CAPÍTULO XIII

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Com o cair da noite, os membros do time sete voltaram a se dispersar pelas ruas de Kusagakure. Dessa vez, o silêncio tomava conta, não havia um cidadão vagando, estava deserto. O que era estranho considerando que nem era tão tarde assim, fazendo ser ainda mais suspeito.

Em meia hora, eles deveriam se encontrar em frente à estalagem, caso algum deles não voltasse no momento, automaticamente os demais seguiriam procurando, supondo que este poderia ter descoberto algo ou estar com problemas.

Após uns quinze minutos da separação, Sakura perambulava atenta pelas ruas escuras, mas parou subitamente ao sentir a rápida presença logo atrás de si. Não pôde se virar pois sentiu um metal frio tocar seu queixo, desceu os olhos, sem mover a cabeça, e viu a lâmina de uma kunai.

"Okay, seja quem for é rápido, e não pode ser um civil porque está com um uma arma ninja. Conseguiu ocultar sua presença muito bem, então é habilidoso. Mas também não deve ter conhecimento sobre com quem está lidando porque uma kunai não poderia me parar, tem uma abertura na sua guarda, se eu der um chute para trás posso machucá-lo e ter uns segundos, talvez, para me colocar à distância ou..."  pensou, mas preferiu agir.

Sakura chutou para trás, atingindo a canela do seu "inimigo", não teve tanto tempo pra se afastar pois ela sentia que ele já estava se aproximando, conseguiu golpeá-la nas costas com a kunai, mas não conseguiu fazer mais nada pois ela socou o chão, fazendo ele se partir, assim o adversário perdeu o equilíbrio, enquanto ela pulou se afastanto e evitando ser afetada pelo próprio golpe. Sentia o sangue escorrer em suas costas.

Assim que virou, observou o rapaz branco, de cabelos loiros na altura dos ombros, olhos amendoados, aparentemente tão jovem quanto ela, ou talvez um pouco mais novo, voltando a se recompor e entrar em posição de combate, já havia relativa distância entre eles e ela não se preocupou em afastar-se mais, afinal ela adorava usar seu taijutsu, era excelente nisso, então um embate corpo a corpo era confortável. Mas ela queria saber o que ele pretendia com aquilo, então inrrompeu o silêncio, indagando:

- O que você quer? - ele não respondeu, mas uma voz soou atrás dela

- Ele? Só me ajudar. - logo a rosada virou 180° graus, para não dar as costas a nenhum dos dois adversários e fitou uma silhueta nas sombras de onde a voz vinha, pondo-se a sair de entre os dois e ficar com ambos de frente para ela, como um triângulo isóceles, onde ela está tão distante de um quanto do outro. - É muito bom revê-la... Não reconhece minha voz, Sakura? Pensei que ficaria guardada em sua mente. Tivemos uma batalha memorável...

Então, ela viu, atrás dos seus adversários, sua equipe havia acabado de chegar, estavam escondidos atrás de um telhado, mas ela fez um sinal, que felizmente pareceu passar despercebido pelos dois à sua frente, pra que não se aproximassem.

- Quer tentar descobrir? Se bem que não tenho muita paciência pra esperar você se lembrar. Então... - das sombras, o segundo adversário saiu, mostrando-se um moço de aparência jovem, pele clara, cabelos curtos ruivos e olhos sem vida marrons... ela o conhecia, não conseguiu evitar o espanto em vê-lo...

- Sasori... - sussurou, era inacreditável, estava com os olhos arregalados e a boca entreaberta

- Isso mesmo, Sakura. Sou eu, Sasori da Areia Vermelha...vivo. Ou parcialmente, se preferir... é muito bom ver que se recorda.

- É claro que me recordo. Chyio e eu... nós... você morreu! Como é possível? Edo tensei? - ele riu do espanto notável dela - ...não, não pode ser outro Edo tensei. Seus olhos... a coloração é normal. - ela mesma descartou aquela possibilidade

- Você é esperta, isso sempre foi evidente. Sempre teve uma inteligência formidável. Você está certa, não é um Edo Tensei. Na verdade, não estou morto. Não mais, pelo menos.

