Capítulo 18

7 3 0
                                    

Às cinco da tarde, Gianluca acordou de sua soneca. Olhou para a cama ao lado e viu que Stella ainda não estava lá. Sentiu uma pontada de preocupação. Depois de alguns minutos, Giovanna, uma jovem enfermeira, entrou no quarto.

- Vim deixar seus remédios, signor Cadore - ela disse, com timidez.

- Grazie - ele deu um pequeno sorriso - Sabe de Stella?

- Não. Da última vez que eu a vi, estava com o pai.

Gianluca tomou os remédios em um gole só e devolveu os copinhos para Giovanna.

- Vou procurá-la.

E então ele colocou-se a caminhar, percorrendo os grandes corredores daquele hospital e ultrapassando os quartos de diversos enfermos. Por fim, chegou à biblioteca, um local nunca visitado antes por ele.

Era relativamente grande para um hospital. As prateleiras de livros, em madeira escura, eram enormes e estavam lotadas com centenas deles. Havia diversas mesas redondas espalhadas pelo local. Não havia muitas pessoas, as poucas que se encontravam ali, preservavam o silêncio, concentrando seus olhos nas palavras contidas no interior daquelas capas grossas. Logo conseguiu visualizar Stella, sentada em uma das mesas, com uma luminária acesa, que naquele momento se despedia do pai, com um abraço.

O pai de Stella acenou ao passar por ele. Gianluca caminhou até a menina e se sentou na cadeira ao lado dela.

- O que faz aqui sozinha?

Stella fechou o caderno em que estava desenhando.

- Meu papà acabou de sair.

- Ah, sim, eu vi, mas uma garota como você não deve ficar nem um minuto sozinha.

- Mas você está aqui agora, não é? - ela sorriu.

Ele traduziu sua resposta em um sorriso como o dela. Stella pensou um pouco antes de continuar:

- Você nunca mais viu Isadora?

Ele desviou os olhos para frente. Permaneceu parado por alguns instantes até que assentiu com a cabeça. Em seguida, tornou a olhar nos olhos da menina.

- A história ainda não acabou, piccolina...

***

Os dias se passaram...

Já fazia quase duas semanas do dia em que ocorrera o acidente. Gianluca pegara um táxi para ir visitar Carolina no hospital, como fazia todas as manhãs. Ao descer do veículo, recebeu uma ligação de Amanda, mãe de Carolina.

- Oi, Amanda, já estou chegando.

- Ela acordou, Gianluca! Ela acordou! - a voz de Amanda soou exultante do outro lado da linha.

Gianluca parou de andar logo que ouviu aquelas palavras. Pôde sentir um peso formar em sua garganta e depois um alívio enorme acalmar seu coração.

- Estou indo pra aí - ele conseguiu falar.

Ele, então, saiu correndo até o elevador que levava até o quarto em que estava Carolina. Enquanto dirigia-se para os andares superiores pensou em que modo iria olhar nos olhos dela após tudo o que havia acontecido. Quando o elevador abriu suas portas abruptamente, ele resolveu deixar tais pensamentos de lado e ir logo até ela. Chegou na porta e contemplou a vista da bela moça loira a olhar para ele com lágrimas nos olhos.

- Gianluca! Meu amor! - ela deu seu melhor sorriso entre as lágrimas, abrindo os braços para ele.

Amanda e o marido, que estavam no quarto, resolveram se retirar para deixar o casal a sós.

La Melodia ProibitaWhere stories live. Discover now