Capítulo 3

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Gianluca acordou às oito da manhã, já disposto a ir tomar um banho de mar. Colocou uma bermuda e saiu antes mesmo de esperar o café da manhã. O dia iria ser bonito. O sol já brilhava, tentando sair dentre as nuvens. Desceu as escadarias do hotel que levavam à praia e ao pisar na areia morna, viu que Antonio já estava dentro do mar, cruzando-o com as braçadas de um nadador experiente. Correu, então, na direção do irmão.

Buongiorno, Gian - saudou ele, quando percebeu sua presença.

- Já tão cedo, Antonio?

- Acabei de chegar. Hoje o mar está no ponto - respondeu, jogando água no irmão mais novo;

Antonio e Gianluca ficaram no mar até às nove. Voltaram com os cabelos pingando para o hotel. Ao subirem as escadas, depararam-se com Helena e Isadora, vestidas para aproveitar o dia de sol na praia. Gianluca sorriu ao encontrá-la novamente.

Buongiorno ragazzi! - Helena cumprimentou os primos calorosamente.

Buongiorno Helena, Isadora - saudou Antonio, baixando levemente a cabeça.

Buongiorno - Isadora devolveu, com um sorriso.

- Estão indo para a praia? - perguntou Gianluca, por sua vez.

- Sim, não vemos a hora de pegar um bronzeado como o de vocês - sorriu Helena, ao responder.

- Então aproveitem meninas! Aqui na Itália se piscarmos os olhos por um segundo já é inverno outra vez - riu Antonio - Nos vemos mais tarde.

A dopo - acenou Isadora, voltando os olhos para Antonio.

Isadora e Helena desceram as escadas que Gianluca e Antonio haviam acabado de subir. Puseram-se então, em inércia, a olhá-las afastando-se.

- Você não tirou os olhos dela ontem - falou Antonio.

Gianluca olhou para o irmão, pronto para retrucar, porém ele estava certo. Merecia ser julgado.

- É, não dá para mentir - ele voltou a encará-la.

- Só não esquece que você já tem uma brasileira - Antonio deu um sorriso sarcástico.

Então, sem nada mais dizer, Antonio virou-se para entrar no hotel. Gianluca ficou parado por alguns segundos, mas logo em seguida, imitou a ação do irmão. Gianluca foi para o quarto, tomou um demorado banho e depois de se vestir, saiu após deixar um bilhete. 

***

Carolina.

A consciência pesava por tê-la esquecido por todas aquelas horas. Sentia-se culpado e incrédulo. O pior namorado do mundo. Seus pensamentos agiam irresponsavelmente, de modo a esquecer que havia compromissos e deveres. Arrependido, Gianluca ligou para ela e conversou por cerca de uma hora.

Ele havia conhecido Carolina há dois anos, quando fora com o pai para São Paulo pela primeira vez. Um ano antes, Marcos, o pai de Carolina, veio à Sicília a trabalho e após passar uma semana em Palermo, resolveu conhecer a cidade de Taormina. O encantamento foi tanto que resolveu ficar por alguns dias ali. Hospedou-se no Hotel Cadore e foi então que tudo aconteceu. Marcos era um empresário importante no ramo do turismo, proprietário de uma grande rede de agências no Brasil. A hospitalidade do hotel lhe impressionou, o que rendeu longas conversas com Luigi Cadore. Mesmo em tão poucos dias, ambos já podiam ser considerados grandes amigos. Alguns meses mais tarde, Marcos voltou com uma proposta. Havia decidido investir no ramo hoteleiro construindo um hotel na grande São Paulo e buscava um sócio com um grande conhecimento sobre gestão nesse ramo. A capacidade de Luigi lhe chamara atenção, então apostou naquela parceria. A ambição do mesmo não o fez pensar duas vezes antes de dar o seu definitivo sim.

La Melodia ProibitaWhere stories live. Discover now