Consequências

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Serkan está perdido. Não sabe o que fazer. Esse descontrole da mente não é seu modus operandi. Ele está constantemente tenso e confuso. Não é diferente agora. Ele não sabe para quem ligar. Há uma voz muito forte dizendo, não, gritando "LIGUE PARA EDA!", mas ele não lhe dá ouvidos. Acaba ligando para Selin.

Não dura um minuto a conversa. Ele queria horas com Eda.

Ele não resiste e vai atrás dela. Não precisa conversar, ela nem precisa lhe ver. Ele só quer vê-la. Talvez ele se acalme um pouco.

Deu tudo errado.

Ele encontrou Eda, mas ela não estava sozinha.

Havia aquele Emir. Ele pensa com tanto desdém que o sentimento traspassa para sua expressão que se torna uma careta de nojo.

Que ódio! Ele estava lá com ela, fazendo o quê?

Ele estava tocando a Eda de novo! Ela é MINHA NOIVA. Não deveria receber esses cortejos de ninguém além de mim.

O que você está pensando, Serkan? Quer beijar a mão dela também?

Não. Eh... Sim. Não! Claro que não, só que ele não sabe que o noivado é falso. Que cara desrespeitoso!

Mas... Será que ela gosta dele? Será que ele tem mãos bonitas, é carismático e tem voz e sorriso bonito?

AARRGGH!

Por que a Eda tem que ser tão teimosa? Por que não se afasta desse cara? Por quê? Por que eu me importo tanto com isso, com ela?

Uff...

Por que meu coração dói?

Algumas horas mais tarde, Emir está em seu escritório junto com o hacker que conseguiu contactar. Quem tem contatos, tem tudo – ele pensa, satisfeito.

— Emir Bay, este é o IP do telefone utilizado para tirar essas fotografias.

— IP? O que é isso?

— É basicamente um CPF eletrônico para os dispositivos e as conexões.

— E o que eu vou fazer com esse bando de números? Você pode rastreá-los para mim?

— Posso, mas custará um valor a mais.

— Argh, tudo bem. Me entregue logo esses dados, tenho pressa! – diz, transferindo o valor para uma conta na deep web, como o rapaz pediu. Sigilo é a alma do negócio. – Seu dinheiro está na conta.

— É um prazer fazer negócios com você, Emir Bey. – o jovem rapaz diz, entregando um envelope para Emir com uma mão e lhe cumprimentando com a outra.

— O prazer foi todo meu. Continue fazendo um bom trabalho e agradando pessoas como eu, nunca se sabe quando irá precisar, não é? – ele responde, apertando firme a mão do hacker e com um olhar intimidador. – Agora já pode sair.

Emir se senta, muito animado em ser tão ágil em atender a um pedido de Eda. Ela vai cair aos meus pés.

Mas seu sorriso cai rapidamente de seu rosto.

Isso porque ele conhece o nome, dono do IP encontrado. Kaan Karadag.

Enquanto Ceren vai à cozinha preparar um café para as duas, Eda recebe uma ligação. É Emir.

— Alô, Eda?

— Olá, Emir.

— Venho com notícias sobre as fotos.

— Sério?! Já? Que rapidez! – Eda se anima.

— Meu amigo não conseguiu rastrear o IP, infelizmente.

— Ah. Tudo bem, Emir. Agradeço sua ajuda mesmo assim.

— Não há de quê. Mas acredito que conseguirá o que procura. Me dê notícias, sim?

— Inshallah, Emir. Dou notícias sim, pode deixar.

— Boa noite, Eda.

— Boa noite. – Ela desliga.

Do outro lado da linha, Emir atira o celular na parede com raiva.

Ceren volta da cozinha e serve café para as duas.

— Você é demais. – diz Eda.

— Você está melhor, Srta. Eda? – Ceren fala preocupada, mas em tom de brincadeira.

— Evet. Eu preparei o relatório sobre a transferência do projeto para o território. Serkan vai se arrepender de não trabalhar comigo. – Ela diz, convicta.

Ceren olha para amiga, incrédula, mas bem humorada. A cega não enxerga o que está acontecendo? Me poupe, Eda.

— Lutfen... Não é ele que não quer trabalhar com você, é você que não quer trabalhar com ele. – Ela aponta a verdade, achando graça.

— Certo. – Eda não nega. – Eu também deixarei de lado essas acusações, e não quero mais nada.

— Quando Fifi encontrar as provas, você não terá nenhuma acusação. Seu eu pudesse fazer a jornalista falar... Teríamos resolvido com uma fotografia, mas não deu certo. – Ceren lamenta para a amiga.

— Ela disse que olhou no lixo, certo? – Eda pergunta. Ceren confirma com um aceno. – Que pessoas estranhas podem fazer isso?

— Na verdade, sabe o que foi mais estranho? Meu encontro com esta mulher. Ela já queria revelar a fonte da notícia, mas mudou de ideia no último momento. Mas o comportamento dessa mulher mudou 180 graus após a chegada de Selin.

— Selin estava lá também?

— Hm rum. Ela disse que isso também se aplica à RP. Ela definitivamente ouviu isso de Piril.

— Um pouco mais e ela teria me jogado para os jornalistas por causa de sua função de relações públicas. – Eda ironiza.

Mas as engrenagens da advogada já funcionam a mil por hora...

— Olha o que eu digo: depois que Selin veio a nossa mesa, ela entregou o telefone à Sra. Fatma. Ela disse algo como "me dê seu número" ou "pegue meu número"... eu não ouvi exatamente. Mas tudo o que aconteceu, ocorreu naquele momento. O comportamento da mulher mudou.

A mente de Eda entra na teoria do crime.

— Ceren... Selin pode estar envolvida no caso do nosso contrato ter vazado para a imprensa?

— Eu acho que pode estar. Mas não tenho como provar.

— Ela pode ter feito isso?

Ceren confirma. Eda fica indignada com a possibilidade.

— Ela faria isso com um parceiro de negócios, ex-namorado e amigo de infância? – ela pergunta, perplexa.

Ceren confirma outra vez. Sua expressão é o ranço puro por Selin. O squad de Eda Yildiz não falha com ela.

— Está bem, vamos marcar Selin. – Eda diz, encerrando o assunto. – Eu digo, é melhor eu levar este relatório para Serkan agora a noite. Não vou esperar pela manhã.

— Por quê? – indaga a advogada.

O cérebro de Eda está lhe pregando peças. Melhor dizendo, seu coração. Ela nem cogitou a possibilidade que Ceren percebeu instantaneamente.

— Aham.. Para ele saber o quão rápido eu fiz. – ela responde. Uff, Eda. Que justificativa ridícula. — Além disso, que ele não pense que trabalhei atpe de manhã, entendeu?

Ceren balança a cabeça em negação. – Você não precisa provar nada para Serkan. – Ela aperta os olhos, olha desconfiada para a amiga. – Você tem motivos para vê-lo? – questiona.

— O que isso tem a ver? Eu não quero vê-lo. Não seja boba. – Eda responde — Isso não tem nada a ver. Está bem! Eu não vou. Eu não vou.

Eda balbucia. Não convenceu Ceren, nem a si mesma. Não vou. Afinal de contas, o que eu poderia fazer lá hoje, posso muito bem fazer amanhã.

Mas não adianta seu trabalho mental, nem os questionamentos desconfiados de Ceren. O que Eda realmente deseja, ela não quer deixar para amanhã...

Ver Serkan Bolat.

Uma História de amor EdSerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora