"Majestade. Vai receber um recado em breve. Esteja preparado."
A situação de Andunëar finalmente se estabilizou após o casamento de Aria e Tumen. Mas a suposta paz que abraçava o reino do Mar do Leste é desfeita quando Tumen recebe uma mensagem escr...
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Após a retirada de San Ruinlach, Aria retornou ao acampamento. Seus braços tremiam devido à exaustão muscular. Foi em direção à tenda de John, pois era ali que sempre se reuniam após uma batalha, para relatar. O exterior da tenda estava repleto de soldados com expressões ansiosas e Aria notou uma irmã de caridade seguida de Evie entrando no local. A rainha se aproximou e um soldado veio até ela.
– Majestade – ele saudou. Estava exausto e todo sujo de sangue. – General John pediu que deixassem o relatório para amanhã.
– Por quê? Aconteceu alguma coisa? Por que estão aglomerados aqui?
– General John está ferido – respondeu o soldado.
Aria sentiu um aperto do peito. Estava tendo calafrios desde o começo da batalha. Ela sabia que alguma coisa ruim havia acontecido.
– Eu quero vê-lo! – disse Aria.
Enquanto passava por entre os homens, outro soldado apareceu ao seu lado.
– Minha senhora – A aflição no rosto dele fez Aria se sentir ainda pior. – Sua Majestade está lhe procurando. Ele também foi ferido durante a batalha.
Aria precisou se esforçar para não gritar e chorar. Ela apertou o braço do soldado que lhe dera a notícia.
– Leve-me até onde ele está.
O soldado foi abrindo caminho por entre a multidão até chegar à tenda real. Ele levantou o tecido na entrada para que Aria passasse. A armadura de Tumen estava largada no chão, tão imunda de sangue que Aria pensou que fosse desmaiar.
– Tumen! – chamou ela, sua voz trêmula. – Tumen?
– Aria, estou aqui – disse ele detrás do biombo.
A rainha deu a volta no biombo e encontrou Tumen sentado na cama, a cota de malha manchada de sangue ao seu lado, a manga de sua túnica cortada no chão e uma Irmã de Caridade terminando de tirar a ponta de flecha cravada em seu braço esquerdo. Tumen gemeu de dor. Aria correu para o seu lado e segurou a mão do marido. Ele se assustou ao ver o rosto dela sujo de sangue.
– Seu rosto? O que aconteceu? – ele perguntou visivelmente nervoso.
– Este sangue não é meu – disse Aria. – Não se preocupe comigo. Estou bem.
Aria focou sua atenção no que a Irmã de Caridade estava fazendo. Ela limpou o ferimento, fez uma pequena sutura, colocou uma cataplasma para ajudar na cicatrização e enrolou o braço dele com bandagens, deixando-o imobilizado e suspenso por uma faixa amarrada em redor do pescoço.
– Majestade, evite movimentar seu braço o máximo que puder – disse a Irmã. – Por sorte, a flecha não perfurou muito, mas a lesão ainda é séria. Virei novamente amanhã para trocar o curativo.
– Sim, obrigado.
– Está ferida, minha senhora? – a Irmã perguntou, virando-se para Aria.
