"Majestade. Vai receber um recado em breve. Esteja preparado."
A situação de Andunëar finalmente se estabilizou após o casamento de Aria e Tumen. Mas a suposta paz que abraçava o reino do Mar do Leste é desfeita quando Tumen recebe uma mensagem escr...
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A notícia se espalhou pelo acampamento como fogo em palha seca. Em questão de dias, todos sabiam que a rainha de Andunëar estava esperando um herdeiro. Com isso, o modo como tratavam Aria também mudou. Suas refeições passaram a ser servidas na tenda real de maneira frequente e tiveram melhorias, na medida do possível para tempos de guerra. Onde quer que a rainha fosse, era escoltada por seus arqueiros. Olhos atentos a vigiavam, dia e noite.
Enquanto isso, os comandantes, acompanhados de Razar, se reuniam na tenda de John todos os dias, para reestruturar as formações do exército e preparar a estratégia para a próxima batalha. Razar estava se saindo bem no comando, e a confiança de Aria e de John pelo rapaz crescia ainda mais.
Uma semana se passou, e o exército se preparou o melhor que pôde durante esse tempo. Os soldados com ferimentos leves já estavam parcialmente recuperados e prontos para lutar. Tumen já conseguia movimentar o braço com mais facilidade, embora ainda sentisse dor. John ainda estava com ataduras na cabeça e sobre o olho esquerdo, mas também já apresentava melhoras.
Na manhã da batalha, Aria ajudou Tumen a colocar a armadura, entregou a ele um escudo e Defensora. Tumen a encarou longamente antes de lhe dar um beijo terno na testa. Ele passara toda a noite anterior abraçado à Aria, recusando-se a soltá-la por um segundo sequer.
– Não sobrecarregue o braço machucado – lembrou-o Aria. – Pedi para Philip trazer um escudo leve, mas resistente.
– Eu tenho uma esposa muito atenciosa – Tumen brincou.
– Não se desconcentre. Foco total durante a luta – continuou Aria, ignorando o comentário de Tumen.
– Não vou me desconcentrar – disse o jovem rei. – Não tenho motivos para me preocupar hoje. Você estará segura aqui.
– Exatamente. Estarei segura. Mas, também quero que retorne seguro para mim.
– Eu sempre retorno – Tumen sorriu.
– Tumen! – Aria bateu de leve no peitoral da armadura. – Não brinque em um momento como este. Estou falando sério.
– Eu também estou falando sério – ele disse.
– Estarei cuidando dos feridos enquanto isso. As Irmãs estão precisando de muita ajuda.
– Muito bem! Já está na hora – o olhar de Tumen ficou sério. – Deseje-me sorte!
– Boa sorte! – Aria sorriu, embora seu coração estivesse descompassado pela ansiedade. – Volte logo para mim.
– Vou voltar – Tumen a beijou mais uma vez e saiu da tenda.
Aria o acompanhou com o olhar. Enquanto o via avançar para mais uma luta, seguido de seu exército, o aperto em seu coração ficou mais forte. A sensação de não poder acompanhá-lo, de não estar ao lado dele, fazia Aria se sentir incapaz. Mas ela não arriscaria mais. Mesmo relutante, escutaria Tumen, confiaria nele e cuidaria da gravidez.
