CAPÍTULO VII

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{Sakura P.O.V.}

Ele voltou.

Eu o vi.

Senti um aperto no peito e quando vi já estava correndo.

As lágrimas embaçavam meus olhos, mas eu não conseguia deixá-las escorrer.

Corri. Corri. Corri até não conseguir mais, até sentir o ar faltar em meus pulmões.

Sentei embaixo de uma grande árvore, era fim de tarde, logo escureceria, mas essa escuridão não me assustava. Ele havia voltado. E eu o tinha visto.

E ele também me viu.

Eu me humilhei tanto perante ele. Despejei todo o meu amor sobre ele. Depositei todas as minhas expectativas nele, que sequer foi capaz de ser, ao menos, gentil.
Eu só o queria bem, já ele me queria destruída.
E quantas vezes não tentou me matar? Mas falhou, pelo menos fisicamente, porque obteve êxito em matar aos poucos a pessoa que eu era por dentro.

E como se não bastasse todo esse sofrimento, eu permanecia iludida, crente de que ele me amava e ficaria comigo, de que era apenas uma fase.

E aí ele foi embora, mais uma vez. Mostrando o quão descartável eu era, pra ele.

Então, minha mãe, a mulher mais importante da minha vida, a pessoa que me gerou, me dava colo, me aconselhava, meu apoio, morreu. E o meu "lar" não foi mais o mesmo. E talvez nunca mais voltasse a ser.

Meu pai ficou desolado. Perdera o amor da sua vida, sua companheira, sua melhor amiga.

Foi aí que a ficha caiu. Eu jamais teria aquilo que os meus pais tiveram. Não com Uchiha Sasuke. Ele era incapaz de me amar, isso estava óbvio. Quantas vezes ele não tinha me abandonado, me rejeitado?

E toda vez eu me via naquele mesmo maldito banco, no qual ele me colocara da primeira vez que foi embora. Banco este em que eu estava sozinha, no escuro. E dessa vez não tinha minha mãe para afagar meus cabelos e me acolher em seu colo dizendo "vai ficar tudo bem".

Derrepente, sou tirada de meus pensamentos por uma voz grave familiar:

- Já está tarde pra ficar na floresta. E com a guarda aberta dessa forma, é fácil ser atacada.

Levanto o olhar e esfrego os olhos na tentativa de afastar as lágrimas que atrapalhavam minha visão. Quando finalmente consigo ver de quem se tratava percebo o Kazekage parado, com os braços cruzados, me fitando. Não consegui falar nada, muita coisa ainda estava passando na minha cabeça. Meus olhos voltaram a se encher de lágrimas, mesmo com minhas tentativas fracassadas de evitar que isso acontecesse, especialmente pelo fato de estar na presença de outra pessoa. Afinal não sou a garotinha fraca e frágil de antes. E não iria deixar que pensassem isso de mim. Virei o rosto na tentativa de não deixá-lo ver meus olhos. Sentia que me perfurava com seu olhar, tentando me ler.

- Eu só preciso ficar sozinha. Estou bem. - Falei

- Bem? Você não me parece bem.

- Mas Estou.

- Tudo bem, então. - Falou se sentando no chão ao meu lado e encostando a cabeça no tronco da árvore - Mas você ainda não deveria estar aqui sozinha. Fora dos muros de Konoha. Então eu vou ficar aqui.

KONOHA [PAUSADA]Where stories live. Discover now