Surpresas

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Ainda na sala da biblioteca, estava pensando o que fazer. Eu tinha quatro opções: a primeira era ir no Joker e encontrar Lorena e o Junior. A segunda era ir para casa e chamar o Junior para tomar vinho. A terceira era mandar mensagem para o número que eu recebi, não sabendo o que aquilo poderia trazer para a minha noite. E a quarta, era ir para casa assistir séries e ficar sozinho. Não vou negar que essa última é muito tentadora. Eu simplesmente amo o silêncio de um quarto vazio. Amo a minha companhia. Amo estar deitado sozinho e assistir alguns episódios. Mas hoje não era dia para isso. Por fim decidi que iria no Joker. Antes ter pessoas que, realmente, desejam minha presença, do que um velho chato( que eu queria muito no caso).

Sai da biblioteca e segui uma das ruas que tinha dentro co campus. Passei por vários prédios. O de Sociologia, Matemática, Línguas... até que no de História me deparo com Mariana. Ela era uma das integrantes do meu quinteto. Mariana cursa história. Conheci ela em uma das minhas aulas, que coincidiu com as delas. Ela é alta. Possui um turbante que marca muito a presença dela. Ela gosta de cores vivas, então está sempre muito radiante.

Quando ela me viu, correu na minha direção e me deu um abraço bem apertado. Parecia que era tudo que eu precisava. Ela tinha esse poder. Não sei como alguém consegue ser capaz de fazer isso. Juro que não entendo. Depois, ela me perguntou como estava e conversamos um pouco, principalmente sobre o que fazer na sexta. O papo estava muito bom, mas eu precisava ir embora. Estava a pé, não podia ficar enrolando.

-Não acredito que você já está indo Bruno. Nem da bola mais para mim.

- Mor, eu estou atrasado. Você sabe que eu te amo né?

- "to" só te enchendo. Claro que sei.

- Me manda mensagem depois, por favor. Precisamos decidir onde vamos na sexta, não quero ir para a casa da Lorena de novo. Não aguento mais. Toda semana aquele lugar hahaha...

- Concordo muito. Te chamo sim. Beijão

Depois disso ganhei um beijão na bochecha e segui meu caminho.

Quando cheguei em casa e olhei a hora, vi que eram 6 e meia. Caramba, preciso me arrumar o mais rápido possível. Entrei no quarto, fechei minha porta, tirei a roupa, entrei no banheiro e liguei o chuveiro. A sensação da água molhando meu cabelo escorrendo pelo meu corpo é demais. Porque será que o banho dá essa sensação de acolhimento tão grande? Está ai mais uma indagação que eu nunca terei a resposta. Estava tocando uma música que eu amo muito: Riptide. A água com essa música é uma combinação perfeita.

Eu não podia ficar enrolando. Então logo que eu terminei, sai e comecei a me enxugar. Escolhi a roupa e estava pronto para ir. Nem pensei como eu iria para o Bar, imaginei que o Junior fosse me dar carona, mas como sou burro não perguntei para ele. Precisava ver com ele. Ainda bem que moramos na mesma casa.

Bati na porta com um pouco de força.

-QUEM É CARALHO?- Foi a única coisa que deu para ouvir dos resmungos que saiu de lá.

- Sou eu. O Bruno. Posso entrar?- nem esperei a resposta e já fui entrando.

Só ouvi um grito meio desesperador "NÃO". Mas já era tarde. Eu entrei e vi uma cena que eu não iria esquecer tão cedo. Junior estava de costas para a porta. Estava pelado. Eu via a bunda dele, mas isso era o de menos. Na cama dele tinha um menino. Não sabia quem era. Não queria saber. Senti uma pontada no estômago. Uma mistura de Raiva, surpresa, nervoso e mais algum sentimento inexplicável. O pior era que o menino estava deitado em baixo das cobertas.

-Desculpa, "to saindo"- e bati a porta.

- Me espera no seu quarto, já vou lá.- Junior falou.

- ok- eu respondi.

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