Beijo de Consolação

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Amybeth



Estava tão animada com a ida do Lucas à Irlanda comigo que logo começamos a ver as passagens no meu quarto naquela tarde. Ele parecia tão empolgado também que isso aqueceu meu coração de expectativa.

-Estou tão animado em rever sua mãe pessoalmente.

-Eu também, vai ser divertido. – comento. – Iremos no período do festival de cervejas da Irlanda, vai amar.

Ele sorri e beija meus cabelos enquanto vemos os atrativos que pretendo leva-lo.

De repente alguém bate a porta e Louis a abre de mansinho.

-Ah, oi Lucas! – ele o cumprimenta sorrindo.

-Oi, Louis.

-O almoço já está pronto. – ele anuncia dando um tapinha na porta e saindo, nos deixando a sós.

-O Louis é bem presente, né? – Lucas comenta, ele finge não ser nada, mas estava na cara dele um desconforto.

Me viro e acaricio seu rosto.

-Ele é um grande amigo. E só. Louis só quer que eu seja feliz, e ele está feliz que seja você. – garanto a ele.

Lucas concorda, mas não parece ter tanta certeza.

-Talvez essa viagem seja bom para os dois se conhecerem melhor. – sugiro. Lucas sorri, mas parece que comeu algo estrago, o que me fez rir.

-Eu vou tentar, juro. – ele comenta, também sorrindo.

Tivemos um almoço agradável, evitei falar da viagem. Meus avós sempre ficam meio amuados por ter que deixá-los. Mas será rápido, com a nova temporada já confirmada, logo estarei de volta ao Canadá.

Quando terminamos o almoço Louis disse que tinha algumas coisinhas para resolver, o que era mentira já que ele tinha prometido passar a tarde comigo. Provavelmente para me deixar a vontade com Lucas.

-Nos vemos por aí. – ele comentou casualmente me dando um rápido abraço e depois apertou a mão de Lucas.

Louis estava mais contido que o normal, ao invés de um abraço caloroso e animado ele apenas me deu um abraço rápido e procurou sair discreto também. Talvez seja o jeito dele de deixar claro para o Lucas que não possui nenhuma intenção maldosa comigo, e acho que no fim Lucas percebeu isso, porque apertou sua mão de forma firme e os dois sorriram.

-Talvez ele não seja exatamente como eu achei. – Lucas murmurou enquanto jogávamos cartas nos jardins.

Havíamos forrados uma canga embaixo de uma árvore e aproveitávamos a tarde agradável de domingo.

-E como o imaginou?

-Sei lá, como se ele tivesse mais direito sobre você, digamos assim.

-Eu não sou um objeto, primeiramente. E isso é ridículo de se pensar, não acredito que pensou isso dele.

-Foi mal, estou sendo sincero. Eu pensei isso. – ele ergueu as mãos em defensiva. – Mas eu estava errado.

-Que bom. – murmuro e jogo a última carta, vencendo ele.

-Mereço um beijo de consolação.

-Não merece não, mas eu vou te dar porque eu mereço um beijo porque ganhei. – digo sorrindo me inclinando sobre as cartas e roubando um beijo seu.

-Você merece muito mais. – ele sussurra com um sorriso bobo depois de beijá-lo, sorriu também.

De repente algo me ocorre e me pego preocupada.

-Sua família não vai ficar chateada se você for para Irlanda? Podíamos visita-los...

-Ah, não, não se preocupe. – ele comenta e dá de ombros. – Esqueceu? Eu morava fora de casa já.

-Mas... nem quer visita-los? – digo pensativa.

-Não, eu... desde que minha mãe nos deixou, eu e meu pai não temos um bom relacionamento e prefiro deixar assim.

-Tudo bem, já que é assim... – comento e observo. Lucas parecia meio tenso ao mencionar a família, então preferi não falar mais sobre.


***

Ao final do dia, quando Lucas foi embora, deitei na cama e liguei o notebook. Pensei alguns segundos, então liguei para Dalila pela call.

-Oi, AB. Tudo bem? – ela comenta enquanto parece estar dobrando as roupas na mala.

-Arrumando as coisas para ir pra casa?

-Pois é, vou depois de amanhã a noite. Estou deixando tudo pronto.

-Ah, poxa, a gente tem que fazer uma despedida!

-Acho uma boa. – ela comentou sorrindo, mas depois ergueu o rosto para o notebook. – Mas você ligou para isso?

-Na verdade não... você é a pessoa mais próxima do Lucas, eu queria saber se sabe de algo da relação dele com o pai.

-Ah... isso. – ela murmurou enquanto dobrava uma calça. – Bom, você sabe que o Lucas não explana a vida dele, né, mas ele não parece ter um bom relacionamento não.

-Eu queria tanto saber o que houve! – comento frustrada.

-Porque não liga para o pai dele?

-Hm... não, eu não vou fazer isso. Lucas não ia gostar nem um pouco se soubesse. – comento deprimida. Mas depois olho para Dalila. – A saída, vamos combinar antes de todas saírem.

-Com certeza, vou mandar mensagem no grupo. Ah, e boa sorte com o Lucas. – ela sorri antes de desligar a call.



Continua...

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