A Surpresa

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Seus olhos pareciam penetrar em minha alma.

Aqueles olhos que um dia foram tão vibrantes e cheios de vida, hoje eram profundos e sombrios. Emoldurados por um par de sobrancelhas loiras e grossas.

Sua respiração estava extremamente perto de meu rosto, seu perfume que chamara minha atenção mais uma vez era envolvente, o cheiro magnífico do shampoo do cabelo loiro repicado recém lavado e seco, o creme com essência de baunilha, faziam minha visão ficar turva.

As marcadas maçãs do rosto estavam começando a corar novamente. Seus lábios avermelhados se contraíram em desconforto e a mandíbula quadrada tencionou.

Me dei conta do que estava fazendo. Por Merlin, aquilo não ajudaria a garota!

Onde estava com a cabeça?

Soltei seu braço e olhei para os pés, envergonhado do comportamento hostil que estava habituado a ter.

-Me desculpe, White.

Falei com sinceridade e arrependimento.

A mulher a minha frente nada respondeu e aquele fato começou a rodear em minha mente.

Por que?

Ela estava zangada comigo?

Eu não havia sido o melhor e mais gentil professor, muito pelo contrário, havia agredido -a verbalmente com frequência quando ainda era minha aluna. Mesmo em algumas raras vezes a transparecendo que não tinha nem um problema com a mesma.

-Por que se nega a conversar comigo, White?-Perguntei seriamente, sem conseguir esconder o tom de decepção, a olhando de volta.

-Severus!- Minerva as minhas costas me chamou com um olhar perplexo.

Havia me virado há tempo de lhe flagrar em o que pareceu, um momento de angústia.

Um barulho me chamou a atenção e voltei a olhar para White, do lado oposto do corredor. Essa por sua vez, havia aproveitado o momento de distração para sair apressada.

-Mas o que está acontecendo?- Esbravejei em direção a Minerva enquanto me aproximava da diretora.

-Abaixe esse tom, Severus. Assim podemos conversar!

Bufei e silenciei-me, à espera de uma explicação.

Minerva agarrou-me pelo braço e arrastou meu corpo dolorido até minha sala de aula.

Minhas costas foram de encontro com a parede dura.

Os fortes raios de sol que adentravam pela janela a minha esquerda, me faziam piscar quase que involuntariamente para me livrar da ardência que sentia.

A diretora fechou a porta fortemente e me encarou.

-Olivia não vai falar com você!

Senti um aperto no peito. Então era verdade, ela não queria falar comigo!

Eu precisava começar a ignorar minha ex aluna, precisava ser indiferente a sua presença, ou iria enlouquecer. Mas estava sendo tão difícil. Por que? Merlin, por que?

-Eu poderia saber o motivo?-Perguntei impassível.

McGonagall passou as mãos no rosto e suspirou. Parecia estar em dúvida se me contava ou não.

-Minerva, me conte- Pedi com o Tom de voz agora baixo e mais calmo.

-Voce ficará sabendo de um jeito ou de outro, então... Ela perdeu a fala depois de saber do massacre da família.

Senti um sufocamento nauseante.

Encostei a cabeça na parede para respirar fundo e assim o fiz.

A Leoa De SnapeWhere stories live. Discover now