Epílogo.

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A mesa a nossa frente estava repleta de pipoca, dos mais variados sabores.

Richard e eu estávamos comemorando bodas de quatro meses, que é a da pipoca. Tínhamos planejado uma pequena reunião com o pessoal, na cobertura do hotel, dentro da estufa de vidro.

— Vai admitir agora que está com inveja? — perguntou Zabdiel, observando Chris olhar para Richard e eu com uma careta de nojo.

— Inveja?! Não. Deus me livre.

Zabdiel foi o primeiro dos meninos a arrumar um lugar em Washington, tendo comprado uma casa afastada do centro da cidade. Ele iria se mudar para lá após o ano novo, e enquanto isso permanecia no hotel com o restante dos garotos.

— Quando foi a última vez que você namorou? — perguntou Clary a Chris. Ela estava sentada no colo do meu irmão, comendo uma das pipocas doce.

— Que diferença faz?!

Zabdiel nos olhou e revirou os olhos, sorrindo. Chris estava de mal humor. Erick riu disso e estendeu um pote de pipoca para o amigo.

— Docinho para acalmar os ânimos?!

— Bom, um já foi — falou Joel, apontando para mim e Richard. — Quem vai ser o próximo? — Ele olhou ao redor, o silêncio caindo entre nós enquanto os meninos se observavam.

— Christopher nem deve saber mais como ser um namorado — desdenhou Erick, se levantando para pegar um refrigerante.

— Claro que sei! Sou um ótimo namorado. — Ele levou o queixo e cruzou os braços, olhando para frente.

— É por isso que todas as garotas que você namorou te bloqueavam no Instagram e ficavam sofrendo por meses no Twitter?! — provocou Zabdiel.

Zabdiel tinha se recuperado após a overdose, e Joel estava sempre de olho nele. O próximo passo era achar alguém de verdade para cuidar dele e impedir que voltasse a beber ou usar drogas. O velho hábito de esconder as tatuagens continuava, e ele deveria adorar por Washington ser mais frio que Miami, já que podia usar tranquilamente blusas de mangas compridas e gola alta. O cabelo tinha sido raspado ao ser internado, mas tinha crescido o bastante para formar cachos morenos. Ele também estava de óculos, e não se parecia nada com o homem que conheci na mansão de Miami, completamente bêbado.

— Exatamente! Eu sou tão bom que elas não conseguem me esquecer.

— Christopher — disse Zabdiel, se levantando e indo até Erick, também pegando um refrigerante — você pode até ser bom de cama, mas do resto eu duvido que seja.

Chris ficou vermelho de raiva, fazendo todo mundo rir dele. Isso não ajudou em nada.

— Oh dó, vem cá meu bebê — falei, abrindo os braços. Ele fez bico e atravessou a estufa, se jogando no meu colo e escondendo o rosto.

— Tá vendo, você o trata assim e depois ele fica atrás da gente como se fossemos os pais dele.

Chris levantou o rosto e fuzilou Richard com os olhos.

— Ela é a mãe e você o padrasto mal amado.

Richard foi salvo de ter que responder quando o interfone tocou. Erick atendeu e fez uma careta, desligando após dizer "obrigado".

— Por que a portaria ligou e pediu para avisar que o helicóptero está chegando?!

Sua reposta foi dada quando ouvimos o barulho de hélices do lado de fora da cobertura do hotel. Observamos enquanto um helicóptero se aproximava e pousava sobre as demarcações no chão do pátio acima de nós.

Chris saiu do meu colo e eu me levantei, pegando minha mochila no chão atrás do sofá.

— O que?! — Gabbe nos olhou, franzindo a testa. — Aonde vocês vão?

— Para o aeroporto.

— Aeroporto?! Vão viajar hoje? — Clary se levantou e me olhou chocada. — Mas amanhã é dia trinta e um!

— Eu sei. — Fui até ela, a abraçando e beijando sua bochecha. — Feliz ano novo amiga. Mas tenho outros planos para a virada do ano.

— Que planos?!

Fui até Richard, pegando sua mão enquanto ele abria a porta para sairmos no pátio.

— Nós estamos indo para Las Vegas. 

Las VegasWhere stories live. Discover now