41- Só o começo

964 86 148
                                    

- O que você está fazendo aqui? – ele disse ao abrir a porta, a irritação cobrindo sua voz e seus olhos verdes.

- Ela está aqui?

- Ela quem?

- Está? – perguntei novamente, tendo certeza que ele sabia de quem eu tratava.

- Não.

Assim que ele disse, empurrei a porta e passei por ele entrando rapidamente no seu quarto. A cama impecavelmente arrumada, a janela aberta dando visão de um dos outdoors da Times Square. Esse em específico não tinha nenhuma propaganda e revezava entre vídeos da natureza. Pássaros voando, rosas desabrochando, folhas balançando no vento.

Depois de encarar os vídeos por alguns segundos, me virei para ele, de braços cruzados, fazendo uso da coragem que me restava. Era agora ou nunca.

- Preciso conversar com você. – apontei – Sobre o que está acontecendo.

- E o que mais você precisa dizer?

- Eu não quero que fiquemos assim. – eu disse.

- É... – ele disse com uma risadinha de escárnio – Isso realmente resolve as coisas.

- Eu te disse que sinto muito. – eu rebati – Eu sinto de verdade.

- E você acha que isso desfaz tudo? – ele pergunta – Eu realmente gostaria de entender como sua cabeça funciona.

- E eu gostaria de entender a sua.

- Quem fica tomando atitudes confusas o tempo todo é você.

- Eu? Só eu? – perguntei com a mão no peito, levantando o tom de voz pela indignação – Qual é! Você teve atitudes confusas mais de uma vez. – eu acusei, cansada de ser apontada o tempo todo.

- Quer saber por que? – ele perguntou irritado – Por mais que eu goste muito de estar com você, você bagunça minha cabeça e me causa um mal imensurável.

- Por que? – eu perguntei, com o tom suavizado – Como?

- Você simplesmente me faz questionar coisas que eu tive certeza durante anos.

- E isso é um problema? – minha voz sai num fio.

- Em partes, – ele bufou e bagunçou os cabelos – porque eu não consigo mais ficar longe de você.

- E porque não? – ele fixou seus olhos profundos nos meus. Senti um arrepio, mas ignorei.

- Porque você me deixa maluco! – dessa vez ele gritou e me empurrou contra a parede – E pior de tudo: eu gosto, Jade.

Eu fiquei encarei seus olhos tensos, respirando pesado, Harry nunca me assustava assim, então era estranho estar naquela situação de novo. Estava tão atordoada que nem tinha percebido o que ele tinha feito.

- Corta. – Connor falou cansado, Harry tirou sua mão da parede e a outra minha cintura, se afastando de mim – Está ótimo, Harry. Mas você chamou ela de Jade, de novo. – ele bufou – Por que vocês continuam fazendo isso?

É, eu também gostaria de saber.

- Vamos fazer uma pausa, ok? 5 minutos.

Amanda correu até mim com uma garrafa d'água, eu abri e bebi devagar, me concentrando no que eu estava fazendo para não surtar. Já era a 3ª vez que gravávamos aquela cena, no mesmo plano, porque ele continuava me chamando de Jade.

Aimlessly |H.S|Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora