Capítulo 15 - Danos

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Dentro da tenda Tumen se encontrava de joelhos, ofegante, a espada ainda em suas mãos trêmulas

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Dentro da tenda Tumen se encontrava de joelhos, ofegante, a espada ainda em suas mãos trêmulas. John se aproximou cauteloso, e com cuidado afastou a lâmina das mãos de Tumen. Aria se abaixou ao lado dele e o abraçou. A rainha ficou ali, até que Tumen parou de tremer em seus braços.

John e Aria não disseram uma palavra. Apenas o apoiaram, ficando ao lado de Tumen. Não o julgaram pelo ato de fúria, que não era do feitio dele. Quando se acalmou, Tumen se levantou, notou suas mãos, armadura e roupas sujas de sangue. Lavou as mãos numa bacia com água e se livrou das peças de armadura e roupas com sangue. Prontamente Aria lhe entregou uma nova troca. Após vestido, Tumen se sentou na cama, suspirou longamente e finalmente falou.

– Peço desculpas pelo meu ato – ele disse. – Eu não devia tê-lo matado. Poderíamos tê-lo usado como fonte de informação.

– Não peça desculpas – disse John com voz firme.

– Mas, John...

– Tumen! – o general gritou, sobressaltando os dois jovens monarcas. – Não se deve pedir desculpas por matar alguém em uma guerra. Poderíamos, sim, usá-lo para conseguir informações, mas ele era nosso inimigo. Ele matou dois dos nossos, causou desordem no acampamento. Ele desrespeitou você diante do seu exército. Se você não o tivesse matado eu mesmo o teria feito. Por isso, Tumen, não peça desculpas.

Tumen levou as mãos ao rosto. Ele chorou e soluçou. Só podia fazer aquilo na frente das duas pessoas que estavam ali. Não se preocupou com sua posição, ele só queria chorar.

– Chore, meu amigo – a voz de John se suavizou. – Chore o quanto quiser. Aproveite para fazer isto enquanto estamos aqui. Ontem você perdeu sua primeira batalha, hoje você matou um homem. Não foi a primeira vida que manchou suas mãos e nem será a última. Chore como um jovem rapaz de dezessete anos que você é e não como o soberano que carrega nos ombros a vida de seu povo.

Em um canto da tenda, Aria também tentava esconder suas lágrimas enquanto limpava a lâmina de Defensora, que ela pegara das mãos do general.

– Por hoje, vocês dois já fizeram o suficiente – continuou John. – Eu resolverei o que for necessário durante o resto do dia. Descansem, esfriem a cabeça. Esqueçam, apenas por enquanto, a posição em que estão.

John deixou a tenda real desejando que tudo ficasse bem. Retornou ao local onde estava o corpo do espião. Seus soldados rapidamente haviam cuidado de tudo. O corpo havia sido coberto por uma esteira de palha. Os homens pareciam bastante calmos, como se nada houvesse acontecido. Um deles se aproximou de John.

– Ordens, senhor – ele pediu.

– Cessar a ação Torre Prateada – disse John. – Espalhe a notícia por todo o acampamento. Mas peça para que os soldados que estão protegendo as Irmãs e os voluntários mantenham posição. Pelo menos até descobrirmos os danos que o espião causou.

Série Guerreira - Livro 3 - Hîth DagorWhere stories live. Discover now