[PAUSADA] Can You Understand Me? //HAIKYUU

Capítulo 12

Ela me olha afobada, negando com a cabeça desesperadamente. "Claro que não!! É só que... Sua aura me assusta.", sussurra a última frase posicionando uma mecha de seus cabelos atrás da orelha.

"Hãm? Aura?", murmuro confusa.

Ela demora um tempo para responder. "Você exala muita intensidade Ukai-san! Isso é intimidante.", solta de uma vez me olhando fixamente. Paraliso com seu comentário, ela disse com tanta convicção, que envergonhada cortei nosso contato visual olhando para o lado.

Isso é bom?

Noto surpresa em sua face ao me ver ruborizada, solto uma tosse seca tentando disfarçar. "Obriga..."

"CUIDADO!", ouço o grito de um dos garotos e me viro atenta em suas direções; uma bola rápida via em nossa direção. Nem consegui assimilar com clareza toda a situação, instintivamente empurrei, sem qualquer resquício de delicadeza, a cabeça de Yachi que por pouco não foi acertada pela bola cortada fortemente por Asahi.

"EEH??", grito desesperada acudindo Hitoka que está caída no chão. "YACHI-SAN?? Você está bem?", me posiciono ao seu lado e balanço o seu braço a espera de alguma resposta, a loira fala coisas desconexas com uma feição bobinha.

Ouço os meninos correndo em nossa direção. "Você agrediu a garota??", Tsukishima pergunta me julgando. "A que ponto você chegou.", ironiza rindo e recebendo um tapa de Tanaka que assistia tudo preocupado.

Nossa que primeiro dia maneiro, sério! Quando a garota finalmente fala sem gaguejar comigo, eu faço essa proeza.

"Foi sem intenção eu juro!", falo colocando a cabeça de Yachi em meu colo e a abanando; Asahi era outro desesperado ajoelhado ao nosso lado.

"Me desculpe Yachi e Ukai-san!! Se não tivesse jogado com tanta força, os garotos teriam conseguido bloquear!!!!", declara em tom choroso.

"Eeeh, Asahi-kun! Agora vi que você faz jus aos rumores sobre sua personalidade, não esperava isso de você!", Daichi caçoa do veterano ao meu lado enquanto também socorre a loira em meu colo; seu comentário faz Asahi ficar ainda mais ressentido.

Os meninos negam com a cabeça enquanto soltam risadas entrando na onda do capitão. "Está tudo bem!", Yachi murmura parecendo desesperada em sair do meu colo. "Só fiquei meio tonta!", diz recebendo o saco de gelo das mãos de Kyoko que veio correndo ajudar.

"Me desculpe mesmo Yachi-san!!", pego a bolsa de gelo de suas mãos aplicando no lugar marcado em sua testa.

"É sério, está tudo bem!", exclama tímida pelo nosso contato. Eu e Asahi suspiramos aliviados, não matamos a garota.

"Porra!", resmunga Keishin agachado ao nosso lado. "Você deixou até uma marca na testa dela Bibian-chan! Tenham mais cuidado!", nos repreende.

Ajudamos a pequena a levantar e a acompanho até as cadeiras que posicionamos mais cedo no outro canto da quadra. Fiquei cuidando da mesma por um tempo, tudo que eu falo e faço a deixa ainda mais vermelha de vergonha, se não fosse as circunstâncias do momento eu já teria a deixado em paz.

"Bibi-chan!", Keishin me chamou de braços cruzados. "Largue este saco de gelo e venha me ajudar!", suspiro meio aliviada com o seu pedido, o clima está meio estranho por aqui com Yachi, é um jeito de eu escapar.

"Estou indo!", declaro já me levantando. "Me desculpe novamente por ter te empurrado Yachi-san!", me curvo em sua direção e me distancio caminhando até meu primo.

Ainda sinto as dores da cólica enquanto ando, mas o anti-inflamatório que recebi me aliviou demais! "O que faremos?", falo vendo os meninos descansarem do jogo treino que acabaram de ter, Kyoko os entrega as garrafas d'água e toalhas para se recomporem.

"Enquanto eu treino o ataque de alguns, você treina a recepção dos outros, okay?", termina de falar batendo em minhas costas e me empurrando para o armazém do ginásio. Empurro os dois carrinhos cheios de bolas de vôlei até o meio da quadra, Keishin vem até mim pegando um dos carrinhos e o posicionando do outro lado da rede, trabalharemos em áreas opostas.

