33- Escuro

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     Bill estava fazendo pipoca. Ou pelo menos tentando.

— Você tem certeza que sabe fazer pipoca, Bill? — Artie estava se divertindo enquanto assistia Bill.

— Claro. Todo mundo sabe fazer pipoca, Artie.

     Alguns minutos se passaram e Bill finalmente terminou. Porém, suas pipocas não saíram bem como ele esperava.

— Droga! Todas ficaram queimadas. — Ele disse decepcionado olhando para as pipocas carbonizadas.

— Não tem problema, Bill. — Artie o confortou.

— Mas eu queria fazer pipoca para você...— Bill havia ficado triste.

     Artie ficou comovido ao notar que Bill havia se esforçado para fazer algo para ele e não conseguiu.

— Bill, tá tudo bem, sério! Eu nem estou com fome porque comi bastante no piquenique.

— Tem certeza?

— Claro! Vamos assistir alguma coisa como você tinha sugerido antes.

     Bill se sentiu melhor

— Vamos. — Ele disse indo embora direção a sala de estar.

     Eles chegaram na sala e se sentaram no sofá. Bill pegou o controle remoto e antes mesmo de poder ligar a televisão tudo ficou escuro repentinamente.

— Bill? O que está acontecendo? — Artie ficou assustado.

— Calma, Artie. Deve ter sido apenas uma queda de energia. Isso acontece no bairro as vezes mas logo volta.

— Onde você está? Não consigo ver nada!

— Eu ainda estou aqui do seu lado, Artie.

     Artie esticou o braço e tocou no ombro de Bill.

— Achei você. — Ele ficou mais calmo.

— Aqui, me dá a sua mão. — Bill pegou a mão que estava em seu ombro e a segurou firme. — Você tem medo de escuro, Artie?

— Eu... Acho que tenho um pouco... — Admitiu envergonhado.

— Eu também tinha quando era pequeno. Minha mãe sempre segurava minha mão na hora de dormir. Eu já mencionei antes que ela segurava minha mão quando eu sentia medo, não é?
— Sim, você me contou uma vez. Mas é tão idiota eu ainda ter medo do escuro...

— Ah, tudo bem! Eu confesso que quando estou aqui sozinho e acontece um apagão, eu fico um pouco assustado também.

— O escuro é tão assustador e solitário...

— Eu estou aqui. Não precisa ter medo. — Bill apertou a mão de Artie.

— Obrigado, eu estou bem. P-posso... chegar mais perto?

    Bill agradeceu por estar escuro pois assim Artie não pode vê - lo corando.

— Claro. Eu quero que você se sinta confortável.

    Artie se aconchegou para mais perto de Bill enquanto ainda segurava sua mão.

— Então, você gostou do seu dia, Artie?

— Eu gostei muito! Achei muito legal ter um piquenique de aniversário. Também gostei do Jacob e Robbie terem ido.

— Fico feliz que você tenha gostado. Eu também me diverti muito hoje.

— Bill, o que você costuma fazer no seu aniversário?

— Ah, nada demais. As vezes o meu pai nem se lembra a não ser que eu fale algo.

Amor e almaWhere stories live. Discover now