Capítulo 3

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“Caralho...” resmungo me arrumando rapidamente e a ajudando a levantar. “Me desculpe, Kiyoko-senpai!”.

Kiyoko Shimizu é uma das veteranas da escola; não a conheci diretamente, mas é fácil notar sua presença pelos corredores. A garota é simplesmente linda e sempre causa uma certa comoção, por onde quer que esteja.

“Fui eu quem esbarrei em você, a culpa é minha, perdão! Se machucou?” me analisa preocupada procurando algum machucado.

“Estou bem! Não se preocupe” sorrio tímida balançando as mãos.

Percebo dois vultos passando desesperados em direção a Shimizu; até me assustei! São dois garotos a enchendo de perguntas, visivelmente preocupados. Um alto com o cabelo raspado, e outro bem menor com uma mecha do cabelo descolorida.

“Posso levar suas coisas!! Você não parece bem para...” Interrompo uma das falas com uma tosse.

Eles prestam atenção em mim, me curvo pedindo desculpas novamente a Shimizu pela queda não demorando a voltar a seguir para a saída.

No caminho para casa, penso um pouco satisfeita sobre como foi essa minha primeira semana de aula; não foi nada extraordinária, mas não deixa de ter sido boa. Tinha uma certa noção de como seria, mas na realidade foi bem diferente do que imaginei.

Chego em casa e cumprimento minha mãe, como tenho feito todos os dias. Nem subo ao quarto, já tiro minha ‘marmita’ da mochila a lavando em seguida, se não a limpar agora vou ter preguiça de limpar depois.

Na escola tem cantina e tudo, mas eu, assim como muitos outros alunos prefiro levar comida de casa. Não que a comida de lá seja ruim ou coisa assim, eu só prefiro.

“Mãe” a chamo, “Amanhã irei a casa do vô, okay? Acho que vou dormir por lá também.” Aviso antes que eu acabo esquecendo.

Ela só concorda e sigo para meu quarto.

Assim que entro vou largando meus pertences enquanto caminho a minha cama, me taco cansada nela e assim fico por alguns minutos. O ensino daqui é bem mais rigoroso, me desacostumei total!

Dei alguns tapinhas na minha cara para despertar, ainda são 14:00pm não posso ficar parada igual uma derrotada.

Tomei um banho, dobrei algumas roupas que estavam jogadas pelo quarto e fui separando meus materiais para terminar, finalmente, a pilha de lições e trabalhos da reposição. Não falta muita coisa para completar tudo.

Estava concluindo um trabalho manuscrito de Filosofia quando Caleb me ligou. Ele viajaria para cá já no Domingo e chegaria de manhã na Terça-feira

/------ call ------\

C- Estou empacotando minhas coisas agora, ta fazendo o que?

B- Estou fazendo lição.

C- Ainda? Ta lerdinha hein.

B- Se liiiga, tu vai se ferrar bem mais que eu quando chegar aqui.

C- Não vou negar; mas eae, como foi seu dia?

B- Então...

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Conversamos bastante; neste meio tempo consegui terminar minhas lições. Estou liberta!
Fomos nos despedir só as 18 e pouco; desci para ajudar minha mãe com o jantar e depois me preparei para dormir.

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Acordei cedo para correr um pouco; vesti uma legging cinza e um top preto. Peguei meus fones de ouvido junto ao celular, uma garrafa d´agua, minhas chaves e saí.

Corri cerca de uns 20 minutos pelo quarteirão e voltei para casa; assim que cheguei, preparei uma mochila com minhas coisas para quando eu for para casa do meu avô, tomei um banho e comi o café-da-manhã.

Fiquei um tempo deitada até criar coragem para sair de casa; avisei meu avô por mensagem, me despedi da minha mãe e saí de bicicleta.

[...]

Quando cheguei, meu avô já me esperava na porta de casa, só larguei a bicicleta e corri para o abraçar! Ele ficou sussurrando no meu ouvido o quanto estava com saudades e de como cresci.

Nos desgrudamos e ambos estávamos chorando. Solto um riso acarinhando seu rosto.

“Vamos entre, entre! Temos muito o que conversar” fala após me dar um beijo na testa, indo pegar minha bicicleta do chão e a deixando em seu quintal.

Entro em sua casa reparando algumas diferenças, incluindo uma grande rede de vôlei na parte externa do terreno. ‘Puff, bem a cara dele’ penso.

Nos sentamos em sua sala e começamos a conversar...

[...]

“Como assim o senhor se aposentou definitivamente e não me contou??”

“Não é como se eu fosse parar realmente de dar aula né, filha” tenta se explicar.

“Mas se o médico recomendou, o senhor tem que obedecer Jii-chan!”

“Estou velho mas não morto Bibian-chan!” resmunga.

“Se o senhor se aposentou do Karasuno, quem esta ocupando seu lugar?” pergunto.

“Acredito que eles ficaram um bom tempo sem treinador, até Keishin assumir” o olho surpresa.

“Kei-chan, seu neto?” ele afirma.

“Dessa eu não sabia...”

“Mas enfim, vamos fazer uns passes? Quero ver o quanto a senhorita melhorou.” Me interrompe já saindo de casa.

“O senhor não tem jeito...” murmuro o seguindo.

Nossos passes não envolveram a rede nem nada técnico. Tive que só receber as bolas que ele cortava e assim seguiu até o horário do almoço.

Fizemos o almoço juntos e nos sentamos para comer.

Depois de um tempo almoçando, puxo assunto. “Como me sai nos passes, ‘Temido treinador Esparta’?” pergunto irônica depois de beber água.

“Sua recepção esta ótima, te criei bem” diz rindo, “Depois vou avaliar seus cortes!”.

“aff, tudo é vôlei para o senhor!” falo em tom de riso, retirando nossos pratos da mesa e me direcionando a pia.

“Como se para você fosse diferente”.

Fico desconfortável com seu comentário, mas não digo nada. Lavo a louça em silencio, ainda tenho que arranjar um jeito de o contar que finalmente decidi dar um tempo do esporte, acredito que ele não irá gostar nadinha.

Ele sabe do meu conflito interno sobre o vôlei, mas não sabe que realmente parei de jogar.

Como acho que não nos fará bem essa conversa, resolvo o contar em algum outro dia.Não quero estragar nosso reencontro com este assunto.



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Não gostei tanto do Capítulo, mas não desistam de mim por favoor!

Pretendo postar dois capítulos por semana, tudo bem? Assim tenho tempo de revisar com calma e tentar apresentar algo bom para vocês.

Bjjs goróoi '3'.

[PAUSADA] Can You Understand Me? //HAIKYUUWhere stories live. Discover now