– Não é nada, docinho. Só estava contando uma história que ouvi de uma duquesa que nos visitou faz um tempo, não é mesmo Tomás? - Disse a rainha com um sorrisinho amarelo.
Ele analisou a expressão de Amanda e percebeu seu sorriso estranho, mas deu de ombros e aceitou a desculpa.
– Exatamente! Com a licença de vossos soberanos. – Tomás se virou, era doloroso vê-los agarrados para ele, se retirou silenciosamente.
– Pequenina Flor, está tão encantadora nesta manhã, como em todas as outras não é mesmo? - Olhou-a com adoração – Senti sua falta. Não nos vemos desde ontem.
–Verdade, meu rei. Aliás, aonde estava ontem à noite? Acabei dormindo enquanto te esperava, desculpe, estava muito cansada. - A expressão dele se tornou assustada por um instante mas logo estava calma novamente.
– Eu fui... B-bem eu fui... – Ele pareceu pensar um pouco – Eu tive uma reunião de emergência com os soldados durante a noite. – A rainha lhe lançou um olhar preocupado.
– Está tudo bem? Algum problema com os Blake?
– Não precisa se preocupar, vida, era sobre o treinamento. - Ela suspirou em alívio e abraçou o marido. Ele deu um beijo nos cabelos dela.
- Com licença, majestades, mas o almoço está servido – o arauto chegou do mesmo modo que saiu, silenciosamente.
Os Reis saíram da sacada, à mesa estava Tomás que evitava conduzir seu olhar apaixonado, eles sentaram um na frente do outro e uma mocinha de 15 anos chegou ao salão correndo, ela se recompôs de sua corrida e sentou-se entre os mais velhos.
– Filha, não deveria correr. Uma dama nunca corre, lembro-me de eu mesma ensiná-la.
Ela olhou para a matriarca e se desculpou. A garota era uma beleza rara, seus olhos eram verdes, como os do pai, e seus cabelos loiros, como os da mãe, porém eram lisos, como uma cascata de ouro derretido. Sua pela era marcada pelo sol. Para quem fosse bem observador, podia-se notar uma pinta em forma de coração no canto dos lábios rosados, seu nome era Marian Peace, a princesa de Montgomery.
– Desculpe, mãe, mas sei que a senhora não gosta de atrasos.
– Tudo bem, querida. Mas o que tanto fazia a ponto de se atrasar para nossa refeição?
– Escrevia para um amigo meu e acabei por não notar o tempo passar.
Dito isso, os servos começaram a chegar e a colocar os pratos na frente dos nobres. Começaram com a entrada que era um delicioso ensopado de legumes.
– Mãe, eu pretendo passear de tarde no Bosque das Flores. Teria algum problema? – Amanda olhou apreensiva para o marido e rapidamente falou para a filha:
– Marian, você sabe dos perigos do caminho até lá, eu não me sentiria em paz com sua ida. Seu lugar é no Palácio, querida!
–Mãe, por favor. Eu não saio desse castelo há eras! Eu vou começar a mofar daqui a pouco. Eu só quero respirar o cheiro das flores, sabe como amo a natureza. Eu imploro! – Marian então olhou para seu pai com olhar de coitada, um olhar que convencia sempre.
– Marian, não discuta com a sua mãe, Eu estou... - A rainha então acabou sendo interrompida por seu marido.
– Acalme-se Amanda, podemos mandar um soldado com ela. Assim se sentiria mais segura, meu amor? – Indagou Diogo.
Amanda deu um suspiro em sinal de derrota.
– Sempre estão contra mim não é? Mas lhe quero aqui antes do começar do pôr do sol! Estamos entendidas, Marian? - Ela ainda estava preocupada mas relaxou os músculos após a fala do marido.
YOU ARE READING
MONTGOMERY
General FictionUm acordo com uma bruxa foi a ruína de Montgomery. A maldição foi lançada e duas meninas da mesma mãe nascerão ao mesmo tempo. Um questionamento causa desespero: Uma coroa para duas rainhas. Família Peace ou Blake? Quem subirá ao trono de Montgomery...
CAPÍTULO 1: A FAMÍLIA PEACE
Start from the beginning