CAPÍTULO 14

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LUNA

Meu Deus.

Minha mãe me privar de tantas coisas por tanto tempo, com certeza deu um curto circuito na minha cabeça. Eu não parava de parecer uma daquelas adolescentes apaixonadas de livros.

Eu pensava no Dominic. No sorriso dele, no jeito dele, na voz dele, nos olhos dele, no corpo alto e forte dele... basicamente, nele todo. Até os rosnados baixinhos dele eu estava gostando. Era como se desde que eu tinha aceitado, uma bolha mágica, romântica e completamente idiota, tivesse tomado conta de nós dois.

Nem mesmo as palhaçadas babacas da maluca da Louise nos chatearam.

Era alguma bolha boba de amor.

Mas como toda bolha, uma hora ela estoura e não há nada que possamos fazer.

E a minha estourou alguns dias depois.

Eu estava levando as coisas com o Dom o mais calmo possível, se calmo eram os loucos amassos que ele queria dar sempre que havia oportunidade ou quando ele me acompanhava até o apartamento e eu quase pedia para ele ficar. Não necessariamente para transarmos, mas para eu queria ficar perto dele. Sentindo o cheiro dele, a força dele... mas eu não queria ser a namorada pegajosa e ciumenta.

Por isso que enquanto pensava nisso um dia, eu não prestei atenção enquanto atendia uma das ligações da minha mãe enquanto refletia sobre isso.

- Luna? Luna, você está me ouvindo? Filha!

Balanço a cabeça e continuo a passar o pano nos móveis do apartamento enquanto Scar foi comprar coisas para a casa. Coisas como comida, já que aparentemente, também alimentávamos as vezes o Xav e o Dom.

- Desculpa mãe, acho que o sol daqui não é da meia-noite, é da meia lua, porque é só lá que a minha cabeça está agora.

A linha fica muda pelo o que parece uma eternidade e eu olho para o telefone por um minuto e largo o pano.

- Mãe? Mãe, a senhora está aí?

- Onde você está, Luna? - A voz dela parecia que tinha ficado tão dura e tão séria, que eu quase não reconheci. Nunca tinha escutado esse tom dela antes.

- Numa cidade do interior, mãe. Mas eu estou bem, todos aqui são ótimos e...

- Filha, por favor, onde você está? - Ela me corta e eu resolvi ceder. Ela parecia séria e preocupada e eu percebi que não gostava desse tom dela.

- Numa cidade chamada sol da meia-noite. Aqui é bem legal, a senhora poderia gostar um dia.

- Eles te acharam! Oh meu Deus, eles acharam o meu bebê! - Minha mãe começa a sussurrar loucamente pelo telefone, fazendo zero sentido e eu quase me perguntei se a minha mãe estava louca. Do que diabos ela estava falando? Quem são eles?

- Mãe? Mãe, você está bem? - Eu grito a última porta no minuto que a porta do apartamento abre e Scar entra na companhia do irmão.

- Não se preocupa, eles não vão ter você. - Ela sussurra antes de desligar.

O que diabos estava acontecendo?

Dom se agachou ao meu lado e passou a mão nas minhas costas, esfregando de uma maneira que tentasse me acalmar pelo turbilhão louco do que eu acabei de ouvir.

- O que houve? Você estava discutindo no telefone? - Dom pergunta e Scar se senta de frente pra mim, me olhando preocupada.

- A minha mãe. Ela não está fazendo nenhum sentido e eu estou preocupada com ela, preocupada que ela esteja perdendo a razão.

- O que te faz dizer isso, amiga?

- Eu comentei com ela o nome da cidade e ela surtou, começou a divagar algo sobre "eles me pegarem" e eu não entendi nada. Ela terminou dizendo que iria me ajudar. Me ajudar do que? - Olho confusa entre os dois.

Ambos os irmãos trocam olhares preocupados e eu tenho um péssimo pressentimento. Desde que eu cheguei ali, era como se eles notassem minhas esquisitices e não falassem nada e ao mesmo tempo me escondessem algo.

Mas o que? O que eles não querem me contar?

- O que vocês acham que pode ser?

Minha amiga da de ombros, mas é Dom que responde.

- Acho que quando a sua mãe chegar aqui, muitas perguntas serão respondidas. Acho que todos temos nossas dúvidas que as vezes só os mais velhos podem responder. - Ele diz e isso não me acalma em nada.

Na verdade, isso só me deixa mais ansiosa, como se eu soubesse que uma bomba iria explodir logo logo e não haveria nada que eu pudesse fazer para impedir isso.

Agora, só me resta esperar a chegada dela aqui como todo mundo.

DOMINIC

- O que você acha que vai acontecer quando ela chegar? - Xavier me pergunta e eu analiso isso por um segundo antes de beber mais um pouco do meu uísque.

- Eu não faço a mínima ideia. Mas as divagações dela me deram mais uma pista de que eu estou certo de que Luna é minha companheira predestinada.

- Mas por que diabos a mãe dela fez isso? A união de vocês seria linda e era aprovada entre as famílias.

- Eu não sei, e só por isso que eu ainda não chamei o avô dela para cá. E se houve algo que não sabemos? Algo que muda tudo? Eu não posso arriscar a vida da Luna.

Xavier toma um gole da sua própria bebida antes de responder.

- Acho que chegamos num ponto que temos que arriscar mesmo. A gente não sabe o que é verdade e o que não é, não temos os lados das histórias e eu acho que para solucionarmos esse quebra-cabeça de uma vez por todas, todos os lados tem que ser ouvidos. Um confronto.

Penso no que ele disse e vejo razão nisso. Mesmo que eu pudesse cheirar qualquer mentira de longe, ter só a versão da história do lado da mãe da Luna, não era a mesma coisa  do que a minha e todas as versões. Eu não queria machucar a Luna, na verdade, eu preferia me dar um tiro do que fazer isso, mas estava na hora dela conhecer a verdade sobre si.

Seja ela qual for.

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Acho que tá na hora do combate 🤣

LUNA (Sol da meia-noite #1)Where stories live. Discover now