47- Novos problemas?

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        Bill acordou com os raios de sol entrando pelas frestas da janela. Logo percebeu que ainda estava de mãos dadas com Artie, que ainda estava dormindo. Ele resolveu ficar apenas olhando para ele até que acordasse. Ele percebeu que Artie era tão lindo dormindo quanto era acordado. Seu sono era tão profundo e sereno que Bill poderia observá - lo por horas, porém, depois de alguns minutos, ele abriu os olhos.

— Bom dia, Bill. — Ele disse com sua doce voz um pouco sonolenta. — Nossa, eu não acredito que passamos a noite inteira de mãos dadas.

— É, eu acho que nunca dormi tão bem assim antes.

— Eu também. É tão bom ficar com você. Eu sinto a sua presença até mesmo quando estou dormindo.

— Também sinto a sua. Sabe de uma coisa, Artie? Eu mal posso esperar para sermos adultos.

— Por que?

— Porque vamos ter a nossa própria casa e a nossa cama e eu vou poder dormir com você todos os dias e acordar sempre do seu lado.

        Artie ficou muito feliz ao ouvir aquilo e se perguntou se significava que Bill iria pedi - lo em casamento algum dia. Ele então imaginou como ficaria seu nome com o sobrenome de Bill mas percebeu que ainda não sabia qual era.
   
— Bill,  qual é o seu sobrenome?

— Blake. E o seu? — Bill se lembrou de que já havia se questionado sobre isso antes.

— É Carbery.

— Carbery? Nunca ouvi esse sobrenome antes.

— É irlandês. Sabe, minha família é irlandesa. A tia Gomercinda disse que tem muitas pessoas ruivas como nós na Irlanda.

— Uau! Eu não sabia que você tinha descendência irlandesa. Isso é muito legal! Seus pais também eram ruivos como você?

— Sim. A tia Gomercinda diz que minha mãe tinha sardas e ela detestava, assim como eu.

— Mas você não deveria. Lembra que eu falei que elas formam uma constelação?

— Eu me lembro. Depois disso eu passei a gostar delas. E do meu cabelo também, depois que você me disse que te faz lembrar do nascer do sol.

— Que bom que consegui fazer você mudar de idéia.

        Artie percebeu que eles já estavam conversando há muito tempo.

— Bill, é melhor nos levantarmos e irmos tomar café da manhã.

— Ah, mas está tão bom ficar deitado aqui conversando com você.

— Eu sei, mas já deve estar tarde. — Artie se levantou. — Eu vou ao banheiro escovar os dentes e trocar de roupa. Já volto. — Ele saiu do quarto.

       Quando Artie voltou, Bill já estava vestido com suas próprias roupas. Os dois então desceram para tomar o café da manhã.

— Bom dia, meninos. —Tia Gomercinda disse ao vê-los.

— Bom dia, tia. Nós acordamos muito tarde? — Artie perguntou.

— Não, querido. Ainda são dez horas e hoje é domingo. Está tudo bem. Sentem - se para comer.

       Artie e Bill comeram cereais com leite. Depois eles foram ver como estava o Bob.

— Ele já está acordado. — Disse Bill pegando - o no colo.

— Ele gostou mesmo de você, Bill.

— Eu também gosto muito dele. Eu espero que o meu pai goste também.

— Puxa, é verdade! Eu te dei um cachorrinho sem nem ao menos saber se o seu pai concordava. — Artie ficou preocupado.

— Não se preocupe. O meu pai normalmente não se importa muito com nada além do emprego dele.

      Artie achou aquela fala um pouco triste.

— Falando nisso, é melhor eu ir. Tenho que aproveitar que hoje é domingo para mostrar o meu novo amiguinho.

— Tudo bem. Ah, leve essas coisas com você. — Artie disse dando uma sacola para Bill.

— O que é?

— Eu comprei algumas coisas para  o  Bob. Aqui tem alguns brinquedos, tigelas e um pouco de ração também.

— Você pensa mesmo em tudo, Artie. Obrigado. Agora eu tenho que ir. Nós vemos amanhã na escola.

       Bill deu um beijo nos cabelos do namorado.

— Até mais, Bill!

       Quando Bill chegou em casa, já foi logo procurando pelo pai até que o encontrou na cozinha

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       Quando Bill chegou em casa, já foi logo procurando pelo pai até que o encontrou na cozinha.

— Oi, pai. Olha só o que eu ganhei do meu amigo Artie! — Ele falou mostrando o pequeno cão.

— Bill, quem foi que disse que você poderia trazer um cachorro para casa?

— É que eu ganhei ele de presente, por isso não pude pedir permissão. Desculpa.

— Ele pode ficar desde que você cuide dele. Eu não tenho tempo para isso.

        "Mas que novidade." Pensou Bill.

— Mas por que seu amigo lhe daria um cachorro?

— Porque ontem foi meu aniversário...

— Aniversário, é? Quantos anos você fez mesmo?

— Dezesseis, pai.

— Ótimo. Você já tem idade o suficiente para entender que não é mais uma criança para ganhar bolo e presentes. Quando você for adulto vai perceber que aniversários não são nada de especial.

       Bill decidiu não responder e foi para o quintal brincar com o Bob. Ele não se importou tanto com as palavras do pai porque agora tinha um amigo para essas horas difíceis.

       No dia seguinte, Artie e Bill estavam indo para a escola até que, no meio do caminho, foram parados por Mary

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       No dia seguinte, Artie e Bill estavam indo para a escola até que, no meio do caminho, foram parados por Mary.

— Ainda nem chegamos na escola eu já temos que aguentar você. O que você quer? — Bill perguntou friamente.

— Eu quero que vocês dois fiquem sabendo que eu já sei de tudo!

      Os dois garotos ficaram paralisados e sem reação.


 

Amor e almaWhere stories live. Discover now