Capítulo 7 - Me pergunte se eu posso amanhã

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Louis estava parado em frente ao quadro de avisos de seu corredor, mesmo sendo sábado de manhã. Ele sabia que não encontraria um bilhete de Harry, em primeiro lugar, porque não era segunda e em segundo, porque era muito cedo, e ele sabia que o outro tinha passado toda a noite em uma festa, então imaginava que ele iria dormir até que todo o álcool saísse de seu corpo, o que poderia demorar um bom tempo.

Na verdade, Louis procurava por um estágio. Ele fazia questão de olhar cada canto daquela moldura todos os dias tentando encontrar algum anúncio que pudesse ser benéfico para sua carreira, tentava fazer o máximo de contatos quanto fosse possível na área porque sabia que a vida depois da faculdade não ficaria mais fácil. Mas nada. Parecia passar os olhos por vagas para todos os outros cursos e áreas, exceto o seu. E, céus, ele queria tanto a oportunidade de botar seus conhecimentos à prova. Esse era o objetivo daqueles anos na NYU, o objetivo das noites mal dormidas entre pilhas de livros. Todo o objetivo de sua vida, para falar a verdade.

O que Louis não sabia é que Harry não só estava acordado como não tinha conseguido fechar os olhos por um minuto sequer durante a noite. Primeiro a culpa, depois a indiferença, depois tentando consertar o que ele pensava que tinha quebrado. Ele tentou se convencer de que tinha sido apenas um beijo, insignificante. Mas se realmente não tinha importância, por que o matinha acordado? E esse questionamento fez com que ele ficasse alerta por mais algumas horas até que ele entendeu: não era um beijo insignificante, não era só mais uma pessoa que ele beijou antes de Louis.

Ele queria que fosse a última.

E claro, poderia parecer exagerado, mas Harry não achava que Louis seria de fato a última pessoa que ele beijaria na vida. Ele só não sentia vontade de beijar mais ninguém naquele momento. Quando ele pensava nos lábios de Louis, a sensação era diferente do resto, era euforia e calma, exatamente na mesma proporção.

Por isso, quando Niall acordou, encontrou Harry na cozinha de seu apartamento com uma pilha de panquecas e calda de chocolate na sua frente e graças à todos os anos de convivência o amigo sabia que ele tinha um plano e precisaria de sua ajuda, porque esse era o prato que Harry cozinhava quando queria persuadir. E era uma pilha muito grande de panquecas.

Liam já estava de volta ao apartamento junto de Sophia após passar a noite no dormitório da namorada, já que sua colega de quarto tinha trancado o curso e os dois tentavam, telepaticamente, decidir uma maneira educada de pedir "Soph, nós te amamos mas será que você pode sair da sala para que a gente possa discutir a vida amorosa fracassada do Harry? Obrigado".

- Ei, Liam, você pode vir aqui um minutinho? - Harry chama do quarto e Liam precisa tirar os braços da cintura da namorada para andar até ele. - Você contou para a Soph? Sobre... você sabe. - Ele sussurra.

- Contei, por que? - Liam fala casualmente, com a voz em uma altura considerável.

- Ah, seu casinho. - Ela cerra os olhos - Eu estou sabendo de tudo, Harry. - A garota diz depois de engolir um pedaço das panquecas que tinham sobrado. - Mas sabe, eu já sabia antes do Li me contar, antes mesmo até de você saber. As mulheres sabem de tudo.

- Ah ótimo - Harry joga as mãos para o alto e deixa cair ao lado de seu corpo, fazendo um barulho alto quando batem em suas coxas coberta pela calça skinny. - pra quem mais você contou?

- Ninguém, meu deus, eu não sou um idiota que não sabe guardar segredos, eu só me recuso a fazer isso com a minha namorada. - e Liam queria muito acreditar nisso. Queria acreditar em suas próprias palavras mas sabia que não era verdade. Ele sabia, há um bom tempo, que mantinha uma parte de sua vida escondida da namorada. De todos, na verdade.

- Certo... - Harry continua. - Eu fiz uma besteira e agora preciso consertar. Fiquei a noite toda pensando em um plano, mas eu preciso da ajuda de vocês.

Paper RingsWhere stories live. Discover now