"Okay, quero que Nishinoya, Hinata, Tsukishima, Yamaguchi, Ennoshita e Narita vão com a Bibian treinar manchete!", declara gesticulando com as mãos indicando onde os garotos citados devem ir. "Os demais venham comigo com os cortes e levantamentos.", o grupo se divide seguindo as instruções de Keishin sem nem protestar.

Kyoko se posiciona ao meu lado para me ajudar; recebo os meninos com um sorrisinho e suspiro antes de começar a falar. "Bem, faremos assim... Cada um terá que, consecutivamente, recepcionar a bola de forma aceitável 7vezes!", digo enquanto me alongo para poder sacar as bolas em suas direções. "Se quebrarem a sequência, começarão tudo de novo, tudo bem?", Nishinoya parece o único empolgado com o que propus, eles que lutem.

Os meninos entre si decidiram a ordem da vez de cada um; Nishinoya se propôs a ser o primeiro, Ennoshita em segundo e assim por diante. Sigo em direção a mesa posicionada em frente a rede, subo na mesma e pego a bola que Kyoko me estendeu; Noya-san se posicionou na quadra e visualizo o espaço planejando como começarei, decido por fim cortar na ponta da área no intuito de analisar a agilidade do baixinho.

Jogo a bola para o auto e ataco com força mirando na linha de fundo, sem tempo para me recuperar do corte já pego outra bola das mãos de Kyoko e ataco no meio da área. Para esse tipo de treino ser eficaz, não posso dar um intervalo longo entre os cortes, tenho que agir e pensar rápido! Nishinoya recepcionou minhas bolas com perfeição e de primeira, se sentou cansado no meio da área tentando controlar sua respiração, me curvo também sem fôlego afagando a região da minha barriga que doeu um pouco mais com o esforço que fiz.

Ele me encara e reparo brilho em seus olhos, acho que atingi as expectativas do mesmo. "Uaah!", murmura se levantando e correndo para o fim da fila. Sorrio tímida por sua reação; Ennoshita se posiciona na quadra, faço outra sequência de ataques e foi preciso repetir 1 vez para ele concluir tudo.

Conforme o treino foi passando, com o esforço que eu estava fazendo e ainda sem pausa, a dor em minha barriga aumentava. Faltava apenas Tsukishima para acabar a sucessão de recepções; tive que repetir muitas vezes as sequências com Hinata e Yamaguchi, ambos são péssimos nisso, os dois se encontravam exaustos jogados igual bostas no chão.

O loiro se posiciona na quadra me olhando intensamente, depois bufa frustrado quando me ouve pedindo uma pausa; no intuito de diminuir a dor que sinto, me agacho na mesa massageando minha barriga com uma careta, controlo minha respiração para tentar acalmar meu organismo. Kyoko corre pegando minha garrafa d'água e me estendendo, sabendo pelo que estou passando; agradeço e bebo o líquido com calma ainda agachada, sinto as mãos da morena acariciando minhas costas e os olhares curiosos dos meninos que treinaram comigo.

Respiro fundo finalmente me levantando. "Bancando a frágil na frente dos garotos Bibian?", Tsukishima questiona irônico com os braços cruzados.

Rio com deboche, "Não preciso disso.", digo simples o olhando com desafio. Estalo meu pescoço e pulsos antes de pegar a bola das mãos da senpai e sem nem o deixar raciocinar, bato com força na bola fazendo um cruzado,Tsuki cambaleia mas consegue defender; num lugar não muito longe do mesmo ataco a bola novamente que foi recepcionada de mal jeito. "ZEROU!", grito recomeçando a contagem das bolas bem recepcionadas.

Ataco diversas vezes até ele conseguir acertar uma atrás da outra sem qualquer erro; me apóio em meus joelhos ofegante e cansada, encaro sorrindo sínica o branquelo exausto sentado no chão. "Quem é frágil?", tento manter a pose de deboche mesmo sabendo que estou sem moral nenhuma para fazer esse tipo de comentário, já que derrota é o que está me definindo no momento.

Ouço sua risada, que por sinal, parece ser genuína e desabo na mesa; acho que se não fosse esse meu período sangrento, não estaria cansada assim. Deslizo preguiçosamente da mesa para o chão, me ajoelho em posição fetal tentando tomar coragem para levantar e limpar a quadra já que Keishin apitou indicando o fim do treino.

Meu corpo arrepia quando sinto mãos quentes e grandes me erguerem do chão, elas enlaçam minha cintura e levantam meu corpo me pendurando no ombro do indivíduo; reparo ser Kageyama quem fez tals atos, por preguiça nem protesto e de cabeça para baixo com as mãos cobrindo o rosto, falo para o mais alto me levar até o vestiário feminino.