Point 29: Natal em família.

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25 DE DEZEMBRO

A casa estava repleta de pessoas.

A família Morgan tinha quatro pessoas e a Camacho seis. Somando mais as três dos Grace, da família de Clary, tínhamos um total de treze pessoas.

Tivemos que alugar uma casa para caber todo mundo.

Tínhamos seis quarto quartos e uma cozinha enorme, que foi dominada pelas mães. Não foi difícil minha mãe se dar bem com a de Richard, após as duas começarem a nos xingar sobre o que tínhamos feito em Las Vegas. Meu pai não tinha nada contra a família de Richard, e sim contra ele. Mas até mesmo Harrison Morgan podia ser conquistado, e Richard sabia bem como.

Algumas manhãs antes do Natal, Richard deu ao meu pai uma caixa da Château Mouton Rothschild, uma marca de vinho francesa. Dentro dela havia uma garrafa de quatro litros e meio, o número 1945 na embalagem parecendo encarar meu pai.

Eu quase soltei um palavrão ao ver aquilo, sabendo que a última garrafa do Mouton 1945 havia sido vendida em dois mil e sete, por mais de trezentos mil. Não queria nem perguntar quanto ele havia pagado por aquilo, a última garrafa Mouton 1945, quase vinte anos após a última venda.

É claro que na hora meu pai deixou qualquer ressentimento de lado e convidou o Richard para um passeio pela casa.

Clary e eu observamos os dois sumir da sala, com meu pai dando tapinhas nas costas dele. Voltaram meia hora depois, e enquanto meu pai foi para a cozinha, Richard veio até mim. Ele parecia uma pedra, olhando para a frente chocado, o corpo duro.

— O que aconteceu? — perguntei, estendendo a mão e o trazendo para mais perto. Seus dedos estavam gelados.

— Seu pai me ameaçou por meia hora.

Clary soltou uma risada ao meu lado e eu segurei a minha, trazendo Richard para se sentar ao meu lado e acariciando seu braço.

— Coitadinho... — falei, mordendo a boca para não rir. — Vai passar, vai passar.

— Sabia que o governo americano julga só trinta e quatro formas de morte e que existem mais de mil? — Me olhou com os olhos arregalados. — Mais de mil, Gabriela!

— Ok amor, ok. — O abracei, colocando sua cabeça no colo do meu peito e acariciando seu cabelo. — O meu pai ficou um pouquinho bravo pelo o que aconteceu. Só um pouquinho.

Depois do episódio, os dois até que passaram a se dar muito bem. Meu pai ficou conversando com ele sobre o Mouton 1945 por horas, explicando a origem do vinho, da marca e como chegou ao valor atual. Richard parecia realmente interessado, e eles passaram uma noite toda provando diversos vinhos que meu pai tinha.

E eu pude finalmente conhecer Aaliyah, quando ela chegou na véspera de Natal com Yashua, o irmão do meio de Richard.

Aaliyah era a cópia dos pais, e chegava a ser assustador o quanto ela se parecia com Richard, mas a voz e o andar eram idêntico ao de Yocelyn. Eu nunca tive muito contato com criança, e Richard me ajudou quando a conheci. Ela ficou um pouco confusa no começo, e não queria conversar. Richard explicou que ela ainda estava triste com ele por ter se casado com outra mulher além da mãe.

Foi difícil no começo, mas quando a encontrei sozinha na sala, na noite da Véspera de Natal, encarando a árvore, conseguimos conservar. A primeira coisa que fiz foi dar a ela o presente que tinha comprado de Natal.

— É uma boneca da Pocahontas — falei, a olhando encarar a princesa. — Conhece?

— Christopher te chama assim — disse, levantando o rosto e me olhando.

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