Capítulo 16 - Porque eu amo suas panquecas

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Louis conhecia muitas palavras. Homizio: sinônimo de abrigo, esconderijo da justiça, refúgio; aprendeu essa lendo um de seus livros favoritos aos quinze anos. Ígneo: característica daquilo que é ardente e caloroso; não se lembra de ter aprendido, foi uma dessas palavras que passa a fazer sentido por osmose. Cuntatório: em que há demora; chegou na faculdade sem o conhecimento dessa palavra, mas aprendeu durante seu primeiro trabalho dissertativo.

Conhecia termos que descreviam comportamentos, aparências, impressões, sentimentos. Palavras que caracterizavam o impossível. A mais alta das felicidades e a pior das dores, o estado de dormência entre os dois.

Contudo, mesmo com seu julgamento nublado pelas sensações do toque de Harry em sua pele e o calor de sua língua contra seus lábios, Louis tinha a certeza que não existia nenhum outro verbete que descrevesse melhor o que sentia senão devoção.

Entrando no apartamento de Harry, o ambiente escuro no SoHo, após um trajeto de carro repleto de carícias e "Namorados, consegue acreditar?", "Consigo, estava lá quando a gente decidiu", Louis só conseguia se sentir sortudo por ter o corpo de Harry contra o seu na parede não mais gelada da sala de estar.

- Ei. Louis. - Harry beijava seu pescoço com toques molhados e urgentes. - Louis. - O mais baixo tinha uma de suas mãos emaranhada nos cachos longos do namorado, segurando com força e mantendo seu rosto no local que ele gostava tanto. - Louis, Louis, Louis.

Harry tirou a mão da nuca do outro e a colocou em seu peito empurrando sem muita força para que se afastassem.

- Louis. - Ele engoliu com força e respirou fundo, tentando formar uma linha de palavras que fizesse sentido. - Louis, não quero que- Ele para por um momento para mais um beijo no namorado. - Não quero que você pense que só porque a gente já 'tá aqui você precisa fazer isso.

Louis negou com a cabeça com pressa. Voltou a colocar as mãos na nuca do outro e o puxou para mais um beijo, desesperado por qualquer forma de contato.

- Não, Louis, escuta. - Harry se separa de novo, extremamente contra sua vontade. - Calma, Chérie. - Ele para com uma das mãos em cada lado do corpo menor e respira fundo. - Calma, ok? A gente veio até aqui e, porra, como eu quero continuar, mas se você ainda não quiser eu entendo, viu? Se você quiser parar e ver um filme, tudo bem, eu só vou precisar de uns minutinhos no banheiro antes, mas eu topo. - Ele falava agitado, sem dar tempo que as ideias se concluíssem antes de adicionar outra.

Os dois riem por um segundo da piada de Harry em um momento em que a tensão era quase palpável, mas Louis se aproxima e entrelaça as duas mãos nos cabelos de Harry, agora já bagunçados e embaraçados nas partes mais perto do pescoço, a responsabilidade toda dele, que aprendeu bem rápido que o namorado gostava de um pouco mais de pressão naquela parte. Com calma, como se a vontade e a antecipação tivessem se dissipado no ar quente entre eles, o garoto de olhos azuis, que se encontravam fechados, levou seus lábios até a curva entre o lóbulo da orelha e o maxilar de Harry, deixando um beijo demorado ali.

Harry sentia seu coração batendo em cada parte de seu corpo, mas especialmente naquelas que estavam sob o toque de Louis. Ele tinha falado sério, pararia no instante em que o outro o pedisse, mas queria muito que ele também o quisesse e o confiasse aquela parte de sua intimidade. Não entendia como Louis estava tão controlado de repente quando ele próprio sentia um frio intermitente na parte baixa da barriga, se alastrando e crescendo aos poucos até atingir a virilha, quase uma onda de dor.

Mexendo os dedos de leve nos cachos mais curtos da nuca de Harry, Louis se sentia em êxtase. Suas unhas curtas iam e voltavam em movimentos circulares enquanto ele pensava em uma resposta apropriada à pergunta do outro que não fosse um "Sim, Harry, tenho certeza!" desesperado.

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