Capítulo 10 - Malfoys

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Draco Malfoy havia saído da enfermaria fazia algumas horas, estava sentado em uma poltrona no salão comunal da Sonserina, ele era o único ali, já que seus colegas de casa estavam em aula. Madame Pomfrey havia recomendado que o garoto descansasse, e não fizesse muita força. Apesar dos ferimentos estarem curados, a enfermeira não conhecia o feitiço lançado contra o garoto, e não sabia ao certo se teria algum efeito colateral.

O garoto estava sentado, aproveitava o tempo livre para colocar a matéria em dia, que estava muito atrasada. O garoto andará faltando a muitas aulas, e deixara de entregar muitos trabalhos. Concertar o armário semidouro estava ocupando grande parte de seu tempo. Pensar em métodos de matar o diretor do colégio, também consumia um bom tempo, na qual o garoto passava escondido na sessão proibida da biblioteca, ou em seu dormitório.

Ele estava terminando de escrever uma lição de poções, quando ouviu um barulho vindo da lareira, se levantou e se aproximou da mesma. Um fogo verde tomou conta, e em poucos segundos, o rosto de Lucio Malfoy apareceu no meio do fogo.

- Só pode ser brincadeira – Malfoy falou para si mesmo – Eu não posso ter um dia de paz? – ele revirou os olhos – Um momento de sossego? – ele bufou. E então, a imagem de seu pai começou a falar.

- Você é mesmo um inútil Draco. Sabe o desgosto que você está trazendo para nossa família? Você é uma vergonha para nosso nome, para nosso sangue. Primeiro, fica perambulando por ai com aquela asquerosa nojenta e suja da Weasley, não te mandei ficar longe de quaisquer aluno que não fosse da Sonserina? – o tom da voz aumentava a cada frase – Achei que com seu encontro com o Lorde das Trevas fosse te colocar no lugar, mas você é um garoto teimoso, metido a besta, sua tia resolveu intervir, mas nem assim você tomou jeito, não consigo acreditar que você deixou Potter te atacar, seu covarde. Voldemort está desconfiando da sua lealdade, todos estão ninguém acredita que você é capaz de concluir a missão, e acho que eles estão certos. Como pude criar um filho tão inútil? Não ouse voltar para casa enquanto não terminar sua missão. Não ouse falhar Draco. Nosso futuro está em suas mãos.

E antes que o garoto pudesse responder gritar, retrucar, a imagem desapareceu, e o que restou foi apenas uma lareira comum.

- EU SÓ QUERIA TER A DROGA DE UMA VIDA NORMAL - o garoto começou a quebrar alguns objetos do salão comunal.

Desde muito pequeno, Draco Malfoy era controlado pelos seus pais. Ele não poderia escolher o que iria vestir o que iria comer, ou com quem se sentaria ou conversaria. Tudo era ordenado pelo seu pai. Um homem severo, com atitudes esnobes, um comensal da morte dos mais fieis lorde Voldemort. Quando Draco entrou para Hogwarts, recebeu instruções exatas do que fazer. E uma delas, era não se misturar com qualquer aluno que não fosse de sua casa, muito menos com algum sangue-ruim, ou de alguma família traidora do sangue. Draco via seu pai como um exemplo, tinha grande apreso e admiração pelo homem. Acreditava fielmente nas palavras do pai. Mas com o passar dos anos, ele foi percebendo que não era tão certo assim. Muitas vezes Draco acreditará em Harry Potter, mas não poderia expor. Draco foi notando a diferença entre bem e mal, e percebeu que seus pais estavam do lado cruel. Afinal, cada passo em falso que o garoto dava, recebia severos castigos ao voltar para casa. Uma vez, em seu primeiro ano, o garoto ajudou uma menina da lufa-lufa a encontrar a sala de defesa contra artes das trevas, uma lufana nascida trouxa. Apenas por ajudar a garota a chegar até a sala de aula, Draco apanhou do pai quando chegou a sua casa para as férias. Naquele dia, Lucius Malfoy fez o garoto escrever a frase "Não devo me juntar com sangues-ruins", trezentas vezes. Onde o garoto não podia comer e nem fazer nada antes de terminar.

Mas era sua família, então ele concordará, achava que era o melhor para si mesmo, então seguia os passos dos pais. Esforçava-se para trazer orgulho a eles. Esforçava-se para honrar o nome da família. Todas suas escolhas baseavam-se em honrar o nome da família, conquistar gloria e poder e ter a atenção daqueles ao seu redor. Mas as coisas mudaram. Tudo na vida do garoto mudou. Em uma noite estrelada, quando ele andava pela floresta proibida. Quando fora atacado por um cachorro. Ninguém sabia o que havia acontecido naquela noite. Nem mesmo Draco conseguia entender. Mas quando Draco viu a garota de cabelos cor de fogo ir buscar o animal, sentiu que sua vida estava prestes a mudar. Algo dentro dele estava prestes a mudar. E, contra seus instintos e princípios, Draco foi gentil. Ofereceu um chocolate a garota, perguntou sobre suas matérias preferidas, e em poucos minutos, estava conversando com a ruiva, como se fosse uma velha amiga de infância.

No salão comunal da Sonserina, Draco continuava a tacar objetos na parede, com ódio no olhar.

- Eu só queria ter uma vida normal – ele falava para si mesmo.

Mas, sabia que não era possível. Ele era a merda de um comensal da morte. O mais jovem a se aliar a Voldemort. O garoto havia torturado pessoas inocentes. Havia visto pessoas inocentes serem brutalmente assassinadas na sua frente. Draco Malfoy sentia que não existia vida dentro de si. Sentia que não existia luz. Não existia nada. Se um dementador aparece ali naquele momento, nada faria. Já que não havia felicidade para ser sugada. 

There's a light in youWhere stories live. Discover now