On The Set || AWAE 🎥

Jogo a dois

Tomo um banho e visto um shortinho de moletom rosa e uma blusa de alcinha branca. Deito na cama e fico encarando o teto, penso em ler um livro, mas depois desisto e fico mexendo no celular.

Estava sem sono, talvez seja o efeito do álcool, ou dos últimos acontecimentos da festa ou porque eu sei que tem um rapaz deitado no sofá da minha sala. Independente do motivo o sono simplesmente não vinha.

Uns vinte minutos depois recebo uma mensagem no direct do instagram a qual eu estava online.

Lucas:
Acordada?

Amybeth: 
Sim, sem sono... pelo jeito vc tbm.

Lucas: 
Posso ir aí?

Digito, apago, digito, apago, digito e envio.

Amybeth: 
Não!

Espero uma resposta sua, no fundo espero que ele insista, mas ele deixa de ficar online. Suspiro e largo o celular na cômoda. O que você está fazendo, Amy? Penso sozinha. Parece criança, está nervosa com a ideia de um garoto sob seu teto, fica remoendo possibilidades... você é uma menina centrada. Para de fogo no rabo!

De repente vejo uma sombra embaixo da porta e me sento assustada na cama. A porta se abre devagar e lentamente vejo a cabeça de Lucas surgiu no quarto.

-Oi! – ele sussurra.

-Eu disse não! Lucas! – repreendo-o baixinho.

Levanto e o puxo para dentro do quarto com medo dos meus avós o verem no corredor.

-Se meu avô te ver aqui...

-Qual é, Amy! Eu passei pelo quarto deles. Com aquele ronco eles só vão acordar de manhã. – ele ri. Impressionante como nada abala esse garoto!

Fecho a porta e fico nervosa. Nenhum garoto esteve em meu quarto antes, muito menos de madrugada e escondido.

-Isso é tão errado. – murmuro.

-Amy, relaxa, meu Deus! – Lucas riu me encurralando na porta.

-Impossível relaxar com você fazendo isso. – digo irritada, vendo seus dois braços me encurralando. Ele sorri e deixa eu passar.

Lucas parece examinar meu quarto. As paredes claras, as estantes de livros, a mobília em madeira envelhecida, meu urso Ted no canto, meu deus, porque ele está olhando o urso?! Depois ele pousa seu olhar sob mim.

Ok, eu geralmente durmo com um blusão velho e rasgado que era do meu pai. E hoje eu estou usando um pijaminha bem indecente, mas isso não tem nada a ver com o fato do Lucas estar dormindo aqui, mera coincidência.

-Perdeu alguma coisa? – pergunto cruzando os braços. Ele pisca e volta a olhar meu rosto.

-Desculpa, é só... – ele engoliu em seco e pareceu sem saber o que dizer.

-Não fala nada, é mais seguro. – digo e me sento de novo na cama.

-O que quer fazer? – ele pergunta ainda avaliando o quarto. Queria muito ter tirado minha coleção de Barbies da parede.

-Como assim?

-Eu tô sem sono, você também... o que quer fazer?

-Sei lá, vamos jogar algo. – digo. – Acho que eu tenho cartas aqui... – me viro na cômoda para procurar um baralho.