CAPÍTULO 10 (Parte II)

17.1K 1.7K 138
                                    

LUNA

Eu suspiro antes de assentir.

O meu começo com ela e o senhor Abraão não foi o dos melhores, mas eu era uma pessoa de recomeços, e eu gosto de dar segundas chances para as pessoas antes de desistir.

Dona Eva entra e senta no final da cama, me olhando com atenção mas algo também diferente no olhar... uma ternura misturada com curiosidade.

- Como você se sente, querida?

- Ainda me sinto um pouco cansada, mas logo minhas energias vão voltar cem porcento.

- Isso é bom, muito bom. - Ela balança a cabeça em concordância antes de continuar. - Eu queria me desculpar por ontem, por parecer que eu e o meu companheiro estávamos te intimidando de alguma forma ou até mesmo questionando. Não queria que fizesse te sentir mal por isso, não sabia que isso ia causar um mal estar em você.

Suspiro e resolvo ser honesta.

- Eu imagino que vocês não tinham a intenção, acho mesmo, o problema é que eu tenho uma relação muito complicada com a minha mãe e mesmo que ela tenha me liberado para viver minha vida só agora, ainda assim ela tenta me controlar de longe. É difícil sabe? Vocês me lembram dela e eu sinto falta dela mesmo sabendo que se eu contar onde estou, ela vai aparecer e me convencer a voltar a morar com ela...

Dona Eva estica a mão e pega a minha que estava solta na cama e aperta.

- O que você acha de convida-lá então? E eu posso conversar com ela de mãe pra mãe. Quando a doidinha da minha filha fugiu, eu fiquei aterrorizada com as possibilidades de algo acontecer com ela e para nós, mães lo-, mães em geral, é difícil nos separarmos da cria seja em qual momento for.

A verdade era que eu amava a minha liberdade, tinha sede por ela a cada instante, sede de ser livre, de viver e etc. Mas também tinha saudade da minha mãe, talvez porque ela nunca me criou muito para o mundo e sim para ela e isso me fazia sentir falta.

- Eu acho que vou aceitar sim. Eu sei que faz pouco tempo que me afastei dela, mas se ela chegar aqui e ver que eu estou me virando, me virando por conta própria... talvez ela finalmente entenda que eu precisar do meu espaço não é negar o dela.

Dona Eva sorri para mim.

- Muito bem, querida. Aposto que conhecer a sua mãe vai ser algo que vai mudar a todos. - Ela diz e se levanta.

Por que ela sempre dizia umas coisas assim? Meio enigmáticas, meio misteriosas.

Eu apenas concordo com a cabeça e vejo ela sair.  E antes que eu possa refletir cada vez mais sobre isso, Scar se joga em mim e passamos o resto do dia comendo besteira e rindo sobre tudo e nada. Principalmente sobe as loucuras dela.

*

A noite chegou e eu fiquei com vontade de trabalhar. Já estava me sentindo melhor e eu precisava disso, precisava trabalhar e botar a vida em andamento.

- Você tem certeza disso? - Scar me perguntou enquanto me via me arrumando para o bar.

- Absoluta. Eu me sinto renovada, amiga. E outra, eu sempre odiei essa doença e ela me controlando e dando poder pra minha mãe me controlar também. Essa é a minha vida e eu tenho que ter o controle dela, eu.

Ela sorri pra mim e joga o cabelo para o lado.

- Agora sim, essa é a minha amiga. Vamos provar pra todo mundo que somos independentes.

Sorrio para ela e me viro.

- Que tal?

Coloquei minha calça jeans cintura alta e um top branco que eu amava e meu blazer rosa pink por cima. Provavelmente eu tiraria o blazer, mas ele dava um toque extra ao meu look. Deixei a maquiagem simples, só um gloss e o cabelo solto numa escova que eu fiz. Gostava também de brincar com as minhas madeixas, usar como eu quisesse.

Eu sabia que a roupa mostrava talvez um pouco mais, mas era isso que eu gostava

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Eu sabia que a roupa mostrava talvez um pouco mais, mas era isso que eu gostava. Eu tinha um corpo tão lindo, tão meu e eu gostava de mostrar isso. Cada parte minha contava uma história minha ou de alguém da minha família pela genética que me foi dada. Eu pouco sabia da família da minha mãe ou do meu pai, então eu me olhava através dos meus traços, e eu amava cada um deles.

- Maravilhosa. Mas você já sabe disso, não é? - Minha amiga sorriu de volta e juntas descemos para o bar.

Xavier já estava lá, e Louise também e lembrando do que a minha amiga havia dito, se Louise estava aqui...

Como se eu internamente soubesse, meus pelos do braço se arrepiaram antes da porta do escritório abrir e eu ouvir os passos dele pelo corredor em direção ao bar.

Dom.

Eu não achei que fosse vê-lo tão rápido e tão cedo, mas agora que ele estava aqui, não podia fraquejar e não iria.

Nós encaramos e eu podia sentir a eletricidade no ar, um tensão e o seu olhar predatório olhou cada parte minha com uma fome no olhar tão grande que eu estava me sentindo quente em todas as partes que eu não pensava muito.

Deus, esse homem.

Por um minuto me senti hipnotizada e realmente tentada a pular nele, que estava deliciosos com aquela blusa preta em V de mangas longas e as mangas enroladas até o antebraço e a calça jeans escura que parecia ter sido feita para o seu corpo gloriosamente construído.

Suspirei e senti um barulho parecido com um rosnado baixo vindo e me desliguei dele, indo até o bar e buscando meu avental pendurado num ganchinho atrás do balcão do bar e amarrei na cintura e encarei Xav.

- E então? O que eu preciso fazer ?

______________________________________________

VOTEM! COMENTEM!

LUNA (Sol da meia-noite #1)Where stories live. Discover now