a possibilidade de ir para a floresta novamente. E somado com as palavras de Carl, a criança estava à beira de um colapso.

Solaris soltou leves sussurros aconchegantes passando as mãos pelos cabelos e costas da menina enquanto a levava para se sentar na cama a trazendo para seu colo. Aurora prontamente se arrumou na nova posição, guardando seu rosto vermelho e catarrento no pescoço da mãe.

A mulher ficou assim até sua filha se acalmar, até Aurora colocar toda sua angústia para fora. Solaris nesse meio tempo, sinalizou pra Daryl não se aproximar agora. Ela não perdeu o olhar confuso e dolorido que o homem deu para a menina em seus braços antes de sair e dá a privacidade que elas precisavam. Até mesmo interrompendo a caminhada de Glenn que ia para a cela delas.

𝐑𝐎𝐂𝐊𝐀𝐁𝐘𝐄 | 𝐓𝐡𝐞 𝐰𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐝𝐞𝐚𝐝 Where stories live. Discover now