5- Briga

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    Já era a manhã de terça feira

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    Já era a manhã de terça feira. Tia Gomercinda não precisou chamar Artie dessa vez pois ele, pela primeira vez na vida, estava animado para ir a escola. Especificamente, estava animado para ver Bill. Ele desejava verdadeiramente que eles pudessem ser amigos.

— Bom dia! — Disse entrando na cozinha.

— Bom dia, querido. Você está tão disposto, que milagre!

— É ... Só estou me sentindo bem hoje.

— Sei. Venha, sente-se! Você não quer se atrasar justo hoje, não é?

— Como assim "justo hoje"? A senhora sentiu alguma coisa? O que vai acontecer? - Perguntou referindo-se ao poder sensitivo da tia.

— Calma. Não fique aflito. Vai ser um bom dia, eu prometo. Agora, tome seu café da manhã.

   Após terminar sua refeição, Artie já estava pronto para ir.

— Tia, eu já estou indo. — Disse já prestes a sair pela porta quando ouviu tia Gomercinda gritar da cozinha:

— Cumprimente o Bill por mim!

   Artie não entendeu muito bem o que ela quis dizer mas o comentário da tia o fez ter certeza de que ele veria Bill pois, ela nunca erra.

    Estava prestes a virar a esquina e passar pela rua na qual aconteceu todo o ocorrido no dia anterior. Artie não havia reparado que na outra calçada, atrás de uma árvore, estava Bill que já estava ali há alguns minutos. Sim, ele estava esperando Artie passar. Ele não queria que ele soubesse que estava esperando por ele, então iria simplesmente fazer de conta que eles se encontraram por coincidência e então, eles poderiam ir para a escola juntos. Para Bill esse plano era perfeito.

— E aí, Artie? — Disse ele depois de chegar discretamente por trás dele.

— Ah, oi! Eu não vi você. — Respondeu surpreso o outro garoto.

— É, eu percebi que moramos para lados opostos mas a partir daqui nosso caminho é o mesmo.

    Artie nunca tinha tido companhia no caminho da escola antes. Talvez, Bill quisesse mesmo ser seu amigo. O único problema é que nenhum deles sabia direito como começar uma conversa. Bill decidiu que ele é quem deveria quebrar o silêncio.

— Então, você está bem depois do que aconteceu ontem? Você tem certeza que não machucou nada? Desculpa por eu ter tido que empurrar você mas sabe, foi a única maneira que eu encontrei de te salvar. Eu acabei caindo em cima de você, né? Foi mal, eu espero não ter sido doloroso. — Disse Bill que parecia muito querer conversar com Artie.

     Artie ficou um pouco surpreso, pois ainda não havia ouvido Bill falar tantas frases de uma só vez.

— Eu estou completamente bem, não se preocupe! — Respondeu Artie. —Mas,tem algo que eu preciso te perguntar. Por que você fez aquilo? Tipo, nós nem nos conhecíamos e você arriscou a sua vida por mim.

    Parando para analisar, Bill percebeu que não havia parado para pensar no que ele fez, então, decidiu apenas dizer o que ele sentiu naquela hora.

— Eu não sei bem. Foi um impulso que eu não pude controlar na hora. Eu não pensei, eu apenas senti. — Sua resposta só confundiu ainda mais ele mesmo então, ele apenas preferiu pensar que não houve motivo especial e que ele faria isso por qualquer um.

— Isso... Foi profundo! — Respondeu Artie que, assim como Bill, ficou ainda mais em dúvida.

    Quando eles se deram conta, já estavam na frente da escola. Ao chegar na sala de aula, perceberam que haviam sido os primeiros a chegar. Isso deixou ambos estranhamente feliz mas também nervosos. Bill percebeu que Artie já estava indo em direção ao fundo da sala para o seu lugar.

— Acho que não tem problema eu me sentar no fundo a partir de hoje não é? Eu sempre preferi mas ontem eu não consigui. Eu posso me sentar do seu lado?

— Sim, pode! — Respondeu Artie que, analisando a atitude de Bill desde que o conheceu, chegou a conclusão de que ele queria ser seu amigo.

    Roger entrou a sala antes que eles pudessem falar mais alguma coisa. Artie ficou apreensivo quando o viu chegar perto deles.

— O que você pensa que está fazendo no meu lugar, cabeça de porco espinho? — Disse Roger se referindo a Bill.

    Antes que Bill pudesse responder, Artie achou que deveria intervir, afinal, Bill fez muito por ele ontem.

— Roger,você sabe que esse lugar não é seu.

— Cala a boca! Eu decidi que quero me sentar aqui hoje.

— Cala a boca você! Eu vou ficar onde eu quiser, cara. Vê se dá o fora. — Respondeu Bill surpreendendo Artie com sua coragem.

    Aos poucos, o restante dos alunos foram chegando e todos começaram a prestar atenção no que estava acontecendo.

— NINGUÉM fala assim comigo! —Disse Roger que em seguida o empurrou.

   Bill havia se metido em brigas somente na infância, mas nada tão sério. Ele não sabia se poderia enfrentar Roger mas, uma coisa para ele era a fato: Ele não deixaria ninguém encostar nele e sair impune.

    Ninguém esperava que ele fizesse o que fez a seguir. Ele deu um soco no nariz de Roger. Nem Bill esperava essa atitude dele mesmo. Ele nunca foi violento mas também nunca o provocaram a troco de nada.

— Seus merda! Olha o que você fez! — Disse Roger com o nariz sangrando.

    Artie ficou assustado. Ele não esperava que o garoto simpático que o salvou no dia anterior poderia se tornar tão agressivo de uma hora para a outra.

— Mas o que está acontecendo aqui?
— Disse a professora Janete entrando na sala.

    Logo em seguida Bill e Roger estavam na sala do diretor. Artie torcia para que não acontecesse nada com seu mais novo amigo.

 Artie torcia para que não acontecesse nada com seu mais novo amigo

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