Passado e Futuro

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Já passou uns dias, desde a minha conversa com Junior. Melhor dizendo, minha confissão. Tudo está meio embaralhado e bagunçado. Não estou sabendo lidar com tudo isso. Só estou vivendo. Tentando, pelo menos. Não estou em um momento muito bom. Não mesmo! Finjo estar. Continuo sorrindo. Sorrio para as pessoas, para os meus amigos e, inclusive, continuo sorrindo para mim, que é o que me dói mais.

Fingir que está tudo bem não é bom, mas isso é o que acho. Longe das minhas opiniões pessoais querer convencer alguém do que é bom ou ruim.

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Faz uma semana que tive minha conversa com Junior.

Desde aquele dia que não nos falamos mais. Ele disse que precisava pensar. Eu também preciso. Só não sei como fazer isso. Não mais!

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Faz 9 dias desde que conversamos.

Morar na mesma casa está complicado. As portas só se fecham entre nós. Não falamos nem "oi", um para o outro.

Estou com medo de perder não só um namoro, mas sim um amigo.

Mesmo estando ruim a situação, hoje acordei melhor. Acordei mais tranquilo. Parece que a minha consciência está me ajudando a ver as coisas do meu próprio ponto de vista.

Vou dormir menos cansado mentalmente hoje.

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Faz 11 dias que desde a conversa. 11 dias infinitos. O tempo, simplesmente, parou. Parou em um limbo de dúvidas e perguntas.

Vamos voltar a conversar?

Vamos ser amigos?

Como que a gente fica?

Você me odeia?

Você me perdoa?

Podemos pelo menos fingir que está tudo bem?

Mesmo eu sabendo que não gosto dessa pergunta, até ela eu queria poder fazer. Pior do que fingir que está tudo bem, é não poder fingir nada. O ser humano necessita de respostas.

O homem sempre buscou entender as coisas. Estamos aqui, em pleno século vinte e um, por causa das perguntas. É o desejo de entender as coisas, de buscar respostas que move a sociedade. Não podemos ficar presos na ignorância.

Mas é isso. Continuo sem respostas.

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Estou há 13 dias sem conversar com o Junior.

A nossa conversa depois do jantar não foi triste e nem houve discussões. Teve uma coisa pior, tinha a sinceridade. E ela estava presente em peso.

Vocês merecem saber o que aconteceu. É o mínimo que eu posso fazer por vocês, depois de estarem aguentando tanto sofrimento e ansiedade.

Quando eu acordei aquele dia, a janela do quarto estava aberta. Isso significava que o J já estava acordado.

O sol entrava e iluminava apenas um pedaço do quarto. A parede de frente a janela estava com aquele amarelo bem elegante. O sol ali, naquele momento, era apenas um mero membro da plateia, e o show estava para começar.

Levantei da cama e dei uma esticada no meu corpo. Estava aquela sensação de dolorido de quando você dorme demais, sabe?

Eu não saí do quarto, e nem pretendia. Tinha medo de sair pela porta e não contar nada para o Junior, ou apenas inventar alguma mentira qualquer. O medo estava muito presente, se parar para analisar a situação.

Fiquei olhando a estante de livros. Eu precisava limpara aquilo, tinha muito pó. Geralmente sou cuidadoso com minhas coisas, mas não era o caso dessa estante. Coitada, abandonei ela.

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