VI. "Os Castrati II"

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N/a: gente comentem!!! nessa quarentena única coisa possível pra me deixar feliz eh ler o comentário de vcs 🥺 ah e votem tb pf 

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Gemma e Harry atravessaram a porta da casa, exaustos. A mãe deles ia ficar no hospital, então eles tiveram que deixar o carro para ela, retornando de ônibus em um horário não tão agradável da noite. A casa estava silenciosa. Houve uma grande tempestade e os dois só queriam dormir.

"Vá descansar, Harry. Me chame se precisar de alguma coisa, vou dormir no sofá para ouvir você." Harry assentiu, recebendo um beijo na testa de sua irmã. "Eu te amo."

"Também te amo". Por fim, ele se virou para o porão, desceu os degraus e abriu a porta, entrando em seu quarto.

Uma vez lá, ele suspirou cansado e caminhou até a mesa de cabeceira, quase acendendo a luz, mas decidiu deixar tudo no escuro, porque ele iria para a cama logo. Ele queria dormir, parar de pensar por um segundo, parar de chorar porque, embora não estivesse soluçando, as lágrimas escorriam por suas bochechas.

Ele sentiu o ar congelante atrás dele e depois o calor. Braços em volta da sua cintura e um hálito quente roçou sua orelha esquerda. As lágrimas pararam imediatamente, a proteção que ele precisava voltou.

"Louis, acho que eu estou virando uma pessoa má."

O nariz do diabo roçou seus cachos e cheirou levemente, disfarçado. "Impossível. Eu sinto cheiro de pureza em você." Ele disse.

Harry não conseguia entender como poderia haver uma gota de pureza em seu corpo depois de ter invocado o ser mais cruel que existia.

"Mesmo depois de invocar o diabo?" Ele se atreveu a dizer em voz alta, fechando os olhos assim que sentiu as mãos do diabo acariciando sua cintura fina.

"Isso não foi um ato mau. Foi um ato de desespero diante da maldade dos outros." Louis respondeu, virando a criança nos braços e abraçando o seu pequeno corpo, inclinando o rosto para esfregar o nariz com o de Harry, que ficava na ponta dos pés, amando as leves carícias e a proximidade. "Muitas pessoas não entenderiam isso."

"Ninguém entenderia." Harry confirmou.

"Eu entendo." Louis respondeu, continuando a esfregar nariz com nariz. "Sua alma é minha, eu posso sentir tudo o que você sente de maneira muito mais intensa"

Harry franziu a testa imediatamente quando a preocupação surgiu em seu peito.

"Não dói?" O Diabo sorriu de lado, negando lentamente a pergunta inocente de seu garoto favorito, enquanto acariciava suas costas.

"Lembra de todas aquelas histórias em que sou um egoísta, adoro maus sentimentos e sou um mentiroso, muito, muito bom?" Harry assente lentamente, esperando uma resposta negativa. "Nada disso é mentira"

O cacheado engoliu em seco para tentar acalmar o nó na garganta. É claro que o Diabo era cruel e mentiroso, e provavelmente todos os supostos sentimentos e demonstrações de afeto que ele tinha por Harry era falso, porque ele era um mentiroso e provavelmente não tinha sentimentos. Ele não deveria estar tão perto, ele não deveria querer que o diabo o beijasse, e ele não deveria estar sentindo as borboletas no seu estômago também. Isso estava errado.

Ele tinha que ser esperto.

"Então é verdade que você também tem chifres e uma cauda?" ele perguntou, tentando esquecer toda a história da mentira, embora seus olhos cheios de lágrimas revelassem que isso havia o machucado, mas ele os manteve fechados.

O diabo franziu a testa. "Quem disse isso? Eu vou matá-lo." Embora estivesse brincando, ele não pôde deixar de parecer indignado, o que fez a criança corar e rir baixinho.

Dancing with the DevilOnde as histórias ganham vida. Descobre agora