- O que você quer dizer com isso? Como?

- O Edo Tensei me fez perceber que a minha arte permaneceria viva mesmo que eu partisse, desde que eu a deixasse seguir em frente. Assim, concedi minhas Marionetes "Mãe" e "Pai" para Kankuro. E, dessa forma, libertei minha alma daquele jutso. Porém, naquele mesmo momento eu percebi que só tive que viver daquela forma, sem meus pais, com aquela dor, por causa da guerra. E a guerra é fruto da arrogância, do egoísmo e das mentiras dos governantes. Os shinobis tolos são manipulados diariamente para fazer aquilo que os kages e anciãos decidem. Eu vi outro propósito para me manter firme e modificar esse sistema tenebroso: propagar a verdade. Com um novo motivo para me manter nesse mundo doente, eu usei minhas linhas de chakra para me prender e não deixar meu espírito ascender. Depois de algumas situações pouco confortáveis, adentrando corpos, consegui recriar o meu antigo corpo, no caso, esse aqui. Minha marionete. Que você já conhece. Com a ajuda desse rapaz louro que você vê. A propósito, apresente-se. - falou, dirigindo-se ao "parceiro"

- Kenjiro. - o loiro falou

- Hm. - Sakura mostrou ter ouvido

- Diferente do irmão dele, o Kenjiro não é de falar muito. Sorte minha. O Deidara era insuportável.

- Deidara? Ele... você é irmão do Deidara?

- Sim, sou. - Kenjiro afirmou

- Parece que Sasori está cedendo. - ela fingiu refletir, e se dirigiu ao ruivo - A arte é explosão pra você agora?

- Nunca.

- O que você quis dizer com "propagar a verdade" ? É você que tem roubado os pergaminhos proibidos, não é?

- Não "eu", quem trabalha comigo...

- Então agora você está formando uma nova organização criminosa? Uma segunda Akatsuki, é?

- O que eu pretendo não tem relação alguma com a Akatsuki. Se você acha que se trata de uma organização criminosa, está totalmente equivocada. Nós revelaremos aquilo que os poderosos escondem. O lado bom é a verdade, não é? Ou você compactua com a mentira?

- E você acha que roubar pegaminhos sigilosos é a solução?

- Por quê não? Ora, Sakura, você não é só um rostinho bonito. Você é esperta. Sabe que estou falando a verdade. Você ao menos sabe o que há nesses pergaminhos pelos quais você tanto procura? - Ela não respondeu, afinal realmente não sabia - Eu não busco mais a imortalidade. Meu corpo não se deteriora, você sabe, sou uma marionete. Agora, eu me arrependo de ter feito tal escolha, pois gostaria de sentir, e não posso. Talvez eu ache uma forma de desfazer isso. E mesmo que meu exterior seja uma marionete, as verdadeiras marionetes aqui são vocês, Ninjas,  manipulados pelos seus "superiores"...

- Nós escolhemos servir à vila como um todo. Temos a vontade do fogo...

- Nunca imaginei que uma moça habilidosa e inteligente preferisse seguir de cabeça baixa as ordens errôneas de superiores... - ele a interrompeu

- Você está me propondo algo, Sasori?

- Não sei. Talvez devêssemos conversar em particular, sem a presença de seus parceiros. - ele sabe. Sabe da presença dos meninos!

Sakura arregalou os olhos. Kakashi, Naruto, Sasuke e Sai vieram. Afinal, ele já havia percebido. Mas Kenjiro se aproxinou de Sasori, o loiro tocou o chão e eles se afastaram, logo uma explosão fez subir poeira e só deu para ver ambos sobre uma ave de argila.

- Depois nos falamos, Sakura. - Sasori falou, e logo alçou voou

Sai pegou o pincel para desenhar uma águia, afim de seguí-los, mas Kakashi o parou.

- Não vai servir de nada agora. Duvido que esteja com os pergaminhos alí, ele não é tolo. E mesmo que o pegássemos, ele não revelaria nada sob tortura, não sente dor... - Kakashi dizia

- Ele vai voltar. - Sakura afirmou

KONOHA [PAUSADA]Where stories live. Discover now