O sofrimento de ambos

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Era difícil, mas Eda continuava tentando, forçando-se a ficar calma. Os minutos de espera pareciam horas, mas em pouco tempo Emir chegou. Ela não viu outra alternativa a não ser ligar para ele. Ele sempre se mostrou gentil e preocupado com o seu bem-estar. Não foi diferente dessa vez.

Os pneus do carro de Emir lançam pedrinhas e poeira longe, com o poder dos freios em exibição. Realmente, ele veio correndo!

— Eda! O que aconteceu? Está tudo bem? – ele pergunta antes mesmo de fechar a porta do carro.

Emir contorna o veículo e rapidamente alcança Eda. Ele percebe sua aparência abatida e, não perdendo a oportunidade, limpa as lágrimas no rosto dela com os polegares.

Em qualquer outro dia, Eda não permitiria a qualquer pessoa se aproximar tão facilmente. Mas este não era um dia comum.

Por um momento, ela não responde. Ainda está concentrada em respirar. Eu não vou desabar aqui!

— Só me leve para casa, luften.

Emir, não querendo desagradá-la, não diz mais nada. Com uma mão nas costas dela, ele a conduz ao carro. Não sei o que aconteceu, mas, Allah Allah, que oportunidade!

Pelo canto do olho ele percebe o noivo de Eda vindo, qual era o nome dele mesmo? Serkan! Idiotân, melhor. Aposto que ele vacilou. Ótimo!

Fingindo não ter visto nada, ele acelera a ida para o banco do motorista, assim como o motor do carro, que lança em disparada na estrada, com a desculpa de que vai obedecer ao pedido de Eda. Ela não percebe Serkan correndo atrás deles até desistir de alcançá-los quando chega ao portão...

Já havia passado alguns minutos desde que o carro de Emir virou a esquina. Todavia ele continuava a encarar o horizonte em que Eda tinha desaparecido de sua visão.

O que. Ela. Estava. Fazendo. Naquele. CARRO?!

A visão turva do ciúme dissipou parcialmente. A raiva reinava no semblante de Serkan. Ele percebeu que estava encarando um ponto no nada e deu meia volta, fechando o portão com força.

Por dentro o homem era um metro e oitenta de fúria. Um turbilhão de pensamentos passava em sua mente naquele momento. "O que tinha acontecido ali? Por que ele veio buscá-la? Eles tinham algo? Era por isso que ela me afastava constantemente nesses últimos dias?"

Todos os músculos tensos. As veias das têmporas saltavam. As narinas abertas procurando ar pra trocar e com o insistente aperto no peito. Suas passadas eram pesadas. Sem a classe de sempre, perdida parcialmente por causa dela – como aquela vez, naquela briga no escritório, antes do contrato, quando o chamou de robô pela primeira vez.

Seus passos pareciam uma repetição daquele dia.

Outra vez, cada pegada era um marco de sua frustração.

De novo, ele estava fora de controle.

Mais uma vez ele a viu partir sem poder fazer nada.

Todos estavam boquiabertos. Seyfi, Sra. Aydan, Leyla, Erdem, Engin, até mesmo Piril. O que foi aquilo? Que cena de raiva foi aquela de Serkan?! Ainda mais com sua noiva! Pobre garota. Falando nele, lá estava Serkan de volta.

Parecendo incrivelmente mais irado do que antes, Serkan volta ao pátio de sua casa atirando objetos por todos os lados, transferindo sua ira para os utensílios domésticos quebrados. Sua mãe e Seyfi desistem de compartilhar os quitutes preparados e saem, ou fogem dali, de sua ira.

— Ele disse para a Srta. Eda sair? – sussurra Seyfi, incrédulo e, ao mesmo tempo, ferido pela estrela.

— Eu vi. – responde a Sra. Aydan. Ela estava perplexa com a atitude de seu filho. Sem condições. Nem ela queria ficar ali mais. – Vamos. Vamos embora.

Uma História de amor EdSerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora